Análise – Overwatch

overwatch_analise_portugalgamers

Depois de vários lançamentos de enorme sucesso como Diablo III e Hearthstone, a Blizzard apresenta-nos agora Overwatch, um FPS de equipas competitivo online com muita acção, cheio de cor e carisma.

Overwatch situa-se num futuro próximo, depois de uma guerra mundial chamada “Omnic Crisis“, que pôs a humanidade em risco devido à elevada inteligência artificial dos robôs, permitindo aos mesmos revoltarem-se. Para resolver esta crise, as nações unidas criaram uma força especial, de onde surgiu a Overwatch, um grupo de heróis destemidos que  corresponde aos  personagens jogáveis deste FPS. Após alguns anos de atividade, a Overwatch começou a ter problemas internos, nomeadamente o facto de existirem membros sob suspeita de corrupção. Este ambiente de tensão foi crescendo até que se chegou ao ponto em que a base principal de Overwatch foi destruída, não se sabendo, no entanto, qual o responsável. Agora o mundo está outra vez em crise e eis que a Overwatch renasce.

Após esta introdução, fiquei perplexo como, embora o jogo tenha muito potencial para um modo de história offline, não o contém, sendo apenas dedicado ao modo competitivo online, através de partidas aleatórias, conforme o modo de jogo que escolhemos, ou então partidas privadas com amigos e bots. Este facto é, por isso, um dos defeitos, pois a história do jogo tem uma base forte e com potencial para um modo de campanha sólido.

Overwatch_8

Mei utiliza uma pistola que congela os inimigos.

No total podemos jogar com 21 heróis desta força especial, estando todas divididas em 4 grupos, conforme as suas habilidades, sendo os grupos:

Ofensivo, onde estão as personagens dedicadas a fazer dano rápido e eficiente aos inimigos, tanto por via aérea como é o caso da Pharah, ou simplesmente frenesim de tiros, como é o caso  de heróis como a Tracer e o Mccree.

Defensivo, onde se situam os heróis que utilizam as suas habilidades para engendrar estratégias sem sofrer danos. Alguns utilizam cura quando estão protegidos e fora de perigo, como é o caso da Mei, a tímida congeladora, ou de Bastion, o alegre robô de guerra. Outros utilizam ainda ataques de longo alcance, como Hanzo, que sobe aos telhados e faz mira com o seu arco. Todos os personagens deste grupo têm de se concentrar nas suas habilidades e ter cuidado com o que os rodeia, pois são frágeis e morrem facilmente assim que os inimigos os têm na sua mira.

Tanque, o grupo que decide alguns dos modos, tal como a defesa de checkpoints ou a escolta da carga, pois podem sofrer bastante dano, sobrevivendo com a ajuda das suas habilidades. Alguns têm também uma grande defesa, como por exemplo Reinhardt, que embora não tenha armas de longo alcance, utiliza um escudo com cerca de 1200 pontos de defesa, o que lhe permite absorver inúmeros ataques contra si ou os seus aliados, podendo estar muito tempo sem sofrer quaisquer danos. Outro exemplo é a Zayn, que utiliza uma barreira protetiva em redor de si mesma e que está constantemente a projetar raios com a sua arma de curto alcance.

Suporte, o grupo mais desfavorecido quer em habilidades de combate quer em termos de defesa, no entanto, as suas habilidades permitem tornar os outros grupos muito eficientes, protegendo-os com escudos ou curando-os, permitindo aniquilar os inimigos com a maior das facilidades. Mercy é dos heróis mais eficientes neste grupo, pois pode envolver os seus aliados em escudos e dar cura quase ao mesmo tempo com a sua arma, e para além disso tem uma pistola para se defender.

Todos os grupos acima descritos são essenciais para uma equipa, e um dos pontos fracos do jogo é precisamente o facto de que poderão encontrar várias personagens iguais na mesma equipa, o que acaba por nos tornar num alvo fácil, uma vez que, muitas das vezes,  não existem personagens de suporte ou de tanque , pois os jogadores preferem jogar todos, por exemplo, de Hanzo (grupo de defesa) e Soldado 76 (grupo de ataque), embora o jogo avise, antes de se selecionar a personagem, qual o grupo que devemos escolher, consoante as escolhas dos outros jogadores da nossa equipa. Mesmo existindo este aviso, devia ser obrigatório que uma equipa jogasse com personagens todos diferentes, bloqueando o mesmo para os outros, forçando a equipa a ser, no mínimo, variada e com mais suporte.

Overwatch_9

Mccree e Blackwidow a dizimar os seus adversários.

Em Overwatch, os modos de jogo não são escolhidos por nós, sendo que apenas podemos selecionar Partida Rápida, que aleatoriamente nos irá colocar em uma partida de Escolta, Controlo, Ataque ou Ataque/Escolta, ou então partida contra bots ou amigos. Embora seja possível jogar casualmente cada um destes modos, existe ainda o modo challenger, que permite avançar nos ranks ou jogar o modo desafio semanal, que varia de semana para semana com objetivos especiais. Visto que é um jogo dedicado ao multiplayer, era de se esperar uma maior variedade de modos disponíveis e que fosse possível criar lobbies com amigos, permitindo personalizar os mapas e as opções do jogo, no entanto não existe nada disso e somos obrigados a jogar o modo que nos é atribuído aleatoriamente, um dos grandes fracassos deste jogo.

Overwatch_10

Modos de jogo possíveis.

Embora Overwatch não tenha variedade no que toca a modos  de jogo, não se pode dizer o mesmo quanto à banda sonora e aos mapas, existindo neste momento já 12 mapas disponíveis, todos de países diferentes com gráficos extraordinários, de deixar o queixo caído. Enquanto Hanamura simboliza a época da primavera japonesa, local dedicado a Hanzo e possivelmente a Genji, temos outros como o Anubis Temple, situado no Egipto, local dedicado a Pharah, ou a base da Overwatch, no estreito de Gibraltar, entre muitos outros de cortar a respiração. Já a banda sonora, complementa bastante bem o ambiente do jogo e cria uma ainda maior imersão, tendo sido esta muito bem seleccionada pela Blizzard.

Os coleccionáveis em Overwatch obtêm-se através da subida de nível, ou com micro transações, para abrir caixas de itens, que dão sempre 4 coleccionáveis, podendo estes ser um ícone para o perfil do jogador, uma fala para 1 personagem, uma personalização física de 1 personagem ou moedas do jogo, que servem para comprar mais caixas de itens. Com estas moedas podemos também comprar vários fatos e personalizar os nossos personagens, fatos estes que nos podem ser disponibilizados, dependendo da sorte, através das caixas de itens.

Para impedir que o jogador se farte de jogar e para levar a que este continue a explorar o que Overwatch tem para oferecer, a Blizzard criou uma série de conquistas como, por exemplo, derrotar um determinado número de inimigos, que se tornam empolgantes e que criam um enorme desejo de continuar a jogar.

No que toca à parte social, a Blizzard esmerou-se em Overwatch, permitindo visualizar quem jogou connosco, e há quanto tempo. Permite ainda que nos juntemos em grupos de amigos através do ecrã principal e procurar partidas rápidas,  para além de ver os ranks do jogo, entre outros detalhes fundamentais num jogo competitivo.

Overwatch_11

Os loucos de Overwatch, Junkrat e Roadhog

Opinião final:

Overwatch é um jogo de online de equipas muito divertido e com uma ação frenética, que consegue divertir durante horas a fio, quer devido às suas personagens carismáticas e às suas habilidades geniais quer devido ao sentido de humor das mesmas e aos incríveis ambientes gráficos dos mapas, que contêm inúmeros pontos estratégicos. No entanto, não disponibiliza um modo de história offline, mesmo tendo a base e o potencial mais do que suficientes para tal, com personagens adequadas em que cada uma poderia ter a sua história, o que daria perfeitamente para executar este modo, não ficando nada atrás quando comparada à de outros jogos do género. Peca, ainda, na variedade de modos de jogo, disponibilizando apenas quatro, o que torna repetitivo ao fim de algum tempo. Em termos de glitchesbugs, não achei que fosse um grande problema, sendo que apenas me deparei com um, que foi uma falha na mudança de personagem, permanecendo a mesma, diversas vezes, mesmo quando tentava trocá-la.

Em suma, Overwatch pode não ser o jogo ideal, nem um jogo obrigatório, mas cumpre com o prometido, que é oferecer diversão sem limites em combates de equipas, com ou sem amigos.

Do que gostamos:

  • Personagens carismáticas e únicas;
  • Gráficos e banda sonora excelente;
  • Gameplay frenético e competitivo;
  • Modo de jogo semanal.

Do que não gostamos:

  • Inexistência do modo história;
  • Pouca variedade no que toca a modos de jogo;
  • Inexistência de um lobby, não permitindo alterar mapas, etc;
  • Repetição de personagens na mesma equipa.

Nota: 8/10