Análise – Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter

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Sherlock Holmes: Crimes & Punishments foi lançado há quase 2 anos e foi um jogo que surpreendeu pela positiva, e agora o famoso detective está de volta para mais uma aventura. A produtora Frogwares tinha a ambição de tornar o novo jogo mais diversificado que o antecessor, a questão que fica é: será que conseguiram atingir esse e outros objectivos?

Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter é um jogo bastante focado na história e como tal não iremos especificar os casos, que no total são cinco, para não influenciar de forma negativa a experiência de quem o irá comprar. No jogo iremos encarnar Sherlock Holmes e o objectivo será resolver os casos, e para que tal aconteça teremos que investigar os suspeitos e outras pessoas que estejam de alguma forma envolvidas.

Ao se fazer isso, entra-se num modo de investigação, sendo possível analisar por completo a pessoa e fazer assim o perfil da mesma, algo que pode ajudar no “interrogatório”. No entanto há uma novidade nesse aspecto em comparação com o jogo anterior, pois em certas alturas é preciso escolher entre uma ou outra opção. Por exemplo, se um individuo tiver os olhos vermelhos, aparece uma opção que nos permite escolher se isso são sinais de cansaço ou de doença.

Mas isso é apenas um dos aspectos de investigação. Sherlock Holmes também terá que vasculhar e analisar todos os objectos e situações para tentar encontrar pistas que o ajudem a levá-lo a uma conclusão, havendo um sistema de decisões onde é possível unir as informações recolhidas e tentar chegar á resolução do caso. No entanto é possível tomar decisões erradas e isso ter grandes consequências no caso em si, incriminando-se uma pessoa que nada de mal fez.

Nada disso é propriamente novo, no entanto todos esses sistemas de investigação fazem com que o jogador sinta que é mesmo um detective e que se não tiver cuidado e não tomar as decisões certas, que haverá consequências e que o caso não será terminado como deveria. Portanto o jogo consegue manter-nos sempre interessados e instiga-nos a investigar o máximo possível, a tentar arranjar mais e mais pistas e como tal o factor diversão está sempre lá.

Mas será que Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter trata-se apenas de investigação, sendo tudo o resto relegado para segundo plano? A resposta é: não, não propriamente. No jogo anterior notava-se alguma falta de equilíbrio, mas neste novo jogo nota-se que houve um esforço para acrescentar mais diversidade. Além de puzzles, há mais sequências de ação, perseguições e será até possível controlar outras “personagens”, fazendo com que a abordagem ás situações sejam diferentes.

A Frogwares também se esforçou para dar mais liberdade aos jogador, sendo que agora é possível sair de Baker Street e explorar a área. O mundo de jogo é vivo, por vezes não tanto quando se desejaria, mas mesmo assim vê-se as pessoas a falarem umas com as outras e a fazerem as suas funções diárias, e é possível participar em certas actividades, como praticar o equilíbrio, boxe e braço de ferro, por exemplo. São novidades muito bem vindas.

O design do mundo de jogo e a época em que se passa está muito bem conseguido, mas as texturas estão um bocado abaixo do esperado, fazendo com que o grafismo nunca se destaque para um jogo de nova geração. Mas em comparação com o jogo anterior, a evolução é notável. A nível de frame-rate, normalmente o jogo é suave, mas por vezes nota-se algumas quedas, havendo de longe a longe um ou outro abrandamento repentino.

Apesar da maior liberdade dada para explorar as áreas, ainda é necessário “viajar” de uma área para outra, mas curiosamente os loadings de Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter são mais demorados que o anterior jogo que foi lançado em 2014. No entanto, durante as viagens e respetivos loadings, é possível pegar no livrinho do Sherlock Holmes para ver as informações recolhidas, unir as pistas e outras coisas interessantes que estejam relacionados com o caso.

O Dr. Watson também está de volta para acompanhar o seu longo e fiel amigo Sherlock Holmes, ajudando no que pode e criando situações caricatas entre ambos. Pequenos detalhes que nos ajudam a entrar ainda mais na experiência de jogo, havendo também outras faces conhecidas. No que toca á banda sonora, há várias músicas para as diversas situações, e todas elas respeitam a época em que se passa, ajudando a aumentar ainda mais a imersão no mundo de jogo.

Opinião final:

Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter é uma aventura atribulada com imensos casos complicados mas extremamente interessantes e que se destaca não só pela quantidade de sistemas de investigação, como pela diversidade de jogabilidade e situações que o tornam bastante apelativo. No seu género, é um dos melhores juntamente com Sherlock Holmes: Crimes & Punishments, e apesar de não inovar muito, as melhorias feitas e as novas inclusões, melhoram a experiência de jogo.

Do que gostamos:

  • Casos muito interessantes;
  • História muito bem conseguida;
  • Fiel à época em que se passa;
  • Sistema de investigação a roçar a perfeição;
  • Imersivo e muito divertido;
  • Melhorias e novas inclusões que beneficiam a experiência de jogo;
  • Mais diversificado que Sherlock Holmes: Crimes & Punishments.

Do que não gostamos:

  • Loading mais demorados que o jogo anterior;
  • Alguns problemas técnicos;
  • Texturas abaixo do esperado;
  • Pouca inovação.

Nota: 8,5/10