Análise – The Battle Cats POP!

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Gatos são populares. gatos são ainda mais populares na internet. Videojogos são populares. Videojogos de “defesa de torres” são bastante populares. Videojogos de “defesa de torres” com gatos devem ser a melhor coisa do mundo então, certo? Ora, temos aqui justamente isso. Um jogo que pouco se explica desde o início e que nada se esforça por o fazer até ao final. Temos gatos e temos de destruir a base inimiga atirando-os contra as mesmas e contra os inimigos também “atirados” a nós. Faz muito sentido até agora? Nem por isso mas isso não quer dizer que para desfrutar de um jogo seja completamente necessário, também, o compreender!

O jogo é jogado numa perspectiva 2D horizontal onde de um lado temos a base inimiga e do outro a nossa. O único controlo que temos é sobre que tipo de “unidades” queremos que se dirija contra os inimigos. Temos inicialmente à nossa disposição um número limitado de tipos de gatos mas após alguns níveis essa limitação é deitada por terra. Quando ordenamos um gato para um campo de batalha este limita-se a andar para a esquerda até encontrar um inimigo. Ambos ali iniciam a lutar até ficar apenas um e assim, se o nosso gato ganhar, segue em frente até chegar à base inimiga para a tentar destruir.

Níveis mais avançados são caóticos.

Engane-se, no entanto, quem pensa que simplesmente mandamos gatos à toa e à moda de “tudo ao molhe”. Como não temos controlo direto sobre a batalha é-nos requerida alguma estratégia, algo que desde muito cedo nos apercebemos. É necessário escolher uma equipa equilibrada antes de cada batalha para termos alguma hipótese de sucesso. Temos então ao nosso dispor por exemplo: gatos de danos elevados, defensivos e de longo alcance, entre outros, com os quais temos de usar estratégia e variedade para derrotar os inimigos.

Cada gato tem o seu “valor” sendo que os mais simples soldados são normalmente os que entram primeiro na batalha pois temos um contador de dinheiro constantemente a aumentar automaticamente. este contador ao atingir um limite para de subir e para termos valores mais elevados temos de investir algum valor para que isso aconteça e para que tenhamos acesso ás unidades de mais valor. Isto confere alguma estratégia extra pois temos de arriscar o sacrifício da possibilidade de termos mais uma unidade em campo e ficar mais vulneráveis mas ao mesmo tempo sermos eventualmente premiados com mais escolhas que nos permitirão mudar o rumo da batalha.

Um dos níveis iniciais ainda com gatos normais. Mais ou menos.

O recurso monetário usado no jogo são latas de comida para gatos que ganhamos após batalhas vitoriosas. Isto serve para comprar novas unidades, melhorar as que já temos, comprar itens ou até oferecer a um Gato-Deus para obtermos ajuda divina em batalha. São algo notórias as raízes do jogo, que provém originalmente de uma versão para telemóveis, onde apercebemo-nos da existência anterior de mico-transações. O mais evidente é mesmo a barra de energia que requer latas de comida de gato para voltar a repor energia ou então temos de simplesmente esperar até que volte a encher automaticamente, como em muitos jogos para telemóvel. É um pouco estranho visto que o jogo não tem micro-transações pois por vezes damos por nós a cter de esperar que a energia volte a encher apenas após três ou quatro batalhas. Isto acaba por aborrecer, e muito, e no meu ver algo completamente desnecessário.

Existe um modo de desafio que é desbloqueável ao género se “sobrevivência” que consiste em aguentar o máximo possíve uma onda infindável de inimigos cada vez mais difíceis. Existe também um modo versus que apenas permite jogar contra amigos localmente, não deixando de ser um modo bem-vindo. Ao todo, somamos a estes três modos à volta de 50 níveis em cada capítulo do modo história e ainda o incentivo de “colecionar” gatos e repetir níveis para obter recompensas especiais. O que já não é nada mau. Pena é a natureza do jogo que mesmo quando ganhamos alguns dos melhores prémios, em níveis mais avançados a dificuldade é extrema o que obriga-nos a repetir muitas e muitas vezes certos níveis para tentar obter ainda melhores recompensas para termos sequer algumas hipóteses. Vou confessar que não sou muito fã deste tipo de progresso. uma coisa é escolhermos ter alguma repetição para melhorar, outra é sermos mesmo obrigados a isso, muitas vezes.

Sim, chegamos a sair do planeta!

Visualmente o jogo é bem agradável, sendo os gatinhos todos a preto e branco enquanto que os cenários a cores. Isto dá um toque bem característico ao jogo. Uma palavra de aviso vai para alguns tipos de gatos que podem parecer mesmo bastante estranhos. estamos a falar de um jogo japonês afinal de contas. O efeito 3D está, também, muito bem conseguido no qual vemos perfeitamente em que “linha” dado que os nossos gatos atacam numa linha de fundo, outra média e outra mais próxima. O efeito permite-nos ter uma muito melhor perceção disso. A musiquinha tocada ao estilo de marcha antes de cada nível é um pouco chata porém quando estamos em batalha a que ouvimos encaixa-se bem no tema do jogo.

Opinião final:

The Battle Cats POP! é um jogo estranho. Tem gatos e é bem peculiar. Naturalmente compreende-se isso sabendo que é japonês. É um jogo divertido quanto baste, o suficiente para não ser considerado “shovelware”, aqueles jogos que vão para o monte e são extremamente fáceis de esquecer. Tem bons visuais e jogabilidade sendo notório algum esforço quando foi refeito para a portátil da Nintendo. No entanto não consegue esconder por completo a sua origem fazendo uso de um sistema de “energia” que ao esgotar-se temos de esperar para jogar ou gastar “dinheiro do jogo” para voltar a encher e por ser de uma dificuldade por vezes injusta mesmo quando temos as melhores unidades ao nosso dispor obrigando assim a uma necessidade de repetição excessiva que acaba por aborrecer de forma considerável. Não é um mau jogo de todo mas tendo em conta que está disponível nas versões Android e iOS gratuitamente, no meu ver aconselho aguardar por uma baixa de preço.

Do que gostamos:

  • Cenários e visuais interessantes e com contraste com as personagens;
  • Efeito 3D bem conseguido;
  • Bastante níveis e unidades para desbloquear;
  • Versão algo melhorada de um jogo de telemóvel.

Do que não gostamos:

  • Repetição de níveis demasiado excessiva por obrigação;
  • Dificuldade injusta em níveis tardios;
  • Poderá ser um pouco bizarro a mais para alguns;
  • Mantém um pouco origens de jogo móvel com sistema de energia.

Nota: 6,5/10