Análise – Victor Vran: Overkill Edition

Victor Vran:Overkill Edition é a mais recente adição ao leque de jogos produzidos pela Haemimont Games. É um clássico dungeon crawler que, com a sua história intrínseca e com a sua facilidade em satisfazer vários tipos de jogadores, vai manter qualquer amante do género agarrado à sua PS4 ou Xbox One por horas a fio.

Neste jogo serão colocados na pele do enigmático Victor Vran, que é representado pelo famoso Doug Cockle, que também representou Gerald em Witcher. Sendo um jogo com uma temática muito obscura Victor Vran:Overkill Edition mostra-nos como muitas vezes aqueles que consideramos amigos e aqueles que tentamos salvar são na verdade o verdadeiro perigo na situação.

Como referido anteriormente, Victor Vran:Overkill Edition é um jogo do tipo Dungeon Crawler, que tem como principal objectivo evoluir a personagem através de um sistema de níveis e utilizar a quantidade massiva de Mobs para procurar e conseguir os melhores equipamentos possíveis. Cada mob morto dá ao jogador pontos de experiência, dinheiro e possivelmente qualquer tipo de armamento. Para além de tudo isto, existem ainda cartas, que funcionam como talismãs e dão ao jogador benesses, dependendo do tipo de carta que temos equipada.

Os armamentos deste jogo são vários… e isto permite uma liberdade imensa na personalização, não da personagem, mas sim do seu estilo de combate. Os armamentos disponíveis são: Floretes, Espadas, Foices, Shotguns, Armas de Raio, Revolveres,  Livros Antigos, Lança Granadas, Martelos e Guitarras. O jogador pode ter duas destas armas equipadas e trocar entre as mesmas a qualquer altura, incluindo a meio de um combate, sem alterar o seu equipamento. Isto permite que cada jogador encontre o estilo de jogo que mais aprecia e que jogue o jogo como nenhum outro joga. Victor Vran é, assim, um jogo que muda de jogador para jogador. No entanto, é importante mencionar que nem todas as versões do jogo contam com esta vasta seleção de armamento. As guitarras, por exemplo, são armas exclusivas desta versão Overkill.

Falemos agora de armaduras… neste jogo não existe qualquer armadura que o jogador possa equipar. Existem, no entanto, diferentes fatos que podem ser vestidos antes de se entrar em qualquer estágio. Estes fatos dão bónus ao jogador, mas não podem ser trocados durante as várias expedições. Ou recomeçam e trocam… ou estão presos àquele fato até ao final da missão.

Mas falemos um pouco da história. A base é algo de bastante genérico: somos colocados na pele de um caçador de demónios, que chega a Zagarovia, um reino infestado de criatura malévolas. Ao início o nosso objectivo neste reino é exatamente o de procurar por um companheiro caçador que desapareceu misteriosamente. Ao explorarmos este território, o nosso herói contará com a ajuda de várias pessoas, incluindo da própria Rainha de Zagarovia. Apesar disto,  Victor não possui qualquer interesse em salvar ninguém, mas apenas em encontrar o seu amigo. Não direi muito mais que isto, de modo a não retirar o prazer de ficar a saber tudo em primeira mão a qualquer jogador que pretenda explorar este título. Direi apenas que a vida dá voltas, e as coisas mais inesperadas acontecem a qualquer momento.


Para além do modo de história normal, a Overkill Edition conta com um outro modo, 0 modo “Motorhead“. Como podem calcular, neste modo existe uma nova história, com base numa das bandas de metal mais conhecidas da história. Novamente, de modo a não retirar sabor ao jogo, não irei entrar em muito detalhe. Direi apenas que é… “pesado”.

Este título tem uma temática e um ambiente bastante escuros e misteriosos. Tudo isto contribui para que o jogador sinta realmente que a sua vida está sempre em risco. O ambiente obscuro, os cenários destroçados e misteriosos, combinados com as soundtracks subtis mas “poderosas”, ajudam exactamente na imersão do jogador neste universo que contará com muitas voltas, muita exploração e muitas horas de busca por qualquer objectivo ou prémio que o jogador pretenda obter. Resumindo: quanto explorarem e mais mergulharem no jogo, maior a recompensa.

Em bom português: “isto é tudo muito bonito… mas…” Sozinho nenhum caçador chega longe. Daí veio a opção de jogar em co-op. Esta opção permite qualquer um juntar-se a outros caçadores, de maneira a que possam ter maiores hipóteses de sobrevivência. Costas com costas; fogo de cobertura; cada um por si… vocês escolhem. Há vários estilos que os jogadores em conjunto podem escolher de maneira a que consigam chegar ao final da masmorra sem deixar ninguém para trás.

Tendo tudo o que foi referido em conta, devo confessar que nem tudo é bom. O jogo pode tornar-se algo repetitivo e as personagens que aparecem no decorrer da história não possuem uma backstory que lhes traga atenção. Para além disso, quem já jogou Witcher vai, definitivamente, reconhecer a voz de Doug Cockle. Isto poderá fazer com que o jogador associe o estilo de jogo da série The Witcher a este jogo, o que lhe dará uma percepção diferente e que, por sua vez, poderá não ser a melhor forma de visualizar Victor Vran: Overkill Edition.

Opinião final:

Victor Vran: Overkill Edition é um grande título para amantes de dungeon crawlers. É um jogo versátil com bastantes opções de escolha e que permite ao jogador explorar e encontrar o seu estilo dentro deste universo. A sensação de poder que recebemos ao derrotar uma multidão de esqueletos que nos cercam é algo que não é fácil de ignorar, e definitivamente vai manter jogadores novos e velhos agarrados na expectativa de sermos sempre mais fortes, mais rápidos e mais habilidosos.

Do que gostamos:

  • Simplicidade e versatilidade no modo de jogo;
  • Gráficos e soundtracks que nos fazem mergulhar neste mundo;
  • Historia obscura e misteriosa.

Do que não gostamos:

  • Repetitivo;
  • Familiaridade com outro titulo;
  • Falta de backstory.

Nota: 9/10