Análise – Marvel vs Capcom: Infinite

Marvel vs Capcom é uma série de luta que ficou popular por juntar dois universos distintos, os da Marvel e os da Capcom, não só os heróis como os vilões de ambos os universos, sendo possível coloca-los em colisão e fazer uso das suas habilidades únicas, algo que nunca antes tinha sido possível. Essa franquia sempre se destacou pelos seus combates 3 vs 3 frenéticos, com uma série de opções para fazer Tag e usar ataques especiais em diversas situações, sendo até possível estarem três personagens de um lado e todos eles fazerem um ataque especial devastador.

Em Marvel vs Capcom: Infinite não haverá lutas 3 vs 3 em nenhum dos modos, o que deste já é um ponto negativo a destacar, só haverá lutas 2 vs 2, que mantém na mesma um ritmo frenético (embora não tanto), fazendo dos combates altamente divertidos. Por outro lado o factor confusão decresceu, o que é bom, mas seria ainda melhor se oferecessem ambos os tipos de combates, pois diversidade é sempre bem-vindo. As opções como Tag normal, invocar o nosso colega de equipa para nos ajudar em certas situações sem fazer propriamente o Tag e fazer ataques especiais com ambos os lutadores no cenário continua a ser possível, algo que não só é extraordinário de se fazer, como de se ver.

No que toca a modos de jogo, temos o Arcade Mode, onde temos que enfrentar várias equipas inimigas até chegar a um boss que não só tem uma dificuldade acentuada mas justa, ao contrário do jogo anterior, como é bastante divertido descarregar todos os combos e habilidades especiais nele. Além disso também temos o modo online (com partidas a contar para o rank, partidas casuais, liga de iniciantes que será disputada por jogadores de 14º graus ou inferior com possibilidade de promoção, procurar ou criar lobbys, ver os rankings e ver os Replays ou definir configurações dos mesmos), é possível fazer combates normais contra o CPU e, claro, também há a possibilidade de jogarmos com um amigo ao nosso lado. Também há o modo Treino, onde podemos escolher uma arena e dois lutadores para aprimorar as nossas habilidades, tal como há um modo chamado de Missões, um local para fazer o tutorial e realizar desafios complexos e específicos para cada personagem.

Os combates são frenéticos e divertidos.

No entanto a grande novidade é o modo História. Os heróis, tanto da Marvel como da Capcom, irão juntar-se para enfrentar grandes ameaças, principalmente contra o Ultron Sigma, que tenciona juntar as Jóias do Infinito e ter todo o poder para si, de forma a poder fazer tudo aquilo que desejar. Embora não seja propriamente uma história épica, não haja duvidas que é um dos grandes atrativos deste jogo, pois mantém-nos interessados até ao fim e tem uma boa dose de grandes momentos. E por falar em Jóias do Infinito, não é algo apenas cingido ao modo história e algo superficial, é algo que irá ter impacto na própria jogabilidade, pois será possível fazer uso das diversas Jóias do Infinito.

No total há 6 Jóias do Infinito: Reality, Power, Space, Time, Mind e Soul. Cada uma delas tem habilidades únicas e poderosas. Para activar a Jóia do Infinito, é preciso encher uma barra do lado esquerdo até meio, mas o ideal é encher totalmente a barra, não só para se ter mais tempo para usar determinadas habilidades, como para se poder fazer um ataque ultra poderoso.  No fim de tudo, o conjunto de todas as mecânicas, faz deste um jogo de luta espectacular, que só é assombrado por outros motivos.

Um dos motivos já foi mencionado, o facto de não haver lutas 3 vs 3, mas não se fica por ai. O roster é apenas composto por 30 personagens, um decréscimo em comparação com o Ultimate Marvel vs. Capcom 3 que foi lançado em 2011 e que tinha 50 lutadores jogáveis. Já é possível comprar o Character Pass, que custa 29.99 euros, e que dá acesso a mais 6 personagens, o que significa que com isso o jogo ascende às 36 personagens, mas os X-Men, como o Wolverine, Deadpool, Magneto, Storm, e outros, ficaram completamente de fora. Outro ponto negativo é que personagens que só ficarão disponíveis após comprar o DLC, apareceram no modo história, como é o caso de Black Panther. Isso significa que essas mesmas personagens deviam estar no jogo base e não serem vendidas à parte. As restantes personagens do DLC são: Sigma, Monster Hunter, Winter Soldier, Black Widow e Venom. Infelizmente o que foi referido é apenas parte do problema, já que as animações/design facial das personagens está algo esquisito, sentindo-se que a produtora devia ter feito um melhor trabalho nesse aspecto.

Infelizmente o modo Heroes & Heralds de Ultimate Marvel vs. Capcom 3 foi descartado de Marvel vs Capcom: Infinite. Nesse modo era possível criar um deck de cartas, sendo que cada uma tinha benefícios que iriam influenciar os combates. Depois era possível escolher diversos desafios, com diferentes dificuldades e era um dos grandes destaques do jogo anterior, pelo que é uma pena esse modo não ter sido incluído em Marvel vs Capcom: Infinite.

No que toca aos gráficos, há o aspecto negativo que já foi referido, as animações e o design facial das personagens, mas tirando isso é competente, sendo que alguns cenários, como Valkanda e New Metro City, se destacam dos demais. Além disso todos os efeitos dos poderes e outros ataques especiais estão muito bem-feitos e bonitos de se ver. No entanto o jogo nunca nos chega a deixar de boca aberta. De referir ainda que o jogo correu sempre de forma suave e nunca me deparei com qualquer bug.

Opinião final:

Marvel vs Capcom: Infinite cumpriu com o principal, as lutas, que continuam a ter qualidade, e desta vez há a novidade das Jóias do Infinito que tem impacto na jogabilidade ao trazer uma maior diversidade, no entanto desilude noutros aspectos. É difícil ignorar as estranhas animações/design facial das personagens, um grande corte na quantidade de personagens em comparação com o jogo anterior, incluindo a ausência total dos X-Men e o modo mais importante de Ultimate Marvel vs. Capcom 3 não estar neste jogo, o Heroes & Heralds. No entanto, pelo lado positivo, tem uma história envolvente e interessante, e embora não seja épica e haja melhores alternativas dentro do género, definitivamente é um dos melhores modos que o jogo tem a oferecer e é divertido o suficiente para não descansarmos enquanto não o terminarmos. Se já jogaram os anteriores jogos da série, Marvel vs Capcom: Infinite, apesar dos seus defeitos, continua a ser um bom jogo de luta e será uma compra sólida, no entanto se não jogaram o Ultimate Marvel vs Capcom 3, embora não tenha uma história propriamente dita, é um jogo muito mais completo e, no geral, melhor.

Do que gostamos:

  • Modo História é interessante;
  • Lutas são frenéticas e altamente divertidas;
  • Joias do Infinito tem impacto na jogabilidade e vem acrescentar alguma diversidade;
  • Os efeitos, como os poderes das personagens, e alguns dos cenários, tem um bom design;
  • Arcade Mode tradicional da série está de volta, mas desta vez com um Boss mais justo;
  • Modos Online vem aumentar a longevidade.

Do que não gostamos:

  • Animações faciais estão estranhas e inferiores ao Ultimate Marvel vs. Capcom 3;
  • Corte tremendo na quantidade de lutadores em comparação com o jogo anterior;
  • Exclusão total dos X-Men;
  • Modo Heroes & Heralds ficou de fora de Marvel vs Capcom: Infinite;
  • Jogo nunca chega a surpreender.

Nota: 7/10