Análise – Micro Machines World Series

Quem não se lembra de Micro Machines? Sim, aquele jogo famoso de corridas com carros miniatura muito antigo. Muitos de vós ainda são daquele tempo, outros não. Este novo Micro Machines promete mostrar todas as potencialidades da série revivendo-a, mas será que o consegue?

Depois de vários anos de ausência, a Codemasters regressa com Micro Machines para podermos reviver este grande título. Uma nostalgia pura é o que significa este jogo, com as tradicionais corridas, controlados por miniaturas ao longo de cenários do nosso dia-a-dia, seja em cima de mesas, diversos pisos, na cozinha, etc.

Com a tradicional jogabilidade antiga, é fácil voltar anos atrás e poder estar a jogar novamente este título, mas claro que com várias melhorias gráficas. Na altura, os computadores não tinham a qualidade gráfica que hoje em dia temos, (com imagens a 4K, por exemplo) sendo ainda tudo muito antigo e com visuais de 8 bits. Mas claro, bastava chamar alguns amigos que a diversão estava garantida com Micro Machines, um jogo que nos faz novamente agarrar no comando durante várias horas e, para muitos, representa a possibilidade de mostrar aos mais novos como eram os jogos de corridas nos anos 90.

Cenários de jogo fantásticos.

Mas o grafismo de Micro Machines não era o que fazia o jogador querer jogar cada vez mais, as responsáveis por isso eram sem dúvida as alucinantes corridas para ver quem conseguia sobreviver e chegar ao final das provas no pódio. Com vários cenários que encontramos no nosso dia-a-dia Micro Machines incluía tudo o que um jogo de carros naquela atura necessitava, e que o tornava um dos melhores jogos de corridas para jogar com os amigos.

Comparando a versão deste jogo de corridas dos anos 90 e agora com a deste ano, notamos que não existiu, ao longo de mais de 20 anos, nenhum jogo que sequer se compara-se com o estilo de Micro Machines, com uma vista aérea sobre o cenário do jogo. Com o grande sucesso alcançado inicialmente, este jogo promete voltar a ser uma mais uma opção de escolha para quem gosta de jogar jogos de corridas, com uma jogabilidade simples e idêntica à versão original. É fantástico olharmos para este jogo e podermos voltar a conduzir os carros em miniatura ao longo de cenários verdadeiramente fantásticos e coloridos.

Quem jogou a versão original e está a jogar agora esta, sentirá sem dúvida uma nostalgia pura, claro que com melhoramentos, mas que irá voltar a colocar o jogador em prova durante várias horas. Ideal para jogarem com a vossa família ou com um grupo de amigos em que a diversão está garantida.

De entre as miniaturas de veículos que temos disponíveis, a Codemasters dá-nos a possibilidade de escolher entre doze veículos com diferentes estilos, sejam eles tanques de guerra, carros de polícias, ambulâncias, entre outros. Cada veículo tem diferentes armas e habilidades defensivas e ofensivas, que diferem entre si. Claro que também temos as Loot Boxes, que nos permitem desbloquear novas opções para personalizar os carros

Prontos para a batalha?

Falando propriamente dos modos de jogo, em Micro Machines: World Series temos as tradicionais corridas; um modo de eliminação; e um modo Batalha, que consiste em dois grupos, cada um de seis veículos, combaterem entre si em dois tipos de jogos, um de conquista de setores e outro de captura de bandeira. Este último é um modo que já estamos habituados a encontrar hoje em dia em alguns jogos de corridas que já foram lançados, mas desta vez em Micro Machines é diferente, devido à perspetiva aérea que nos dá enquanto controlamos o nosso veículo.

Mas o clássico modo de Micro Machines é o de eliminação, que consiste em pequenos troços de prova em que terão de tentar ficar sempre nos lugares cimeiros para não serem eliminados – se embaterem ou saírem fora do cenário serão eliminados. O objetivo principal é ficarem o máximo tempo possível nas posições dianteiras e esperar que os adversários fiquem para trás, pois só assim poderão sair vitoriosos. Não existe limite de voltas, a corrida só termina quando ficar um só jogador em prova. Este é um modo que, por um lado, exige um pouco de atenção, pois basta um pequeno descuido para virem parar ao fundo da tabela, mas que, por outro, nos cativa de tal maneira que queremos jogar cada vez mais. Claro que o ideal é jogarem com os vossos amigos este modo, pois caso tenham de jogar frente à Inteligência Artificial (IA) esta “não será pêra doce”.

Por fim, as tradicionais corridas com doze veículos, em que o objetivo é chegar em primeiro lugar, onde não existe qualquer tipo de habilidades para usar, exceto os pickups que encontram ao longo das dez pistas que o jogo nos oferece.

Saltos e mais saltos…cuidado.

Pode tornar-se um pouco confuso controlar o carro durante as provas, visto que com uma visão aérea do cenário é difícil controlar o veiculo, já que temos outros onze veículos em prova, que fazem com que estejamos sempre a embater nos adversários ou até mesmo no cenário. A pequena área que temos disponível ou até mesmos as curvas repentinas que o cenário oferece faz com que nem sempre seja fácil controlar o veículo. Por vezes, devido à incerteza durante a corrida – seja pela vossa condução ou pelos obstáculos durante a prova -, também as armas, neste caso explosivos, são algo imprevisíveis e até desapontantes, devido à falta de precisão, pois muitas das vezes irão pensar que os explosivos vão atingir os adversários e depois são vocês que afinal saem prejudicados. Em momentos de combate com muitas explosões e tiros existe uma quebra de fluidez no jogo e até momentos de lag, mas com uma atualização futura deverá ser algo que ficará resolvido.

Mas Micro Machines também inclui um modo online que promete cativar os jogadores a partilharem experiências com outras pessoas. É no modo online que a Codemasters apostou verdadeiramente, deixando apenas no modo a solo, as corridas, modo de eliminação e batalha. Também o modo de ecrã dividido ficou esquecido, algo que deveria estar incluído no lançamento do jogo, mas quem sabe se, no futuro, com uma atualização, este não seja incluído.

Mas falando do modo online, pois é este que dará uma verdadeira longevidade ao jogo. Quando tentámos aceder ao mesmo, foi difícil encontrar sessões que incluíssem todos os jogadores, sem ser necessário que as restantes vagas fossem preenchidas por inteligência artificial, e sair vitoriosos contra os pilotos controlados pela IA, como dissemos, não é nada fácil.

Bora lá, saiam da frente que vou ser eu o primeiro.

O problema principal é encontrar jogadores necessários para formar uma equipa para os diferentes modos, seja no King of the Hill, no Bomb Delivery ou no Capture the Flag. Sem dúvida que, se todos os elementos fossem jogadores de carne e osso, iríamos ter momentos de diversão fantásticos, mas o que acontece é que os jogos acabam por ser quase sempre dominados pela IA, e aí a diversão desaparece.

Em relação ao grafismo, nota-se uma verdadeira melhoria, como seria de esperar, com os veículos bastante bem detalhados e com cenários (como já referi) realistas e coloridos. Em relação às animações, quem jogou o original vai sem dúvida lembrar-se de alguns pormenores, pois a Codemasters manteve tal e qual o estilo da versão original. Sente-se uma nostalgia pura, em que as miniaturas em pistas do nosso quotidiano ficaram fantásticas conforme a nossa experiencia na versão original do jogo lançada, há já uns bons anos.

Opinião final:

A Codemasters apresenta-nos Micro Machines: World Series, um jogo em que o intuito era a nostalgia pura dos anos 90, e não só, dando a possibilidade aos novos jogadores de poderem experimentar este jogo de corridas com veículos em miniatura. Seria de esperar um foco mais aprofundado na vertente a solo do que no online, visto que nem sempre é fácil encontrar sessões de jogo em que pudéssemos estar a competir apenas com jogadores de “carne e osso”, ao invés da Inteligência Artificial. O jogo oferece-nos um modo de corridas, eliminação e batalha em vista aérea tal e qual como nos anos 90, o que nos faz reviver uma experiência incrível e sentir uma grande nostalgia, em que a diversão está garantida e promete agarrar não só os mais novos, mas também os mais velhos, mesmo que durante longas sessões.

Do que gostamos:

  • Nostalgia pura;
  • Grafismos melhorado;
  • Cenários fantásticos e coloridos.

Do que não gostamos:

  • Devia incluir mais modos a solo;
  • Dificuldade em encontrar sessões apenas com jogadores de “carne e osso”, ao invés de IA.

Nota: 7/10