Análise – Nioh – O Dragão do Norte

O primeiro trimestre de 2017 começou com grandes grandes lançamentos, principalmente a nível de exclusivos, e um desses foi a agradável surpresa chamada Nioh, um dos jogos que com certeza vai competir para o lugar de “Jogo do Ano”. E quando todos já estavam com saudades do protagonista e deste universo, eis que cerca de três meses depois chega o primeiro de um total de três DLCs, intitulado O Dragão do Norte.

O Dragão do Norte situa-se, cronologicamente, após os acontecimentos da história principal, que possui um final perfeitamente fechado e sem a necessidade de outros conteúdos para resolver assuntos pendentes. Assim, a Team Ninja, aproveitou a liberdade para criar um um novo universo de histórias que têm por base aquilo que já foi estabelecido na sua fantástica visão alternativa do Japão Feudal.

Como o próprio nome já indica, o DLC leva o jogador numa viagem para o norte do país, numa região chamada Oshu, onde William Adams irá conhecer novos inimigos e aliados, assim como voltar a encontrar personagens recorrentes, como Hattori Hanzo. Sendo assim, este conteúdo não é independente do jogo base, sendo necessário ter completado a historia principal para que essa nova região apareça no mapa, pois até então estaria bloqueada tanto por questões de dificuldade como por coerência histórica. Após a concluírem, os jogadores serão introduzidos a um novo arco, que, como já era de se prever, será dividido em três partes, que vão ser pouco a pouco exploradas nos próximos meses com estes DLCs.

O Dragão do Norte introduz então a sua versão de Date Masamune, o governante de Tohoku, que planeia uma nova guerra, e se a sua ambição e sede por poder não fossem suficientes, o também conhecido como “Dragão de Um Olho” tem ao seu lado um exército de Yokais prontos a trazer o caos para este universo.

Esta nova região traz a Nioh ambientes mais gélidos que vão fazer parte de toda a história que nos envolve. Todos os cenários desse conteúdo tem como característica principal a neve, gelo e o frio que cobre cada local em que o jogador se pretende aventurar, dando ainda uma visão diferentes sobre os inimigos já conhecidos, assim como apresenta novos e bem intimidantes adversários.

Num jogo que tem como seu principal ponto atrativo a dificuldade, não poderia ser diferente que neste DLC eles fossem novamente um dos grandes destaques. Sem revelar muito, haverá um determinado inimigo chamado Namahage (bem intimidador pelo seu tamanho) que estará pronto a “brincar” de Itamae-san com William, já que traz consigo duas belas e imponentes espadas. Outro tipo de inimigo novo serão os Rokurokubi, criaturas que lembrará uma serpente e que é basicamente um inimigo completo, já que consegue arremessar bolas de veneno e fogo a longas distâncias, mas combates a curta distancia também não serão fáceis já que ela vos poderá agarrar e a morte é uma questão de tempo. Além, é claro, dos bosses, que com toda a certeza vão fazer muitos jogadores arrependerem-se de os terem tentado enfrentar, mas o porquê disto…irão descobrir só durante as lutas.

Porém, William também não vai estar totalmente vulnerável a todos esses novos desafios, a DLC traz novas peças de armaduras, algumas das quais vão merecer mesmo que parem durante alguns minutos num lugar seguro para serem apreciadas com calma, além da Odachi. Esta incrível katana de grandes dimensões seria o equivalente em outros jogos de RPG a uma espada grande de duas mãos, um estilo de arma bem ausente no jogo principal.

Alguns minutos a lutar com a Odachi serão suficientes para qualquer jogador tirar rapidamente as suas conclusões, não sendo realmente uma arma que irá ser padrão para todos, já que se trata de uma arma de movimentação lenta, mas com grande potência. Porém, aqueles que se mantiveram com ela certamente não se vão arrepender. A Odachi possui as suas próprias animações, execuções e até ataques especiais, inclusive com as suas próprias técnicas especiais.

O Dragão do Norte traz consigo um problema já bem conhecido dos jogadores de Nioh os cenários algumas vezes repetitivos, que são basicamente versões com leves modificações de cenários e situações que já enfrentámos tanto no jogo principal como na própria DLC e isso será notável principalmente durante as missões secundárias. No entanto, assim como no jogo principal, haverão momentos e desafios que vão fazer o jogador esquecer este problema e em determinado momento até questionar se não estará numa missão principal.

Em relação à sua duração, algo que vale, sem dúvida, a pena ser mencionado (principalmente depois da deceção dos fãs de RPG, com a DLC Ashes of Ariandel de Dark Souls III). O Dragão do Norte possui um equilíbrio neste sentido que depende de três pontos principais: Dificuldade; Exploração e Longevidade, ou seja, a sua duração irá depender muito da dificuldade que o jogador terá com as três missões principais e as seis secundárias, e daquilo que irá explorar. Acredito que a maioria dos jogadores irá conseguir terminar o conteúdo entre 6-9 horas, o que é uma excelente relação Duração/Preço para conteúdo que, individualmente, custa cerca de 9.99€.

Opinião final:

Em resumo, Dragão do Norte é um excelente início para um arco totalmente novo, dividido em três partes num universo ao qual o jogador já está familiarizado. Com uma nova história a ser criada, novos inimigos e novos itens, novos Espíritos Guardiões, armas e armaduras, coloca-se à frente do jogador um dos bosses mais difíceis até o momento e rapidamente iremos perceber que esse é apenas o início de uma longa e difícil jornada.

Em complemento ao DLC, a Team Ninja também disponibilizou um novo patch que traz consigo as tão esperadas arenas PvP, com combates de 1×1 e 2×2. Além disso, os jogadores agora podem utilizar skin femininas, também foi adicionado um novo modo de dificuldade, que seria o equivalente a um NG++ na maioria dos jogos de RPG, trazendo este modo consigo ainda mais dificuldade, assim como recompensas ainda mais valiosas.

Do que gostamos:

  • Excelente introdução para um arco totalmente independente da historia principal;
  • Ambientação extremamente bem desenhada e traz consegue proporcionar uma experiência totalmente nova ao jogador;
  • Adição de novas armaduras e da Odachi, que traz consigo toda uma maneira nova de se jogar;
  • Bosses ainda mais difíceis e combates intensos.

Do que não gostamos:

  • O reciclar algumas vezes de determinadas áreas e inimigos, algo que já vinha do jogo principal.

 

 

Nota: 8,5/10

 

O DLC Dragão do Norte já está disponível e pode ser adquirido separadamente por 9.99€ ou através do Season Pass por 24.99€.

Podem ler a análise completa ao jogo principal Nioh, além de ler um artigo especial sobre quem foi William Adams na vida real.