Relíquias Japonesas: Séries que nos marcaram #1

 

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Através de uma série de artigos de opinião de periodicidade bissemanal, eu (Joaquim), o Gil e a Carla vamos apresentar e partilhar a nossa experiência com várias séries de jogos nipónicas que nos foram marcando ao longo dos anos, sejam estas quais forem, tudo depende exclusivamente das vivências que tivemos com as mesmas e da sua origem. Assim, tanto podemos apresentar num artigo uma série menos conhecida como Patapon, como outras mais populares, como Sonic, Final Fantasy ou The Legend of Zelda.

Uma vez que grande parte dos catálogos das várias consolas correspondem a lançamentos de jogos de franquias (já estabelecidas ou completamente novas) oriundas do Japão, gostaríamos imenso de saber quais as vossas séries japonesas favoritas e quais as experiências que mais vos marcaram, tendo também como esperança criar uma partilha de ideias saudável na zona de comentários.

De maneira a dar início a esta série de artigos, apresento Patapon, uma original franquia de jogos rítmicos com 3 lançamentos para a PSP, em que controlamos «Kami» (que significa Deus, em japonês), o Grande Patapon, que, com os seus tambores divinos – PATA (quadrado), PON (círculo), DON («xis») e CHAKA (triângulo) -, controla as ações dos valentes guerreiros da tribo Patapon, na sua jornada rumo ao fim da Terra. Como esta série é relativamente pouco conhecida, acho por bem, antes de começar a partilhar a minha experiência, explicar o que é Patapon e como se jogam estas aventuras.

Os Patapons, nesta imagem artística, são representados a enfrentar alguns dos inimigos do primeiro jogo.

Nesta jornada, estes personagens de um olho, dois braços e duas pernas vão enfrentando variadíssimos adversários, desde personagens idênticos a si, mas de outras tribos, como os Zigoton no primeiro jogo ou os Karmen no segundo, até demónios de grandes dimensões, passando por dragões e criaturas míticas.

Todos estes inimigos se batem da mesma maneira, com uma combinação de comandos a quatro tempos, como por exemplo PATA-PATA-PATA-PON, que comanda os guerreiros a avançar, existindo um comando diferente para várias ações, como atacar, defender, saltar ou até escapar por breves momentos. Logo após o nosso comando, os Patapon continuam a entoar o ritmo que criámos, repetindo as notas, todas com a mesma duração, executando simultaneamente o que anteriormente lhes tinha sido comandado.

Durante as várias expedições, vai-se então repetindo esta mesma rotina de dar ordens e vê-las a serem executadas de seguida, no entanto, o ritmo é tão contagiante, os combates são tão entusiasmantes e as falas dos personagens (especialmente no terceiro jogo) são tão engraçadas que o jogo nunca se tornou repetitivo para mim. Assim, gastei muitas horas em qualquer um destes jogos (especialmente no terceiro onde cheguei quase às 150), nunca tendo sentido aborrecimento. Na verdade, ainda hoje, se a minha PSP ainda funcionasse, voltaria a jogar qualquer um deles com grande prazer.

O general Kuwagattan é das maiores dores de cabeça da série.

A primeira vez que experimentei esta série, fui um total desastre. Não se pode dizer que seja muito velho, pelo que era ainda bastante novo quando o jogo original saiu em 2008 e lhe dei uma hipótese, sem saber muito bem do que se tratava. Nos primeiros instantes, não percebia muito bem o objetivo ou como controlar a ação, mas assim que percebi o ritmo, foi apenas continuar a jogar e a gostar cada vez mais. O primeiro jogo é também o mais difícil e o que me fez levar mais as mãos à cabeça, tendo a dificuldade sido reduzida nos segundo e terceiro jogos, embora tenham continuado desafiantes.

Para além dos ritmos contagiantes tão característicos da série, o que mais me agrada nestes jogos é o facto de ser, na sua essência, um RPG. Desde as armas cada vez melhores e com efeitos diversos que vamos recebendo até aos níveis dos personagens e dos heróis (no segundo e terceiro jogos), passando pelas próprias características do ambiente a explorar na expedição, pelas invocações de chuva, vento e por pormenores como as habilidades dos guerreiros, bem como quais materiais obter para alterar a classe dos mesmos.

Por exemplo, é muito pouco aconselhável que se aventurem nos planaltos e montanhas geladas com equipamento de gelo, uma vez que os Patapons irão ter tanto frio que irão congelar por eles próprios. Por outro lado, é aconselhável que usem armas de gelo, para causar ainda mais frio aos inimigos, mas que usem armadura de fogo. O mesmo se pode dizer sobre as armas de fogo, que não resultam nada bem em florestas muito densas, uma vez que, embora queimem as plantas no nosso caminho e estas possam queimar os nossos inimigos, o mesmo se pode afirmar sobre as nossas tropas.

General Gong the Hawkeye, um dos mais destemidos adversários do primeiro jogo e um dos mais importantes aliados do segundo.

Para combater estas adversidades, existem ainda as invocações, que através do auxílio divino fazem aparecer chuva ou vento, que são necessários para passar certos pontos no jogo, como, por exemplo, para arrefecer areias escaldantes ou ventos fortes e opostos ao nosso movimento, respetivamente.

Os heróis foram introduzidos no segundo jogo e tiveram uma presença ainda mais forte no terceiro jogo, existindo, para além do herói Patapon, outros tantos heróis, se bem que do lado negro e ligados a arquimónios – espíritos malvados que foram libertados pelos Patapons que, num ato de ganância, abriram a caixa de Pandora.

No entanto, nem apenas os heróis foram novidades de Patapon 2 e 3, sendo que várias alterações se foram dando. No segundo jogo existia um modo multijogador por ad-hoc em que nos podíamos juntar com amigos, localmente, e em conjunto e coordenadamente acabar com os temíveis inimigos dos Patapons.

Já no terceiro jogo, tanto os heróis como o modo multijogador voltam, embora ambas as adições sejam muito mais complexas e trabalhadas, passando também a existir um modo multijogador online, em que era possível jogar com heróis do lado negro em batalhas Vs., semelhantes às que tinham sido introduzidas no modo história, bem como uma vasta gama de classes novas.

No modo multijogador de 4 a 8 heróis dividem-se em equipas que lutam pelo controlo do campo de batalha.

Para além destas, em Patapon 3 apareceram as dungeons, níveis com mais de um piso e com um boss no final, encontrando-se inúmeros perigos ao longo dos vários níveis da mesma, sendo possível abandonar a expedição no final de cada um, levando para a caverna onde se encontra a tribo. Neste jogo surgiu ainda a possibilidade de juntar armas e obter novas mais poderosas, para além de uma história que, pelo menos para mim, foi muito mais interessante e cativante do que a apresentada nos dois lançamentos que o antecederam.

Em Patapon, e especialmente em Patapon 2, existem vários minijogos rítmicos, como Rah Gashapon, cozinheiro que produz caldos de grande (ou baixa) qualidade (dependendo de quão bem os jogadores se saem a cortar os ingredientes para o mesmo) e que influenciam o comportamento dos Patapons na expedição, ou Bon Bon que nos dá pedaços de madeira que servem para produzirmos novos Patapons ou descobrir novas classes. Adorava estes minijogos e cheguei a passar mais tempo a fazer caldos cada vez melhores do que propriamente a fazer missões, fase que rapidamente passou devido ao facto de estes se acumularem depressa. Infelizmente, estes não estiveram presentes em Patapon 3 o que, mesmo com todas as adições positivas ao jogo, me deixou triste em relação ao mesmo, quando o joguei em 2011, o que não foi suficiente para, mesmo assim, não o considerar o melhor da série.

É comestível? O Rah Gashapon cozinha! Apenas têm de cortar os ingredientes na altura certa.

Enfim, Patapon é uma série de jogos rítmicos que mistura ação num plano bidimensional com elementos de RPG e com uma grande banda sonora, sendo com certeza uma das melhores e mais originais séries deste género tanto para a PSP como para qualquer consola até ao momento. Infelizmente, não alcançou a fama pretendida e a equipa responsável pelos mesmos, a Pyramid, não voltou a apostar na série, não se prevendo o lançamento de Patapon 4.

No entanto, os 3 primeiros jogos da série estão disponíveis na PlayStation Store da PS Vita e da PSP, bem como em suporte físico para a última, pelo que poderão sempre ver mais informações sobre o mesmo e, quiçá, experimentá-los.

Daqui por duas semanas será o Gil a partilhar com vocês uma das séries japonesas que marcou a sua vida como jogador, partilhando a sua experiência e alguns detalhes da série. De minha parte é tudo, espero que tenham gostado do artigo e que tenham ficado a conhecer a série Patapon e interessados na mesma.

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O que será que o Gil está a preparar? Fiquem a saber daqui a duas semanas no Portugal Gamers.

Chegaram a jogar algum Patapon? Se sim, não se esqueçam de partilhar a vossa opinião na zona de comentários. Mesmo que nunca o tenham feito, e se gostarem de jogos de origem japonesa, não se esqueçam de partilhar quais os momentos inesquecíveis que viveram graças aos jogos vindo do país do Sol Nascente.

Bons jogos! 🙂