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1971 Project Helios apresenta-se como um jogo diferenciado, que mostra vontade e valor de ir mais além. É baseado em franquias como XCOM e promove um combate por turnos bastante desafiante e divertido, até certo ponto. Os detalhes entregues ao mundo que constitui a narrativa do título são fundamentais para manter o interesse durante todas as horas que vamos investir, é um mundo muito bem construído e que solidifica toda a história em volta das oito personagens que apresentam motivações únicas para enfrentar um mundo pós apocalíptico na sua vertente mais dura, falta de entrosamento e de união social.

Apesar de as personagens apresentarem contextos diversos que até fazem sentido para que se encontrem entre si, falta à posteriori uma base de sustentação da história, o que deixa os jogadores um pouco “à toa” naquilo que nos é inicialmente transmitido, deixando um pouco a desejar a nível de profundidade narrativa num jogo que pouco mais tem a oferecer do que sucessivos níveis que exigem bastante da nossa capacidade para obter uma vitória no final de cada fase.

O gameplay é muito bem pensado e construído, existe uma progressão de dificuldade em relação ao evoluir da campanha. Vamos encontrando novos inimigos de forma gradual que nos indicam os seus pontos fortes e fracos, dando-nos um conhecimento sobre quais os personagens que devemos usar para que consigamos sobreviver a mais uma etapa. Os inimigos embora apresentem padrões de ataque algo regulares, por vezes mudam a sua forma de agir causando muitas dores de cabeça a quem os tenta derrotar, principalmente em fases mais avançadas do jogo que se torna demasiado difícil de encontrar a tática perfeita para perfurar a barreira bélica de todos os selvagens que nos tentam anular a corpo.

As oito personagens são nos introduzidas ao longo dos dias de jogo (que funcionam como uma espécie de capítulos), e a certo ponto temos a liberdade de escolher entre os oito, três personagens com quem queremos embarcar para concluir mais objetivos para que este grupo de sobreviventes possa continuar a sua jornada. É importante referir que a party conta com quatro personagens, no entanto existe uma fixa para cada missão o que faz com que seja apenas possível escolhermos mais três companheiros.

Para cada um dos personagens existe alguns upgrades que podemos escolher, mas que quando multiplicados por oito nos dá uma sensação numerosa de grande escala. Nestas escolhas de upgrades, que funcionam em esquema de árvore de habilidades, podemos escolher algumas que nos são mais úteis no momento, sendo possível fazer a troca consoante o tipo de batalha que estamos a enfrentar. Entre estas oito personagens existe essencialmente três tipos: longo alcance, curto alcance e ataque corpo a corpo.

A dificuldade do jogo em determinados momentos torna-se bastante acentuada, até porque em várias missões nenhum dos nossos personagens pode morrer e por vezes enfrentamos grupos com um número bastante superior de inimigos em relação aos aliados. Para dificultar ainda mais, as missões funcionam através de níveis que se vão desencadeamento à medida de concluímos objetivos. E, se por ventura chegares a um determinado estado do nível em que não consigas completar, tens de voltar à “fogueira” e repensar a tua tática e escolha de personagens para começar tudo de novo até à batalha em específico. Isto é algo que apesar de desafiante tira muitos pontos ao jogo pela falta de motivação em continuar depois de tanto tempo investido em determinada missão. Apesar da história ser curta, são vários os finais para completar.

A banda sonora e atmosfera acrescenta bastante ao jogo assim como os seus visuais. Apesar de tudo nos ser apresentado de forma simples, conseguimos criar uma empatia com o mundo que nos é exposto. Mas tenho de admitir que é um jogo difícil de digerir em alguns momentos e que não é fácil gostarmos dele durante muito tempo, existindo imenso espaço para melhor ainda.

Opinião Final:

1971 Project Helios é um jogo para os amantes de estratégia, que tenham tempo e paciência para perder bastante tempo à procura de uma tática perfeita. É uma experiência de tentativa e erro que calca a linha entre o divertido e o massivo. Não aconselho este tipo de experiências a quem não goste de perder minuciosamente o seu tempo em detalhes que demoram bastante a ser praticados de forma satisfatória. É um jogo mediano que apresenta uma boa proposta para que possa evoluir e nos trazer mais no futuro.

Do que gostamos:

• Atmosfera;
• Gameplay diferenciado;
• Variedade de personagens.

Do que não gostamos:

• Experiência exaustiva;
• Para um público demasiado específico;
• Frustrante em determinadas missões.

Nota: 6/10