Análise – 3D Gunstar Heroes

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A coleção de 3D Classics já está relativamente composta e não poderia estar completa sem Gunstar Heroes. Citado por muitos como um dos melhores jogos de sempre, é fácil ver porquê, mesmo tendo em conta os standards dos dias de hoje.

À semelhança de títulos como Fantasy Zone II e Out Run, já aqui analisados, esta versão foi desenvolvida pela M2 – que mais uma vez manteve o jogo original inalterado da melhor forma possível. Gunstar Heroes é um run and gun que apesar de não ser tão implacável como os seus compadres da mesma era, continua a ser uma experiência frenética, com ação imparável que consegue ser em igual medida divertido e também desafiante.

A premissa é simples: um robot maléfico chamado Golden Silver pode destruir o mundo, mas as quatro jóias que lhe davam o poder foram escondidas pela família Gunstar. No entanto o ditador Coronel Red escraviza o Gunstar Green, controlando-o mentalmente e obtendo assim as quatro jóias, para poder reativar o Golden Silver. A partir daqui, o jogador irá assumir o papel de Gunstar Red, com a missão de recuperar as quatro jóias e assim evitar o pior. A M2 adicionou a opção de optarem pela versão ocidental ou pela japonesa, que difere um pouco no que toca ao enredo – devido a questões de tradução – mas que acabam por ser no fundo, idênticas.

Em Gunstar, podem escolher que nível querem jogar a seguir, variando sempre a experiência.

Em Gunstar, podem escolher que nível querem jogar a seguir, variando sempre a experiência.

A jogabilidade é extremamente simples, mas ainda assim variada o suficiente. É possível obterem dois tipos de armas, podendo escolher entre uma e outra ou uma combinação das duas. Mas os ataques não se limitam ao vosso armamento, têm ainda a liberdade de atirar com os vossos inimigos ou até saltar e efetuarem ataques corpo a corpo – ainda que simples. Tendo em conta que Gunstar Heroes foi inicialmente lançado em 1993 e aqui temos uma versão na sua essência inalterada, pode-se dizer que faz ver a muitos, mas mesmo muitos jogos que vão sendo lançados hoje em dia com a premissa de serem odes aos jogos retro. A M2 fez ainda questão de adicionar um novo modo, Gunslinger, que permite que tenham em vosso poder todas as quatro variedades de armas, ao invés das duas que geralmente apenas podem manter. Deste modo, todo o jogo muda uma vez que a seleção fica muito maior, não só no que toca a cada arma, mas a todos os híbridos que conseguem combinar. A toda esta estratégia soma-se a opção de poderem utilizar free shot (disparando para onde quiserem enquanto se movem) ou fixed shot, com este último a fixar-vos a personagem mas permitindo que disparem com maior precisão.

Como já mencionei, é um jogo que vos lança para o meio da ação e simplesmente não vos larga. Hordas e hordas de inimigos estão sempre a aparecer no ecrã. A variedade destes é quase nula, mas ainda assim o jogo consegue evitar a repetição, com constantes lutas de bosses que vos obrigam a rapidamente adaptar e aprender os padrões de ataque de cada um – o que pode tanto incluir simplesmente desviarem-se de projéteis, como tentarem manter-se numa plataforma voadora.

Como os restantes títulos 3D Classics, Gunstar Heroes tem adicionada a funcionalidade 3D e a possibilidade de tanto jogarem numa resolução de 4:3 ou numa visão que emula as velhinhas CRT’s – se bem que esta última é um pouco desnecessária e em nada acrescenta à experiência de jogo, notando-se até a imagem um pouco desfocada. Como é habitual nestes jogos, foi adicionada a possibilidade de salvarem onde quiserem, através de um save state – isto para os jogadores pouco pacientes. Ainda assim, dependendo do nível de dificuldade que escolherem, sentirão pouca necessidade de utilizarem esta funcionalidade. Apesar de Gunstar Heroes conseguir ser desafiante, nunca é injusto para com o jogador. Caso a vossa vida chegue ao fim, têm a oportunidade de continuar a partir do último checkpoint, se bem que sem as armas que tinham obtido até então.

Preparem-se para levarem com mil e um inimigos de uma vez.

Preparem-se para levarem com mil e um inimigos de uma vez.

A M2 fez questão de ainda facilitar a vida aos novos jogadores, permitindo que dupliquem o vosso nível de vida – de 100 para 200 – logo quando iniciam o jogo. No entanto, não é de todo necessário. Rapidamente verão a vossa vida a decrescer e o melhor é mesmo usarem e abusarem da vossa destreza para conseguirem avançar.

Confesso que até um certo ponto, achei que Gunstar Heroes iria seguir sempre a mesma fórmula: vagas de inimigos, avançar pelos níveis e enfrentar uns bosses. Apesar de esta fórmula ser seguida por diversos jogos, Gunstar Heroes destaca-se ao surpreender e mudando as regras do jogo. De um run and gun rapidamente passam para uma espécie de jogo de tabuleiro de sobrevivência ou para um shmup. Portanto se durante a vossa aventura sentirem que vai ser sempre mais do mesmo, não se preocupem, rapidamente serão obrigados a adaptarem-se, sempre no estilo frenético que tanto caracteriza este jogo. É ainda de destacar, que à semelhança do original, Gunstar Heroes permite que joguem a dois, desde que o segundo jogador tenha também uma cópia do jogo. Tudo isto faz com que uma experiência que à partida parece apenas mais um run and gun seja uma experiência extremamente divertida e com uma reputação mais do que merecida.

Opinião final:

Sendo um título que, apesar de considerado por muitos como um dos melhores jogos sempre, poderá passar despercebido a muita gente, Gunstar Heroes foi e é um excelente exemplo de como fazer um jogo desafiante, divertido e com um encanto muito próprio, acessível a todos. Para todos aqueles que apreciam um bom jogo retro, é um título mais do que obrigatório na 3DS.

O que gostamos:

  • Mais uma vez, uma excelente versão por parte da M2;
  • Adicionadas várias opções que alteram e variam a jogabilidade;
  • Título run and gun que se mantém como exemplo de um excelente jogo, mesmo com os standards atuais.

O que não gostamos:

  • Curto! Mas é um jogo de Mega Drive, não há muito a fazer!

Nota: 10/10