O Sol desapareceu. A luz da Lua é obtida através do reflexo da luz do Sol e sem este, a Lua simplesmente não brilha. Assim, 6180 The Moon lança-nos literalmente à procura da luz da nossa vida, tentando descobrir como e por que é que o Sol desapareceu, deixando-nos na completa escuridão. Uma premissa simples, mas tão simbólica que nos coloca no papel da Lua, um pequeno ponto de luz que decide embarcar numa viagem à procura do Sol.
6180 The Moon já foi lançado anteriormente noutras plataformas, mas nenhuma oferece a experiência de jogo da WiiU. Aqui, foi tomado pleno partido do gamepad e da dualidade de ecrãs. Ao saltarem com a Lua, rapidamente se aperceberão de que quando esta desaparece da televisão, aparece imediatamente no ecrã do gamepad, podendo ficar eternamente num ciclo de queda entre os dois. Os perigos são muitos, mas nada que vos impeça de levar a vossa missão a bom porto. 6180 The Moon não oferece uma experiência frustrante ou de coçar a cabeça. O visual simplista, a música calma e a jogabilidade fluída formam um conjunto que pode quase ser relaxante.
Os controlos são simples e o jogo faz questão de mostrar lentamente o que o jogador terá de enfrentar, fazendo com que a experiência de jogo tenha uma progressão natural – desde simples níveis em que rapidamente passamos sem muita dificuldade até termos de andar a desviar-nos de perigos por todo o lado. Quanto tocam em alguma coisa que vos cause dano, a “morte” é imediata. Mas os checkpoints são vários e nunca sentimos que fizemos asneira e que temos de repetir tudo. A tentativa e erro são partes naturais de 6180, sendo na sua essência um jogo de puzzles, “morrer” será parte natural da descoberta, tanto do caminho a seguir como dos novos tipos de obstáculos que vão sendo desvendados pouco a pouco – ainda que a mecânica principal se mantenha a mesma.
A interação entre ecrãs pode parecer confusa ao início, mas rapidamente se torna fluída e é quase impossível imaginar jogar 6180 de uma outra forma. Pode parecer desconfortável e até uma adição desnecessária, mas de facto é este o elemento que faltava a um jogo que de outra forma, apesar de interessante, seria apenas mais um no mar de jogos de puzzles que permeiam as lojas online. 6180 não é um jogo longo, mas o seu encanto e a sua personalidade serena são mais do que suficientes para prender o jogador. Ao longo da aventura, vamos encontrando outros planetas que funcionam basicamente como etapas que englobam os níveis que temos de ultrapassar. Estes planetas são personagens em si e apesar de a interação ser mínima, é interessante ver que houve a preocupação em atribuir traços de personalidade a cada planeta, que são notórios nos breves diálogos que assistimos.
A banda sonora é fantástica, fundindo-se na perfeição com o ambiente que é criado. Simples, mas harmoniosa, consegue criar uma paisagem sonora de tranquilidade que muitos jogos do género não conseguem igualar. O resultado final é um jogo que é na sua verdadeira essência uma viagem, ao invés de um desafio. Não quero com isto dizer que 6180 é um jogo fácil e cuja jogabilidade peca por falta de complexidade – não o é, de todo. Mas a descoberta e superação dos diversos níveis – ainda que a variação dos mesmos possa por vezes não parecer ser muita, é mais do que suficiente para fazer com que alguns jogadores se percam durante algum tempo juntamente com a Lua. Porque o que seria da Lua, sem a luz do Sol?
Opinião final:
6180 The Moon não é um jogo grande, mas é um grande jogo de puzzles. Todo ele primando pela simplicidade, consegue criar um ambiente de harmonia que faz com que os jogadores queiram ir avançando pelos diversos desafios e ajudarem a Lua a descobrir o que aconteceu ao Sol. Implementando na perfeição o ecrã do gamepad da Wii U, 6180 The Moon conseguiu melhorar e muito a experiência de jogo já presente noutras plataformas, tornando esta a versão definitiva e obrigatória.
Do que gostamos:
- Utilização fluída do gamepad da Wii U, diferenciando esta das demais versões;
- Banda-sonora;
- Temática.
Do que não gostamos:
- Adaptação à utilização dos dois ecrãs pode ser problemática para alguns.
Nota: 9/10