Análise – Anarcute (PC)

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O que se pode esperar de um jogo indie produzido por um grupo de cinco estudantes franceses baseado em animais extremamente fofos e que lutam contra um grupo que fez uma lavagem cerebral à população? É isso que a grande maioria se vai perguntar na primeira vez em que jogar Anarcute.

Para além dos gráficos extremamente bonitos, Anarcute vem meio que deixar uma mensagem de que vivemos numa sociedade onde muitas vezes sofremos uma lavagem cerebral por meio da crítica televisiva, músicas, convívio social, regras pré-estabelecidas por governos, mas que sempre vai existir alguém disposto a levantar a voz contra tudo isso e, mesmo sendo chamados de rebeldes, quando todos se unem nada é impossível.

A união faz a força.

O jogador será colocado na pele de um grupo de animais com um traço bem simples e que vai lembrar em muito o estilo de alguns animes (não fosse o próprio cenário inicial do jogo o Japão) que tem como missão derrotar um grupo policial chamado de Polícia de Lavagem Cerebral e para isso o jogador irá começar com um pequeno grupo e pouco a pouco durante a sua jornada pelas ruas irá recolher mais e mais manifestantes para a sua causa.

A ideia principal é de que quanto maior o grupo, mais forte o jogador se torna. De início apenas poderão fazer ataques simples, que com o avançar do jogo revelar-se-ão demasiado fracos para derrotar estas forças policiais, pelo que é crucial conseguir mais animais para a equipa. Com cada vez mais animais a juntarem-se ao grupo, novas habilidades vão sendo adicionadas até se chegar a um ponto onde tudo depende da habilidade do jogador, nada nem ninguém o conseguirão parar, mas muitas vezes é mais aconselhável juntar-se ao grupo inimigo do que lutar contra ele.

Desde o primeiro momento em que começarem a jogar Anarcute vão perceber que o jogo não se destina a jogadores hardcore. É um jogo inicialmente muito simples e fácil e com mecânicas fáceis de aprender, se bem que com a progressão irão perceber que o jogo pode ser fácil de aprender, mas será complicado dominá-lo completamente.

Alguns aliados estão à espera de serem libertados.

A cada cenário ultrapassado o jogador irá receber uma pontuação com base naquilo que fez, como por exemplo o número de animais que conseguiu recolher e manter vivo até ao final da missão, e o que pode parecer tranquilo, logo se revela ser uma grande dificuldade, já que esses animais são possuem uma grande resistência, nem contra os grupos policiais nem contra os obstáculos distribuídos pelos cenários, então conseguir um rank S não vai ser das coisas mais fáceis.

Para além da quantidade de animais que consegue manter vivo, a pontuação também vai ser influenciada pela velocidade com que superamos o nível (medida através do tempo que demoram) e a quantidade de inimigos que conseguimos derrotar, pelo que os jogadores terão de encontrar um equilíbrio muito grande entre a rapidez, exploração de cenário e cuidado com os seus aliados.

E por falar em aliados, a cada novo cenário o jogador irá desbloquear novos animais para se juntarem ao grupo, e a Anarteam (estúdio responsável pelo jogo) realmente quis trazer para o jogador uma grande variedade de animais, sendo possível ver desde Carpas até Coelhos a lutar lado a lado. Infelizmente, esta variedade não significa habilidade únicas para cada um, trata-se apenas de uma questão estética.

Mas não precisam de se preocupar, o jogo ainda assim oferece ao jogador algumas recompensas especiais. A cada cenário superado o jogador irá receber moedas que poderão ser gastas numa máquina automática de bebidas, que vai adicionar novas habilidades ao seu grupo de manifestantes, e quanto mais forte a habilidade, mais o jogador terá de gastar para obtê-la, o que vai forçar o jogador a sempre procurar por mais e mais moedas.

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As forças policiais prometem ser implacáveis.

A nível de diversidade de cenários, o jogador irá ser levado a quatro locais principais – Tóquio, Paris, Miami e Reiquiavique – com cada um deles a ter as suas próprias características e diversidade, a ponto do jogador nunca sentir que está constantemente no mesmo local. Então o jogador será levado numa bela viagem tanto pelas ruas cheias de neon de Tóquio, como pelos telhados cheios de neve de Reiquiavique, entre outros.

Entretanto Anarcute não é daqueles jogos para se sentarem e jogarem durante horas e horas, é aconselhado dividir em pequenas sessões de jogo, uma vez que alguns cenários vão ocupar no máximo 10 minutos do tempo (até para jogadores mais casuais). É melhor não se prenderem por muito tempo ao gameplay para que o jogo não se torne monótono, sendo que o melhor é jogar de vez em quando, uma vez que dentro de algumas horas deverão ficar com vontade de voltar ao universo de Anarcute e lutar novamente contra as forças policiais.

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Com a quantidade certa de aliados, nem os prédios vão ficar em pé.

Opinião Final:

Anarcute é um dos jogos que vem no momento certo, durante um período de lançamentos onde os estúdios lançam poucos jogos AAA. Sendo assim, é uma excelente oportunidade para aqueles jogadores que procuram um jogo com gráficos muito agradáveis aos olhos, jogabilidade intuitiva, crítica social e um desafio constante.

Os quatro mundos de Anarcute vão exigir do jogador cerca de seis horas, no máximo, mas não se enganem com este tempo, considerado, por alguns, curto. Dificilmente até os jogadores mais experientes vão conseguir a classificação máxima em todos os cenários do jogo, pelo que o jogo aumenta de maneira significativa a sua longevidade, ao forçar o jogador a repetir certos cenários até conseguir uma pontuação que o satisfaça.

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Haverá uma boa diversidade de aliados

Anarcute será lançado já amanhã, dia 12 de julho, na Steam e Xbox One por um preço de 14,99 euros e com legendas em Alemão, Espanhol, Italiano, Coreano, Japonês, Russo e Português do Brasil, sendo que a Anarteam pretende adicionar outras legendas após o lançamento. Além disso, o jogo poderá chegar a mais plataformas no futuro, não tendo sido, no entanto, nada confirmado até ao momento.

Do que gostamos:

  • Variedade de personagens;
  • Fator de repetição quase que obrigatório para conseguir uma melhor classificação;
  • Diversidade nos cenários do jogo;
  • Jogabilidade intuitiva.

Do que não gostamos:

  • Poderá rapidamente tornar-se repetitivo;
  • Apesar de não ser um jogo infantil, não é muito indicado para todos os jogadores;
  • Sente-se a falta de algo que torne os personagens únicos.

Nota: 7/10