A PlayStation 4 tem sido a “casa” ideal para muitos jogos indies nos últimos anos, permitindo que equipas de pequenas dimensões tivessem a chance de publicar os seus jogos. Alguns destes foram muito bem recebidos pela indústria dos videojogos e conseguiram mostrar que mesmo independentemente é possível criar um bom videojogo.
ArmaGallant: Decks of Destiny tentou seguir os passos desses jogos, ao tentar criar um produto original dentro de três géneros diferentes: MOBA, RTS e Card Battles, tentando alcançar a fama de jogos muito conhecidos dentro destes três géneros. Para tal, conta com um sistema de combate e mapas semelhantes aos que encontramos em League of Legends, utilizando um sistema de cartas com movimentos e personagens, permitindo ao jogador obter cartas através de boosters para adicionar aos “baralhos de jogo”, assemelhando-se a Gwent: The Witcher Card Game na ilustração das cartas e sistema de gestão das mesmas.
Embora esta seja uma boa ideia, a implementação da mesma foi muito medíocre, sendo esta entrega um jogo que apenas nos permite entrar em batalhas de 1 contra 1, em ranking ou amigávelmente (exhibition). Selecionado aleatoriamente o nosso adversário, a batalha irá decorrer num dos 2 mapas disponíveis. Sem ser este modo de jogo, embora esteja disponível a opção para batalha privada (que não funciona), temos ainda um modo offline, embora seja apenas para “praticar”. Este modo é o practice battle e transporta-nos para uma batalha aleatória contra uma IA (inteligência artificial) muito fraca e previsível.
ArmaGallant: Decks of Destiny é um jogo totalmente dedicado às competições online, pelo que, terminado um tutorial muito básico (que não facilita a aprendizagem do jogo), somos levados até ao menu principal do jogo, a partir de onde poderemos ir logo directamente para batalhas online (ou para a practice battle) ou poderemos melhorar o nosso “arsenal” de batalha. Tal é feito a partir de cartas do jogo, que nos permitem invocar monstros ou utilizar habilidades e efeitos especiais (como recuperar vida, dar mais dano ou até infligir efeitos danificadores aos monstros do oponente, tais como veneno e fogo). Poderemos adquirir cartas em troca de moedas, que recebemos ao completar missões (como derrotar X número de inimigos, utilizar X carta X vezes, etc) e batalhas. As cartas vêm em pacotes de 4, estando estes divididos por raridade, sendo, é claro, as cartas mais raras também as mais valiosas.
Cada jogador irá usufruir de 40 cartas por baralho, que irão incluir vários tipos: invocação de monstros, magia e opções elementares. Estas cartas irão ser as nossas armas nas batalhas. Depois do sistema ter encontrado um adversário, iremos ser transportados para um de dois mapas em 3D, que será a arena de combate entre os dois jogadores e onde o objetivo será reduzir a vida do oponente a zero. Para isso, os jogadores irão tentar eliminar os monstros do adversário e possuir o máximo de checkpoints possível, visto que estes irão fornecer ao jogador que os possuir várias vantagens no combate, tais como reduzir a vida do oponente ou infligir pontos de dano aos monstros do oponente.
As cartas de monstro são uma das melhores coisas de ArmaGallant, visto que este nos disponibiliza inúmeras cartas diferentes com vários tipos de monstros e ataques. Estes monstros têm um aspecto fenomenal e colorido, fornecendo vida ao mapa de batalha. Ver a invocação de um Ogre da carta para o campo de batalha é espectacular. Existem 5 tipos de elementos nas cartas (Fogo, Água, Terra, Luz e Escuridão), que irão tornar o jogo mais estratégico e desafiante, visto que estes elementos têm fraquezas e vantagens entre si, exigindo uma atitude cuidadosa na altura de construir um baralho consistente. Cada jogador irá receber pontos de turno de X em X segundos. Estes pontos são necessários para utilizar as cartas, sendo que cada uma terá um custo no canto superior direito.
Opinião final:
ArmaGallant: Decks of Destiny mistura três géneros de jogos diferentes (MOBA, RTS e Card Battles), oferecendo por isso uma experiência de jogo original. A ideia é boa, mas a implementação ficou aquém do que se esperava, visto que o jogo não contém modos de jogo offline, sem ser para praticar contra uma IA (inteligência artificial) fraca. Como se a falta de conteúdo não bastasse no que toca a modos de jogo, apenas nos são disponibilizados dois mapas para lutar em partidas online, onde utilizamos as cartas que obtemos (através dos boosters) como “opções de combate”. ArmaGallant não oferece conteúdo suficiente para o preço que pede (19,99€), tornando-se repetitivo ao fim de algumas batalhas.
Do que gostamos:
- Animações razoáveis;
- Mistura de géneros interessante;
- Inexistência de modo offline à excepção do praticar.
Do que não gostamos:
- Pouco conteúdo e modos de jogo;
- Mecânicas difíceis de aprender;
- Modo de partida privada não funciona;
- Preço exagerado para o conteúdo que oferece.
Nota: 4/10