Após já ter saído há algum tempo na eShop da Nintendo 3DS no Japão e América do Norte, finalmente chega à Europa Azure Striker Gunvolt da Inti Creates. Com um currículo de peso em que constam diversos títulos de Mega Man, a Inti Creates traz-nos um sidescroller que vai muito para além de uma típica jogabilidade de tiros.
A espera foi longa e os jogadores europeus podem agora comprar o título na eShop e desfrutar de toda a história em… “português”.
Mas não é um português qualquer. A primeira coisa que salta à vista quando iniciamos Azure Striker Gunvolt não é a sua arte ou até a música. É todo o texto traduzido de uma forma miserável para português do Brasil que para os mais distraídos, não fica na Europa. É impossível levar o jogo a sério quando uma das primeiras impressões é a de vermos a nossa personagem Gunvolt a ser ameaçado pelo vilão, que lhe pergunta “(…)devo continuar a amaciar você com mais uma corrente elétrica?”
Mas rapidamente Gunvolt se liberta porque, tolinho, o “garoto” é feito de eletricidade e obviamente que correntes elétricas não o “machucam”. Aí começa a perseguição pela musa Lumen, que deve ser “desprogramada” e foi levada no “trem”. A arma de Gunvolt, por si só, não é muito poderosa, mas permite-nos marcar inimigos que depois podemos atacar com o nosso poder elétrico, perdão, “corona elétrica”.
Gunvolt apercebe-se de que a musa, Lumen, apenas está a ocupar o corpo de uma jovem chamada Joule, que ela decide salvar, resultando na saída de Gunvolt da organização para quem trabalha. Mas, saída foi amigável e Gunvolt continua a contar com o apoio dos seus amigos na QUILL.
A jogabilidade é definitivamente o ponto forte de Azure Striker Gunvolt, surpreendendo a cada momento com ação frenética e que obriga o jogador a manter-se alerta em cada segundo, quer seja a lidar com os diversos inimigos que vão surgindo como ao movimentar-se pelo cenário, ao mesmo tempo que vai utilizando os seus poderes elétricos sem sobrecarregar os mesmos.
Azure Striker Gunvolt não obriga a que o jogador siga um caminho predeterminado, não existindo uma ordem obrigatória para os níveis. O jogador é completamente livre de iniciar novas fases ou simplesmente ir revisitando as antigas, tomando partido de novos updates quer à sua arma (contando com ataques especiais e extremamente poderosos) ou à sua armadura. Como já referi acima, o poder da arma de Gunvolt recai na capacidade de marcar os inimigos, vários de cada vez em que depois podemos atacar com descargas elétricas contínuas e de elevado poder.
É esta mecânica de combate que se traduz numa experiência original e que vai muito além do usual disparar-e-fugir a que estamos habituados, obrigando a diferentes estratégias à medida que tentamos infligir o máximo de dano possível com as nossas descargas elétricas. Como seria de esperar, um passo em falso pode resultar na nossa morte, mas que pode ser evitada por uma ressurreição pela mão de Lumen, trazendo Gunvolt de volta à vida e ainda a possibilidade de estarmos quase invencíveis durante algum tempo. A ausência de um sistema de vidas e a utilização de checkpoints sem consequências ajudam ao ritmo frenético de todo o jogo, mas acabam por transparecer como uma ausência de dificuldade. No entanto, o desafio não é inexistente.
A recompensa em Gunvolt acaba por não ser o terminar o jogo, mas sim providenciar maneiras de o jogador se superar a si mesmo, tentando melhorar o seu desempenho em cada nível através de diversas tentativas, fazendo uso dos novos itens que vamos apanhando ou até criando. É ainda de notar que existem vários Desafios a serem superados, que funcionam quase como que se fossem troféus, dos quais podemos escolher alguns para ir tentando.
Os gráficos 2D são, francamente, muito bonitos e envergonham muitos dos jogos Nintendo 3D que vemos espalhados pela eShop.
As cores e efeitos remetem a toda a temática elétrica e ajudam a toda a jogabilidade frenética e elétrica que Gunvolt possui. Isto é ainda mais notório quando selecionamos um ataque especial e o ecrã se enche de cores néon e eletrificantes. O mesmo se pode dizer da sua banda sonora e efeitos sonoros, que se adequam na perfeição a toda a experiência de jogo. As cutscenes são apresentadas na forma de texto com arte tipicamente anime e que serve o seu propósito de avançar o enredo, que por si só, e como devem imaginar, não é nada de especial e não é de todo o que levará alguém a jogar Azure Striker Gunvolt.
Opinião Final:
Azure Striker Gunvolt é a combinação perfeita de uma jogabilidade frenética com inovação e originalidade. Apesar de não ser um jogo de todo perfeito, é um título obrigatório para qualquer possuidor de uma 3DS e que promete uma experiência extremamente divertida. Apesar de não ser de todo um jogo difícil, apresenta desafio suficiente para manter os seus jogadores no seu mundo durante algum tempo.
O que gostamos:
- Jogabilidade original;
- Visuais 2D com um toque retro, mas com uma abordagem decididamente moderna.
O que não gostamos:
- Morte da personagem sem qualquer tipo de consequência;
- Enredo não motiva os jogadores a seguirem o mesmo;
- Tradução para português extremamente mal conseguida.
Nota: 9/10