Battlefleet Gothic: Armada é a mais recente adaptação de um jogo de tabuleiro da Games Workshop, pronto a deliciar os fãs do universo Warhammer 40k.
Para quem não está familiarizado, Battlefleet Gothic: Armada é um RTS (Real-Time Strategy – Estratégia em Tempo Real) no qual o jogador controla frotas de naves espaciais do universo Warhammer 40k. O jogo conta com 4 fações: Imperial, Chaos, Eldar e Ork, que neste contexto batalham pelo controlo do sector Gothic.
Este exclusivo PC foi desenvolvido pela Tindalos Interactive, que já nos ofereceu títulos como Stellar Impact e Etherium, e publicado pela Focus Home Interactive. Nota-se uma grande influência de Stellar Impact neste novo título, agora muito mais polido e com o cativante universo Warhammer 40k a trazer uma enorme mais-valia e uma fiel legião de fãs.
Battlefleet Gothic: Armada corre no motor de jogo Unreal 4 e está visualmente fantástico. Claro que não é qualquer computador que consegue aguentar com os requisitos recomendados, mas podemos afirmar que a otimização é razoável e é possível baixar bastante os efeitos visuais para um melhor desempenho. No entanto, se tiverem a “cavalagem” para puxar as definições ao máximo, vão ficar absolutamente maravilhados. A atenção minuciosa ao detalhe é louvável, conseguimos passar horas só a ver a nossa frota e a estudar cada detalhe das nossas naves preferidas. A Tindalos não se poupou em nada, estudando meticulosamente a arte original e fazendo um trabalho estupendo na adaptação. Nunca as frotas de Warhammer tiveram tão bom aspeto. Abençoado Imperador!
Obviamente que as estrelas do jogo são as naves e todas elas são deliciosas de admirar. Todas as fações têm estilos bastante diferentes, sendo que podemos ainda personalizar as naves das nossas frotas com algumas modificações visuais, para além dos melhoramentos técnicos. Desde a ordem e precisão dos verdadeiros templos flutuantes do Império até à desorganização bruta dos Orcs, vão querer ter várias frotas para explorar em detalhe todas as naves.
Battlefleet Gothic: Armada está separado em duas grandes partes: estratégia em tempo real nas batalhas, com um grande foco no micro-management da nossa frota, e gestão da nossa armada entre as batalhas. A nível de modos de jogo, temos uma campanha clássica, com uma história cativante, na qual vamos explorando o sector e travando diferentes missões, como missões de escolta, assassinatos ou grandes batalhas. Esta campanha é jogada com as forças do Império do Homem, sendo que as outras fações apenas são jogáveis no modo Skirmish e Multijogador. Em ambos estes 2 modos gerimos na mesma uma frota e temos o nosso Almirante, ganhando pontos de renome entre as batalhas, que são depois usados para melhorar a frota. Apesar de estes modos não terem uma história, aqui podemos perder tempo infindável a travar batalhas e a melhorar a nossa frota.
Nas batalhas, começamos pôr colocar as nossas naves, como que num jogo de tabuleiro. Naves mais rápidas podem ser colocadas em sítios estratégicos ou podemos simplesmente querer separar a frota em regimentos. Dado o início do turno, vamos comandar as nossas naves pelo mapa para chegar ao objetivo, que muitas vezes passa por eliminar as maiores naves do inimigo. As batalhas têm um forte componente de micro-management, sendo vários aspetos estratégicos de cada nada modificáveis. Isto pode facilmente tornar-se demasiada informação, pelo que também é possível abrandar o tempo para tomar decisões ou mesmo pôr as naves a tomar decisões automaticamente. Pequenas coisas como usar a artilharia de longo alcance ou acelerar quando torpedos vêm a caminho, podem ter uma influência enorme nas batalhas. Apesar de algo longas, e ainda que muitas vezes se possam tornar monótonas, grande parte das batalhas conseguem ter um sentido de urgência e uma tal ação que quase não paramos. Temos que estar atentos aos inimigos escondidos, usando sondas, aos elementos, podemos esconder-nos em nébulas, entre outros. Por muito que o conceito se repita, raramente duas batalhas são iguais.
Entre batalhas, aqueles que gostam de jogos de gestão vão ficar maravilhados. A “moeda” base do jogo é o renome do Almirante, sendo que ganhamos mais renome quando ganhamos batalhas difíceis ou, por exemplo, quando ganhamos batalhas com uma frota pequena. Sim, porque ao início de cada ronda, ao escolher a frota que vamos usar na batalha, também usamos pontos. As naves podem ficar danificadas ou mesmo ser destruídas, o que nos leva a precisar de turnos para as reparar. A nível de alterações, muitas são insignificantes e podemos argumentar que há demasiada “palha”. No entanto, muitos vão gostar da enormidade de opções de personalização, desde a artilharia, os pontos em cada grupo da tripulação, os escudos, armas especiais e outros. Podemos ainda, numa fase mais avançada, “jurar” as nossas naves a certas companhias, como por exemplo ter uma nave da Inquisição, o que muda radicalmente a aparência e funções das naves.
Battlefleet Gothic: Armada é daqueles jogos que são fáceis de começar e de perceber, mas extremamente difíceis de dominar, o que se torna bastante recompensador. É precisa muita paciência e, apesar da facilidade dos primeiros níveis da campanha, vão dar por vós a perder imensas batalhas, mesmo com a dificuldade normal. Mas Battlefleet Gothic: Armada não é sobre vitórias fáceis, é sobre colossais batalhas de fortalezas móveis, é sobre 4 fações numa guerra interplanetária, é sobre lágrimas, balas e naves aos pedaços. E é lindo no que faz. Desde o universo cativante ao trabalho sonoro impecável, com voice acting em todo o lado, passando pelos elementos RPG viciantes e às batalhas frenéticas, sempre com visuais estupendos, este é um jogo especial.
Requisitos mínimos:
- Sistema Operativo: Windows 7, Windows 8.1, Windows 10 (apenas versões 64-bit)
- Processador: AMD FX-4100 X4 (3,6 GHz)/Intel Core i5-2500 (3,3 GHz)
- Memória: 4096 MB de RAM
- Placa gráfica: 1 GB, DirectX 11, AMD Radeon HD 6850/NVIDIA GeForce GTX 560
- DirectX: Versão 11
- Espaço no disco: Requer 10 GB de espaço livre
Requisitos recomendados:
- Sistema Operativo: Windows 7, Windows 8.1, Windows 10 (apenas versões 64-bit)
- Processador: AMD FX-8350 X8 (4,0 GHz)/Intel Core i7-3770 (3,9 GHz)
- Memória: 8192 MB de RAM
- Placa gráfica: 2 GB, DirectX 11, AMD Radeon R9 270X/NVIDIA GeForce GTX 760
- DirectX: Versão 11
Opinião Final:
Battlefleet Gothic: Armada é um trabalho de amor para um público-alvo muito seleto. Com uma campanha cativante e vários modos de jogo, com infinitas opções de personalização de frotas e 4 frotas completamente diferentes, o conteúdo é abundante e facilmente recomendável. No entanto, não podemos fechar os olhos ao conteúdo menos inspirado e que quase parece estar só para encher, à progressão lenta e à repetição de missões. Ainda que seja um excelente jogo, dificilmente agradará a um amplo conjunto de pessoas; podemos no entanto garantir que para um certo número de pessoas, está aqui um talismã imperdível e que trará muitas horas de divertimento.
Do que gostamos:
- Aniquilar hereges;
- Longevidade da campanha e infinitas horas no multijogador e skirmishes;
- Fantástica atenção ao detalhe: visualmente, na lore, na jogabilidade;
- A dificuldade recompensante;
- NAVES. GIGANTES. LINDAS.
Do que não gostamos:
- Algumas mecânicas mal explicadas;
- Muita “palha” nos melhoramentos;
- Heresia.
Nota: 8.5/10
Battlefleet: Gothic Armada está disponível no Steam por 39.99€.