Análise – Bayonetta

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Anteriormente lançado para PlayStation 3 e Xbox 360, o jogo de culto da Platinum Games, Bayonetta chegou no passado dia 25 de outubro também à Wii U, acompanhando o lançamento da sequela: Bayonetta 2, exclusivo da consola e cuja análise já se encontra no nosso site e que podem ler aqui.

Nesta versão do jogo, a bruxa Bayonetta continua exatamente igual a como a vimos anteriormente no entanto vem também com algumas novidades em relação às restantes versões que não sendo significativas vêm mesmo assim trazer algo de novo ao jogo.

Em Bayonetta controlamos uma bruxa pertencente ao clã das Umbran Witches e que dá o nome ao próprio jogo, Bayonetta, que com um sentido de humor bastante característico, provocações e movimentos alucinantes vai aniquilando os vários anjos que aparecem no nosso caminho tentando impedir a nossa jornada.

Ao longo de todo o jogo a personalidade de Bayonetta, bem como o seu comportamento, aliados aos combos brutais, aos inimigos variados e aos personagens carismáticos tornam a nossa aventura numa experiência verdadeiramente épica com momentos únicos de início ao fim.

Ao contrário do que estamos habituados, em Bayonetta os anjos não são fisicamente idênticos a humanos, apenas com a diferença de possuírem asas, mas sim bestas bastante variadas e monstruosas sendo que não sendo pelas suas cores em tons mais claros, facilmente se confundiam com demónios. Para além da diferença física, estes anjos apresentam diferentes estratégias de combate pelo que teremos de mudar a maneira como encaramos cada um deles para sairmos vitoriosos dos vários conflitos nos vários capítulos.

Por várias vezes encontrarão estes anjos que vos obrigam a parar.

Por várias vezes encontrarão estes anjos que vos obrigam a parar.

O combate de Bayonetta é bastante semelhante a outros jogos hack n’ slash como por exemplo Devil May Cry em que com finalizações brutais, várias armas diferentes e movimentos rápidos temos de destruir vários inimigos que se juntam em grupos que nos aprisionam em zonas específicas até terminarmos com todos. Em Bayonetta o combate é especialmente rápido, mesmo comparando com muitos hack n’ slash, sendo que por vezes torna-se difícil planear os nossos movimentos enquanto nos temos de preocupar em manter um ritmo elevado para não sermos atingidos pelos nossos adversários já que nos temos de preocupar não só com a sequência de ataques mas também com as movimentações dos adversários para nos desviarmos deles e podermos contra-atacar com sucesso.

Em momentos mais avançados do jogo esperar para ver os movimentos do adversário para então contra-atacar é mais importante que atacar sem pensar na nossa defesa. Quando nos desviamos de um ataque inimigo no último instante ficamos momentaneamente sobre o efeito do Witch Time, um poder que faz com que os nossos adversários se movam muito mais lentamente durante um curto espaço de tempo, o que nos permite atacar este inimigo sem nos preocuparmos com os seus ataques.

Por vezes esquivar dos ataques dos inimigos é tão importante que em fases mais avançadas do jogo, caso não o consigamos, alguns ataques podem causar danos enormes e que nos diminuem bastante a barra de vida pelo que ter timing perfeito num jogo com um ritmo tão elevado torna-se difícil mas ao mesmo tempo, necessário o que torna o jogo ainda mais desafiante. Para aumentar o desafio temos ainda vários modos de dificuldade que alteram o dano que sofremos, quantos ataques são necessários para abater os nossos inimigos, entre outras alterações que fazem de Bayonetta um dos jogos mais desafiantes do seu género.

Guilhotina, um dos Torture Attacks mais comuns do jogo.

Guilhotina, um dos Torture Attacks mais comuns do jogo.

Caso queiram explorar tudo o que Bayonetta tem a oferecer neste quesito podem repetir cada um dos capítulos anteriores em qualquer uma das dificuldades, que ao concluírem irão receber de acordo com as vossas combinações de combos, vida perdida e tempo um troféu que pode ir de pedra até platina, algo bastante difícil de alcançar e que requer várias horas de prática aumentando bastante a longevidade do jogo.

Entre cada uma destas missões e mesmo a meio das mesmas são nos apresentados cinemáticos que em muitas ocasiões não quebram o ritmo em relação aos momentos de maior ação do jogo, o que se revela espetacular já que os personagens com o seu carisma, as suas atitudes e os seus movimentos rápidos dão vida constante ao jogo levando a momentos verdadeiramente épicos.

Nestes cinemáticos notamos bem o estilo de Hideki Kamiya, produtor do jogo, e de quão exagerado Bayonetta é em vários aspetos, bem como uma constante crítica à sociedade através de várias imagens e comportamentos. Estes cinemáticos no entanto não são sem sentido sendo que a história de Bayonetta está bem construída apresentando um enredo consistente sem falhas a apontar e que se mantém interessante até ao fim do jogo.

Bayonetta e Luka, dois personagens memoráveis.

Bayonetta e Luka, dois personagens memoráveis.

Sempre que derrotamos um inimigo ganhamos Halos, um metal precioso que serve para posteriormente comprarmos armas, habilidades e itens nos Gates of Hell. Esta loja, que pode ser acedida entre os vários capítulos do jogo ou em alguns pontos dentro de um capítulo é controlada por Rodin, um dos nossos aliados, e apresenta um estilo bastante idêntico a um bar, embora o que compremos nessa loja, nada tenha a ver com bebidas. Rodin apresenta-se como um dos personagens mais carismáticos do jogo e ajuda a manter as visitas à loja interessantes sempre que podemos fabricar uma nova arma ou comprar uma nova habilidade.

Sempre que acabamos um capítulo é nos apresentado um mini-jogo denominado “Angel Attack” em que com um número limitado de balas devemos tentar abater anjos acertando nos pontos críticos, como se tratasse de um jogo retro. Sempre que abatemos um anjo, e dependendo de que anjos abatemos vamos acumulando pontos que poderão servir para trocar por itens que se encontram nos Gates of Hell ou então convertemos esses pontos em Halos que posteriormente usamos na loja.

Na versão da Wii U, Bayonetta tem um aspeto fantástico e embora comparando com jogos atuais não seja o topo de grafismo, continua a ser bastante razoável e os efeitos dos ataques e dos personagens nos cinemáticos continuam a estar bastante atuais, embora já se tenham passado alguns anos desde o seu lançamento.

Preparem-se para enfrentar anjos gigantescos.

Preparem-se para enfrentar anjos gigantescos.

O que salta à vista no entanto em Bayonetta são também os seus cenários que representam com grande pormenor zonas urbanas, que entretanto se transformam completamente em ruinas e locais antigos e que nos transportam até espaços que embora ficcionais poderiam ser locais reais já que possuem todas as características de espaços do mundo antigo.

Na versão Wii U todo o jogo está representado de maneira igual a como o vimos na versão PlayStation 3 e Xbox 360 sendo que nenhum modo de jogo foi adicionado nem houve nenhuma mudança drástica. Mesmo assim, existem pequenas coisas que estão presentes nesta nova versão que não se encontravam presentes quando o jogo saiu em 2010.

Uma das adições trata-se de fatos exclusivos a franquias exclusivas da Nintendo que têm repercussões não são a nível estético mas também em como jogamos. Estes fatos representam Peach, Link, Samus e Daisy e cada fato tem as suas diferenças. Quando vamos com o fato de Peach ou Daisy os nossos ataques em que invocamos partes de demónios passam a ser os braços e pernas de Bowser, o vilão da série Mario; Quando escolhemos o fato de Link, vestimos a famosa túnica do herói de Hyrule e equipamos a Master Sword e o Hyrule Shield, que nos permitem atacar os inimigos com cortes rápidos e bloquear os seus ataques respetivamente; Com o fato de Samus ficamos envolvidos pela armadura típica dos jogos Metroid e para além disso podemos transformar-nos em Morph Ball e rolar pelos estágios do jogo.

Embora estes fatos estejam bem concebidos e ofereçam algo diferente em relação ao que já vimos em versões anteriores do jogo, a verdade é que se sente um pouco a quebra da imersão do jogo quando usamos estes fatos já que não se sentem adequados ao universo do jogo.

Os fatos acompanham-vos também nos cinemáticos.

Os fatos acompanham-vos também nos cinemáticos.

A ideia é bastante interessante, no entanto acaba por ser apenas algo engraçado para experimentar uma vez ou outra já que os fatos presentes no jogo original são bastante mais adequados ao jogo do que as adaptações de série da Nintendo que acabam por retirar um pouco da imersão.

Para além dos novos fatos existe ainda uma outra grande novidade nesta versão do jogo, controlar o jogo usando o ecrã tátil. Com vista a tirar partido das funcionalidades da Wii U, a Platinum Games criou uma maneira de controlarmos todo o jogo usando apenas a nossa stylus sem nos preocuparmos com a ordem dos combos e que botão premir, tentando levar a que jogadores menos experientes se adaptem bem a este jogo que como referido anteriormente é bastante desafiante.

Embora este modo possa ser bom para jogadores que não tenham tanta experiência em jogos hack n’ slash, a sensação depois de se jogar neste modo é de que o jogo não está realmente a ser controlado por nós já que embora sejamos nós a comandar que inimigos Bayonetta deve atacar e sejamos nós a desviar estes ataques. O computador escolhe que ataques usar e em que sequência sendo que apenas fazemos mesmo isso, tocar no monstro que queremos atacar e deslizar a stylus para nos desviarmos dos seus ataques, o que acaba por ser simples demais para além de não ser muito intuitivo jogar usando apenas o ecrã tátil.

Ao longo de todo o jogo temos vários temas musicais que acompanham em sintonia os acontecimentos do jogo e que podem variar entre Moonlight Sonata de Beethoven até músicas mais atuais e originais como a versão original de “Fly me to the Moon” que é o tema principal deste jogo, em que Masami Ueda mais uma vez nos presenciou com uma banda sonora adequada.

 

Opinião final:

Bayonetta para a Wii U apresenta-se como uma versão quase idêntica ao que jogamos na PlayStation 3 e Xbox 360 com apenas algumas adições que embora não sejam nada de espantoso, sempre adicionam algo à experiência. Tal como nas outras versões Bayonetta é um jogo verdadeiramente épico de início ao fim com inimigos, personagens e história marcantes que combinados com a ação frenética, e as características do jogo, melhoram ainda mais as experiências dos últimos anos em qualquer plataforma.

O que gostamos:

  • Vários combos e armas para utilizar;
  • Personagens carismáticas e memoráveis;
  • Inimigos bastante variados e difíceis de abater;
  • Variedade de cenários;
  • Música bem concebida.

O que não gostamos:

  • Nada a apontar.

Nota: 10/10