BOXBOXBOY! é a sequela de um jogo que passou por baixo de grande parte dos radares quando lançado no ano passado na consola portátil da Nintendo, mesmo tendo sido bem recebido pela crítica em geral e reconhecido pela sua simplicidade charmosa. Teve, no entanto, a capacidade de conquistar alguns seguidores. É, então, com alguma naturalidade, que esta sequela é lançada para alegria destes fãs, um ano depois, em que voltamos à aventura de “Qbby” (o nosso herói quadrado), que nos continua a deliciar.
Nesta sequela, Qbby tem um novo poder, que acaba por ser uma das suas principais habilidades, que é o de duplicar o seu corpo em duas caixas extra. Estas irão servir-lhe para escapar de muitos perigos além de o ajudar a sobrepor muitos obstáculos, os quais normalmente não conseguiria transpor. Estas caixas, que saem do seu corpo, servem para criar plataformas, pressionar botões, criar escadotes ou até cordas. A novidade aqui é o já mencionado: Qbby consegue criar 2 conjuntos de caixas, o que dá azo a novos e interessantes tipos de puzzles.
A criação das caixas extra para resolução de um dos primeiros puzzles.
Poderia haver aqui o perigo dos puzzles se tornarem demasiado complicados, porém, este não é o caso. Tudo se mantém relativamente simples, sem se entrar em soluções extremamente complicadas. A maioria dos puzzles pode ser resolvida usando algum senso comum e uma boa dose de matéria cinzenta, o oposto de como acontece em muitos jogos do género, onde a experimentação acaba por ser uma das soluções, o que tira um pouco o sentido a esses mesmos jogos. Este, é portanto um ponto positivo de BOXBOXBOY!. Sendo assim, quando se consegue resolver alguns dos puzzles mais complicados, a sensação de esforço e de recompensa é muito boa, algo que valorizo pessoalmente neste tipo de jogos.
Há um desafio adicional em cada fase, que é o de encontrar coroas que invariavelmente se encontram em sítios visíveis mas aparentemente impossíveis de alcançar. Chegar a estas coroas depende do uso mínimo possível de número de caixas, pois após se atingir um limite de uso de caixas a coroa desaparece.
As mecânicas mais complicadas de puzzles acabam por aparecer após o final do jogo, em formato de níveis extra. Estes estágios adicionam particularidades não presentes no jogo principal, como paredes pegajosas e caixas movíveis. Por isso não estamos a tentar resolver apenas versões mais difíceis de níveis já jogados, mas níveis com peculiaridades próprias e elementos totalmente novos.
E agora, o que fazemos?
Em termos de dificuldade, reconhece-se que alguns puzzles podem chegar a parecer mesmo impossíveis, no entanto, a possível frustração de ficar “preso” ameniza-se com a presença de checkpoints ou até a possibilidade de pressionar L + R para reiniciar o nível rapidamente. Se realmente quisermos, podemos também usar uma 3DS Play Coin para nos ser dada uma pista visual que nos mostra o puzzle na sua solução final, a qual podermos “desconstruir” e tentar o puzzle de novo. É uma forma interessante de evitar frustrações e desistências prematuras do jogo.
Puzzle resolvido: hora de festejar com uma coroa brilhante.
Em termos audiovisuais, no entanto, pode acabar por se tornar ligeiramente repetitivo devido à simplicidade gráfica. Temos, mesmo assim, uma boa duração de jogo, sendo que, para o completar ,podemos levar entre 4 a 5 horas sensivelmente. Além dos fatos desbloqueáveis e os níveis de bónus extra aliados ao valor reduzido temos então um jogo que vale a pena para pausas ou viagens algo longas.
Opinião final:
BOXBOXBOY! trata-se de um joguinho simples e charmoso que nos consegue prender aos seus puzzles e mecânicas interessantes. Não esperem algo que puxe muito pelas capacidades gráficas da 3DS mesmo que este jogo até tenha um aspecto agradável, que, não obstante, é bastante simples. Se não jogaram o original, vale bem a pena jogar esta sequela pois também a história é praticamente inexistente e não fará muita diferença não o ter jogado. As personagens adoráveis complementam o jogo que, apesar de algumas falhas que poderiam ter sido evitadas, é uma boa experiência no género.
Do que gostamos:
- Visuais simples mas agradáveis à vista;
- Tem charme e personagens adoráveis;
- Puzzles inteligentes e difíceis mas não frustrantes;
- Bom preço.
Do que não gostamos:
- Apesar de existirem desbloqueáveis estes não são em grande quantidade;
- Após terminar não há muito que nos faça voltar a jogar;
- Pode mesmo assim ter um nível de dificuldade um pouco alto para alguns.
Nota: 7/10