Análise – Bravely Second: End Layer

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A série que está a começar a se tornar mais do tipo de Final Fantasy  teve direito a uma sequela e apesar se lamentavelmente não ter jogado o primeiro jogo esta sequela faz um trabalho razoável a nos colocar a par dos acontecimentos. É um RPG na medida do tradicional japonês e um que emana qualidade desde o seu início por isso, com mais ou menos cautela, entramos neste Bravely Second: End Layer com alguma esperança de algo bom. Será que estamos perante mais um belo título RPG ou simplesmente se trata de mais uma tentativa?

Nos últimos anos a série Final Fantasy tem perdido algum furor. Quase toda a ligação com os saudosos jogos da SNES foi se perdendo porém, nota-se algum “reavivar” de popularidade. Final Fantasy XIV ainda é popular e o iminente lançamento de Final Fantasy XV, incluíndo até o remake de Final Fantasy VII, têm injetado alguma vida na série. O que é curioso é que esta nova série Bravely Second: End Layer tem sido a ser laureada como o melhor Final Fantasy dos últimos anos. Incluíndo esta sequela.

Na primeira cidade demoramos alguns segundos a procurar a nossa personagem.

Na primeira cidade demoramos alguns segundos a procurar a nossa personagem.

Como já mencionado, desde o início (algo conturbado) o jogo impressiona mesmo no pequeno écrã da Nintendo 3DS sendo que até os efeitos 3D quando ativos são dos melhores que tenho visto nos últimos tempos. Ao sair pela primeira vez para a cidade depara-mo-nos com um minúsculo personagem que à primeira temos dificuldade em encontrar mas que depois torna-se fácil com a ajuda do mini mapa. Os cenários são enormes e muito bem conseguidos fazendo até por vezes esquecer que estamos a jogar na portátil da Nintendo.

O sistema de combate é algo similar aos jogos do género mas com algumas diferenças. As batalhas decorrem por turnos. Uma das opções é não fazer nada e ganhar pontos “Brave” que, ao serem usados, permitem-nos um movimento extra nessa jogada. O truque aqui é jogar com este sistema onde podemos “guardar” os pontos estratégicamente correndo o risco de a não fazer nada ficar vulnerável porém potencialmente ser premiado com a possibilidade de acabar com os inimigos todos em uma só jogada tornando até as mais simples lutas bem interessantes.

O jogo tem visuais bastante cuidados e por vezes impressionantes.

O jogo tem visuais bastante cuidados e por vezes impressionantes.

Outro sistema é o de “Second Points” os quais só acumulam se colocarmos a nossa consola em modo “sleep”. Ou então alternativamente podemos comprar através de microtransações. Não se preocupem pois o jogo pode ser inteiramente jogado sem a necessidade de recorrermos a essa “solução”. O combate acaba por ficar, também, mais complexo pelos 30 tipos de trabalhos que podemos atribuir aos nossos personagens. Entre estes incluem-se alguns clássicos ao estilo de Final Fantasy tais como Magos Brancos ou Ninjas ou então algumas possibilidades de carreira mais extravagantes tais como exorcista ou pasteleiro.

O momento de um ataque poderoso disferido com sucesso.

O momento de um ataque poderoso disferido com sucesso.

As habilidades inerentes a cada trabalho sobem de nível independentemente do personagem por isso podemos facilmente trocá-las ou as combinar com outras. Podemos inclusivé desbloquear a possibilidade de um segundo trabalho o que facilita e expande ainda mais as possibilidades além das habilidades passivas que podemos ter até então desbloqueado. Este sistema de trabalhos é bastante benéfico e interessante de facto pois até confere importância ás missões secundárias que ás vezes preferimos deixar de parte pois a maior parte dos trabalhos só se desbloqueiam através destas.

Este sistema de combate e de trabalhos parece algo complicado mas o jogo faz um bom trabalho a explicar tudo muito bem. Podemos alterar o nível de dificuldade e até gravar o jogo a qualquer altura, acelerar batalhas e até alterar a frequência de encontros com inimigos com o simples pressionar de um ou dois botões. De nota digna, além dos já mencionados visuais muito bons, é a temática dos fatos que obtemos conforme os  trabalhos que mantém um humor bastante agradável além dos diálogos. Todo o jogo em si mantém uma constante temática agradável e surpreendentemente acessível até a novato ao género.

Uma das habilidades em pleno uso.

Uma das habilidades em pleno uso.

Opinião final:

Nota-se que o jogo é propositadamente ao estilo antigo no entanto consegue manter um charme constante conseguindo o manter relevante. Jogá-lo é, na maior parte das vezes, um prazer e apesar de algumas partes da narrativa serem um pouco clichés não o impede de ter uma boa história que nos prende até ao final. Um jogo para perder muitas horas tanto na exploração, na procura de curiosidades, novos trabalhos e combates como no desenrolar dos acontecimentos.

O que gostamos:

  • Sistema de combate clássico mas com nuances novas;
  • Humor mais ou menos subtil durante todo o jogo;
  • Visual e sonoramente muito bem conseguido tendo em conta ser uma portátil.

O que não gostamos:

  • Uso de microtransações é preocupante;
  • Requer longos períodos de tempo para avançar bem;
  • História com alguns elementos cliché.

Nota: 8/10