Análise – Captain Toad: Treasure Tracker

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Ao longo deste ano a Wii U recebeu vários jogos exclusivos que, devido à sua qualidade, aumentaram o interesse pela consola, que é agora encarada seriamente como capaz de concorrer em qualidade com as consolas da concorrência, destacando-se pelos títulos que a diferenciam. Títulos como Mario Kart 8 e Super Smash Bros., responsáveis por subidas momentâneas no número de unidades vendidas, e que embora pouco tempo depois dos respetivos lançamentos, este número tenha sofrido uma grande queda, foi suficiente para manter elevado o apelo pela plataforma e aumentar a notoriedade da mesma entre a comunidade de jogadores.

Com vista a manter o interesse pela sua consola em 2015, a Nintendo vem criando grandes expectativas para títulos com uma grande quantidade de seguidores como The Legend of Zelda, Star Fox e Xenoblade Chronicles X (sequela espiritual de Xenoblade Chronicles, JRPG exclusivo da Wii).No entanto estes títulos ainda demorarão mais algum tempo até estarem prontos, sendo que os detentores da consola e possíveis novos compradores precisam de títulos que mantenham a consola ativa durante este espaço de tempo. De maneira a resolver este impasse enquanto aguardamos pelos pesos pesados da consola em 2015, a Nintendo conta ainda com alguns lançamentos, que embora não tenham grande impacto, ocupam este espaço de tempo não deixando que a consola passe por um período de falta de jogos que volte a afastar os jogadores cativados pelos títulos que chegaram no decorrer do próximo ano.

Para começar o ano de 2015, temos então o lançamento de Captain Toad: Treasure Tracker em grande parte da Europa, a 2 de janeiro (já lançado no Japão, América do Norte e Reino Unido), um jogo de quebra-cabeças protagonizado por Toad, o cogumelo que acompanha Mario nas suas aventuras. Enquanto habitualmente podemos correr, saltar e atacar livremente os nossos inimigos através dos vários níveis dos jogos Super Mario, neste título as nossas habilidades estão limitadas pelo que devemos pensar mais atentamente nas nossas ações antes de as efetuarmos pois os vários inimigos do jogo são impiedosos e oferecem grande resistência. Para nos livrarmos destes precisamos de recorrer ao cenário em que estamos sendo que podemos apanhar objetos para arremessar, cair-lhes em cima ou provoca-los para caírem para fora do cenário. Devido a esta dificuldade em atacar diretamente, muitas das vezes a melhor opção é mesmo tentar evitar os nossos opositores e partir em direção à estrela, que simboliza o fim de mais um nível.

Em Captain Toad: Treasure Tracker somos levados a uma grande variedade de cenários deslumbrantes.

Em Captain Toad: Treasure Tracker somos levados a uma grande variedade de cenários deslumbrantes.

Captain Toad: Treasure Tracker está dividido em 3 episódios, apresentados em forma de livro, em que cada uma das suas páginas representa um novo nível por descobrir. Em todos os níveis apanhamos uma estrela, que não tem qualquer efeito no jogo a não ser marcar o mesmo como concluído. Para além da estrela existem ainda sempre 3 diamantes que se encontram bem escondidos e que é necessária perícia e explorar a fundo os cenários para conseguir apanhá-los a todos. Estes diamantes ficam guardados e vão acumulando, sendo que para podermos prosseguir em diversos pontos do jogo necessitamos de já ter colecionado um determinado número destes diamantes, pelo que é necessário que exploremos minimamente os diversos estágios para podermos prosseguir e concluir a nossa aventura, o que aumenta a profundidade do jogo e a sua longevidade já que os diamantes nem sempre são fáceis de alcançar.

Em cada um dos níveis temos ainda um desafio opcional que pode variar entre encontrar o cogumelo dourado escondido, não ser detetado pelos inimigos ou apanhar um determinado número de moedas, entre outros objetivos que variam na sua dificuldade sendo que podem ser facilmente concluídos ou então bastante desafiadores e que nos obriguem a tentar várias vezes. Caso o consigamos fazer, o nível fica marcado com um carimbo, no entanto podemos repeti-lo para tentar obter melhores resultados, nomeadamente tentar apanhar mais moedas e descobrir tesouros secretos.

Em Super Mario 3D World, em certos pontos do jogo já controlávamos Captain Toad em desafios semelhantes aos que encontramos neste novo jogo, sendo que caso tenham jogado o último Super Mario para a Wii U, então não vão encontrar grandes novidades em Captain Toad: Treasure Tracker, já que este se sente apenas como uma coletânea destes níveis, que podia facilmente ser confundida com um DLC já que incluindo graficamente se encontra idêntico a 3D World, com cenários coloridos e bem detalhados.
Ao longo do jogo irão deparar-se com vários níveis diferentes, apresentados de forma cúbica, em que a câmara tem um papel bastante importante. Dependendo do ângulo em que observamos o nível, temos uma perspetiva completamente única sobre o que devemos fazer para seguir em frente sendo que muitas vezes Toad entra por uma porta e apenas conseguimos ver os seus movimentos graças à presença da sua sombra ou de uma ocasional janela. A câmara pode ser movida com o analógico direito ou utilizando o Giroscópio do Wii U GamePad, utilizando de maneira bastante natural esta funcionalidade do comando da Wii U.

Os níveis em que conduzimos o carrinho de mina ajudam a quebrar a linearidade mas não são suficientes.

Estes níveis ajudam a quebrar a linearidade do jogo mas não são suficientes.

Existem ainda outros níveis que fogem a esta regra, como quando temos de deslizar em carris e temos de apontar o nosso canhão rapidamente aos inimigos, pelo que o a utilização do giroscópio nestes segmentos é ainda mais natural. No entanto esta funcionalidade não é a única explorada em Captain Toad: Treasure Tracker, sendo que este jogo aproveita bem o que faz do Wii U GamePad um comando único nesta geração. Em diversos pontos do jogo teremos de soprar para o comando para mover plataformas, ou de tocar em certos pontos para revelar segredos ou mover obstáculos que se poderão tornar úteis.
Mesmo com a diversidade proporcionada pelas diferentes situações com que nos vamos deparando ao longo do jogo e de como temos de utilizar as funcionalidades da Wii U, Captain Toad: Treasure Tracker apresenta-se como um jogo repetitivo já que os livros são bastante idênticos, começando e acabando todos eles de maneira idêntica e de os níveis que preenchem os mesmos não serem muito distintos, não existindo nenhuma razão para voltarmos a percorrer estes níveis todos já que a história é semelhante e não existe nada de novo.

Quando começamos um novo episódio, Wingo rapta um dos nossos heróis juntamente com uma estrela.

Quando começamos um novo episódio, Wingo rapta um dos nossos heróis juntamente com uma estrela.

Ao longo do jogo somos acompanhados por uma banda sonora cativante e agradável que se adequa perfeitamente à ação que decorre no ecrã desde momentos mais épicos como as lutas com bosses ou ambiente calmo de praia. Muitas das músicas no entanto não são originais e vêm de outros jogos Super Mario, tal como quase todo o jogo.
É facilmente percetível que a Nintendo não necessitou de gastar muitos recursos e tempo na elaboração deste novo jogo já que os níveis são inspirados em Super Mario 3D World, o estilo artístico e os gráficos estão iguais, a música não é original, a história é desinteressante e repetitiva, e os vários níveis são bastante idênticos entre si.

Mesmo com os seus erros, Captain Toad: Treasure Tracker é ainda assim divertido e único.

Mesmo com os seus erros, Captain Toad: Treasure Tracker é ainda assim divertido e único.

Opinião final:

Embora seja pouco imaginativo e repetitivo ao ponto de se tornar aborrecido durante a campanha, Captain Toad: Treasure Tracker é ainda assim um bom título capaz de divertir durante algumas horas e que recomendamos a quem tenha gostado dos puzzles que aparecem em Super Mario 3D World ou de quem possua uma Wii U e esteja à procura de um título que ocupe pequenas sessões de jogo e distraia até chegarem os exclusivos de peso da consola.

O que gostamos:

  • Bom aproveitamento das funcionalidades da Wii U;
  • Cenários coloridos e cheios de vida;
  • Puzzles e segredos por descobrir.

O que não gostamos:

  • Falta de algo novo;
  • Níveis bastante idênticos entre si.

Nota: 8/10