A Intelligent Systems, mais conhecida pela série Fire Emblem criou este Code Name: S.T.E.A.M., um novo IP exclusivo para a Nintendo. São imediatamente notórias as raízes e costumes do estúdio logo a partir do momento que comecámos a jogar no entanto será que consegue manter o mesmo nível de qualidade de Fire Emblem?
Code Name: S.T.E.A.M. passa-se num mundo steam punk, numa realidade alternativa da época de 1860 na qual Lincoln é Presidente mas luta contra alienígenas em vez de confederados. O jogo é de estratégia por turnos onde os jogadores podem controlar até 4 personagens na luta contra estes invasores extra-terrestres. Apesar de um enredo algo único acaba por não conseguir realmente convencer mesmo com personagens “famosos” da cultura e história americana como Tom Sawyer que nunca realmente crescem na narrativa acabando por se perderem um pouco ao longo do jogo.
Ao todo temos 12 personagens jogáveis dando a possibilidade de equipas muito variadas mesmo que estas personagens sejam todas muito equilibradas, querendo isto dizer que nunca haverá um ou outro que se destaque por ser consideravelmente mais poderoso que os restantes. O jogo é passado numa perspectiva de 3ª pessoa, ao invés da vista aérea de Fire Emblem, e enquanto isto confere uma versatilidade e flexibilidade superior não deixa de confundir, especialmente de início em termos de ângulos de camera. Um novo elemento estratégico aqui introduzido é que podendo apontar as armas aos inimigos pode-se procurar os pontos mais fracos.
Outra característica única é o “steam power“. Cada personagem tem uma capacidade de guardar “vapor” e cada ação gasta um pouco desse steam power, seja andando, curando ou a disparar a sua arma por isso em vez de simplesmente optar por avançar e atacar ou defender os jogadores têm a nuance extra de terem de gerir o seu steam e planear bem o avanço contra os inimigos o que aumenta o interessa nas batalhas apesar de também se tornar um sistema algo injusto. Muitas vezes vemo-nos atrapalhados ou rodeados por inimigos usando só o steam para fugir e “rezar” para que nada aconteça ao personagem. Admitamos que também isso ao acontecer normalmente é devido a mau planeamento por parte do jogador mas por vezes a camera não ajuda em termos de entender o layout do mapa.
Outra mecânica interessante é o “overwatch” que basicamente permite ao jogador guardar steam para o próximo turno. Se um inimigo entra no campo de visão do personagem este dispara sobre o mesmo. Esta estratégia permite, além do já mencionado, guardar steam para tentar um ataque usando o steam todo para tentar esmagar os adversários.
Infelizmente, e apesar destas particularidades, Code Name: S.T.E.A.M. tem vários pontos menos bons sendo possivelmente o principal o facto de termos de obrigatoriamente esperar pela vez e movimentação do inimigo sem qualquer hipótese de podermos “passar à frente” o que acaba por tornar em tempos de espera de ás vezes mais de 1 minuto para poder voltar a jogar. Muitas vezes mais. O que é mau, muito mau. Nas batalhas mais à frente isto torna-se ainda mais evidente levando-nos por vezes a fazer outras coisas enquanto esperamos. Um jogo que acaba por afastar o jogador só por ter de aguardar é sempre estranho.
Outra falha é a ausência de qualquer sistema ou elemento de progressão. O jogo está provido de qualquer mecânica RPG, ou seja, sem aumentar de nível, sem novas habilidades, etc. Essencialmente estaremos a jogar com a mesma potência no fim do jogo que temos disponível de início nos personagens. Outra curiosidade é que as batalhas iniciais podem deixar a sensação de um jogo extremamente difícil no entanto isso muda mais para o final onde afinal parece que temos a vida facilitada.
Existe um modo multijogador onde os jogadores podem testar as suas melhores equipas contra outros. Estes desafios são mais divertidos, por assim dizer, pois não existem o tempo de espera tão agastante como no modo história pois os tempos de ação são muito mais encurtados neste modo.
Opinião final:
No seu todo, Code Name: S.T.E.A.M. é uma boa tentativa de introdução de um novo IP. Incluindo novas mecânicas prometedoras e estratégias pode realmente gerar algum interesse. No entanto a ausência de progressão e melhoramento de personagens e especialmente o facto de haverem muitos tempos de espera acaba por manchar o que poderia ser uma nova pérola no mundo dos videojogos. Uma eventual sequela poderá resolver isto. É um bom jogo mas que ainda está a precisar de alguns ajustes para eventualmente ser considerado um concorrente a clássico.
O que gostamos:
- Boas novidades na mecânica de jogo;
- Bons gráficos para a consola;
- Divertido em modo multijogador.
O que não gostamos:
- Esperar pelos inimigos;
- Sem qualquer progressão.
Nota: 7/10