De tempos em tempos surge um jogo que em conceito parece apresentar ideias interessantes e de qualidade, mas que depois falha redondamente na execução. Dead Alliance da Psyop é um desses casos. Não há maneira melhor de descrever um jogo tão confuso e desapontante como é Dead Alliance.
Mas comecemos por explicar em que consiste o jogo propriamente dito: deu-se o zombie apocalypse e o mundo foi, conforme todas as expectativas, infestado por esta epidemia. Todavia os seres humanos restantes estão mais preocupados em lutar entre si do que com a sua própria sobrevivência, fazendo uso dos mortos vivos como arma ou até mesmo como meio defensivo.
Aqui se resume da melhor maneira um jogo que, em conceito, admitimos que soa bem! Utilizar os zombies como arma ofensiva ou até como escudo requer a utilização de zMods que se dividem nos mais variados tipos. Temos à nossa disposição: as P.A.M. Grenades, que fazem com que os zombies na área de explosão corram a atacar para o adversário mais próximo; as Enrager Grenades, que apenas possuem efeito sobre um zombie, aumentando-lhe a força e a área de caça (até onde este consegue detetar inimigos); a Hunter Grenade, que aumenta a vida do zombie, etc.; Existem granadas de distração, de chamariz ao próprio jogador, a outro jogador, inclusive um sistema, L.R.A.D, que chama zombies e que os transforma em aliados. É um conceito interessante e fomos imediatamente relembrados de alguns momentos do Half-Life 2 (perdoa-nos Gabe, por falar na tua obra prima na análise deste “jogo”), onde controlamos os Antlions para atacar os inimigos.
Tudo isto demonstra muitas vezes que recai na implementação e no gameplay boa execução da ideia dos criadores. Infelizmente, neste caso Dead Alliance simplesmente não consegue dar bom uso aos conceitos e ideias que traz consigo, pelo facto de que o gameplay é atroz! Sim, atroz, as personagens movem-se como se tivessem tijolos agarrados à cabeça – nem com a sensitividade do analógico da mira aumentada ao máximo este problema foi aliviado! Simplesmente não conseguimos compreender como é que isto aconteceu! Todo o jogo emana uma ideia de falta de cuidado dado à experiência de o jogar, e isto é patente desde o quase inexistente modo singleplayer, que na verdade não é nem mais nem menos do que combates multiplayer contra bots ou um modo sobrevivência contra zombies (nada de mais), até ao simples facto de que, com o jogo em português, ao sair dos menus de jogo rápido ou criar partida online, o jogo muda para inglês na confirmação se desejamos mesmo sair. Sim, o jogo pode ser jogado em português do Brasil, mas tal serve de parca consolação perante a enorme insatisfação que sentimos a jogar Dead Alliance. A nível de multiplayer, este possui os modos espectáveis de serem incluídos, como deathmatch, capture the flag e king of the hill, para além de permitir customizar não apenas os loadouts como as próprias armas.
Graficamente, Dead Alliance apresenta ambientes até bastante variados e detalhados, pena que o mesmo já não se possa dizer dos zombies e das personagens que são do mais genérico possível. O mesmo acontece com as explosões e efeitos das armas, pois é tudo muito genérico e aborrecido. Com o áudio… qual áudio? Podemos francamente indicar que o que nos ficou na memória foram as ordens – em português do Brasil – que iam sendo dadas no rádio pelo nosso comandante. Tudo o resto cai facilmente no esquecimento.
Opinião final:
É difícil justificar a compra de Dead Alliance, pois embora este apresente alguns conceitos interessantes, o gameplay simplesmente não está lá. É um problema de dedicação que tem de estar lá, e quando não está, temos experiências frustrantes como esta. Supomos que, quem goste de zombies o queira experimentar, mas, para todos os outros, fujam para as colinas!
Do que gostamos:
- O conceito é interessante, é tudo…
Do que não gostamos:
- Gameplay é simplesmente mau, a mira é difícil de controlar e não no bom sentido.
- Singleplayer praticamente inexistente;
- Erros (omissões) de tradução.
Nota: 5/10