Dragon Ball é dos animes mais famosos de sempre, sendo o primeiro que nos vem à cabeça quando nos perguntam o que é anime, e desde o começo da indústria de videojogos, muitas foram as adaptações desta franchise, evoluindo de geração em geração, até que chegou ao seu auge com Dragon Ball Z Budokai 3, considerado um dos melhores jogos de Beat’em Up de sempre.
Este último foi o “adeus” aos jogos principais de Dragon Ball Z em 2D, dando entrada para Dragon Ball Z Budokai Tenkaichi, onde, mais uma vez, o 3º jogo desta série, recebe o título de um dos melhores jogos de Beat’em Up, com um catálogo de personagens jogáveis enorme, mecânicas de batalha incríveis e frenéticas, juntando isto tudo a vários modos de jogo, como o modo história por todo o mundo de Dragon Ball, o mítico torneio Budokai, entre outras delícias para um amante deste género de jogos.
Tentando seguir as pegadas dos seus antecessores para a fama, a produtora Dimps desenvolveu uma série de videojogos dedicados ao tema de Dragon Ball para a nova geração de consolas (PlayStation 4, Xbox One), onde foi buscar o tema do jogo a um MMORPG dedicado à franchise, Dragon Ball Online, que introduziu a possibilidade de criar o nosso próprio personagem através de certas raças e viajar pelo mundo futurístico de Dragon Ball Z enquanto lutamos para corrigir a história original de Goku e os seus amigos. Foi neste jogo que nos foi apresentada, pela primeira vez, a malévola cientista Towa e o seu androide Mira, que juntos tentavam apoderar-se dos personagens da história de Goku, tal como o pai dele, Bardock. Foi daqui que nasceu o conceito para Dragon Ball Xenoverse, que deixou muito a desejar, embora tenha acertado no tema correcto para dar uma continuidade aos jogos dedicados a este anime.
Depois de verificar os conselhos e sugestões dos fãs, a Dimps decidiu desenvolver o segundo jogo da série Xenoverse, dando-nos o jogo em análise, Dragon Ball Xenoverse 2.
Frase que terão de colocar no nosso Passatempo Dragon Ball Xenoverse 2:
“A série Dragon Ball está de regresso, com um dos animes mais marcantes e populares de sempre, quer na tv, quer nos videojogos. Este ano foi lançado Dragon Ball Xenoverse 2.”
Quando começamos Dragon Ball Xenoverse 2 somos levados imediatamente para o ecrã de criação de personagem, onde podemos escolher entre 5 raças famosas de Dragon Ball: Namek, Earthling/Humano, Saiyan, Buu e Freeza, sendo descritas as suas vantagens e desvantagens. Depois de escolhida a raça, procede-se à criação personalizada do nosso personagem, que está totalmente igual a Xenoverse 1, tirando uma ou outra opção nova, deixando a desejar em vários aspetos, tal como na escolha dos cabelos e as formas das cabeças dos nossos personagens.
Criada a nossa personagem, somos levados a assistir a cerca de cinco minutos de cutscenes iniciais para apresentar a nova cidade e vários pormenores aliciantes que, não obstante, poderiam ter sido reduzidas, visto que qualquer pessoa irá navegar a cidade mesmo sem esta ser “apresentada”.
Uma das novidades do jogo que nos deixa deliciados é a introdução de várias transformações para todas as raças disponíveis no jogo, sendo que no antecessor apenas nos era permitido utilizar Super Saiyan ou Kaioken. Agora todas as raças têm pelo menos uma transformação, sendo que a raça Saiyan mais uma vez tem vantagem neste caso, usufruindo de Super Saiyan 1,2,3, Super Saiyan do futuro e Super Vegeta. Todas as transformações apenas necessitam de Ki para se transformar, não utilizando mais nada até ao fim do combate, o que é uma grande vantagem frente ao primeiro jogo, onde as mesmas drenavam rapidamente a nossa barra de Ki.
A raça Buu pode-se transformar em Kid Buu, a transformação derradeira desta raça, tornando-se no vilão principal da terceira saga do anime. Já a raça Namek usufrui de uma transformação física, ficando gigantes e com um aumento enorme no dano que fornecem ao atacar, baseada num dos novos vilões deste jogo, que apareceu num filme do anime, o Namekiano Lord Slug. Já os Earthlings/Humanos têm à sua disposição o bastão que Goku utiliza em criança e a nuvem mágica, permitindo momentos de nostalgia para os fãs acérrimos da primeira parte das aventuras de Goku em Dragon Ball. Como não podia faltar, a raça Freeza introduz a transformação Gold, dedicada a Gold Freeza, revelado pela primeira vez no filme Dragon Ball Super, Resurrection of F. Graças a esta transformação, a raça Freeza tem um boost nos seus stats e inflige mais dano.
A história de Xenoverse 2 é, sem via de dúvidas, um dos pontos fracos do jogo, sendo apenas uma cópia da do primeiro jogo, alterando algumas coisas, mas sendo ainda mais curta que a primeira.
A nova cidade do jogo, Cotton City é enorme e está dividida em várias partes baseadas no mundo de Dragon Ball Z: Orange High School (a escola de Gohan e Videl), Namek, Zona rochosa, Hercules City, Montanhas (onde se situava a casa de Goku), Local do torneio Budokai, um Resort baseado na ilha do Tartaruga Genial, o altar do Shenron, zona comercial, onde se situam as lojas para comprar roupas, cápsulas de vida e outros acessórios e uma sala dedicada às operações da máquina do tempo, onde poderemos lutar, fazer missões paralelas(secundárias) e criar equipas. Foram introduzidas inúmeras coisas nesta nova cidade, sendo a que se destaca mais as várias “ilhas” flutuantes por cima da cidade, onde se situa vários “time rift” para diversas localizações chave do anime, sendo essas: Capsule Corporation, Buu House, Freeza Spaceship, Hercules House, Guru’s House/Namek.
Estas localizações são especiais, sendo que cada uma contém várias missões específicas, estando incluídas também as missões para obter as transformações de cada raça. Em cada uma será possível encontrar várias personagens míticas da série, com várias missões e opções, tais como: infiltração no exército do Freeza, passando desde o comando de Zarbon até ao braço direito de Freeza; a defesa da casa do Guru; as missões de Great Saiyaman; o pedido de Buu para ser alimentado de maneira a criar família; os treinos de Vegeta; entre outros pormenores deliciosos que sempre desejámos fazer, sendo que, ao concluir isto tudo acontecerá um evento muito especial.
As mecânicas de batalha de Xenoverse 2 evoluíram bastante, permitindo agora uma liberdade fenomenal, onde nem o lock-on nos proíbe de fazer o que quisermos. Uma das mecânicas que eu mais queria ver implementadas neste jogo era a criação de combos personalizados e que fossem mais que 2 ou 3 hits genéricos, um dos pontos fracos do primeiro jogo de Xenoverse, e, além de terem implementado o que queria, ainda foram mais longe, juntando as investidas e vários ataques frenéticos e de Ki a estes combos, permitindo aos jogadores sentir que estão mesmo a lutar uma luta digna de pertencer ao universo Dragon Ball Z, utilizando tudo como as personagens do anime, Ki, Instant Transmission (limitado à barra de stamina, como nos jogos de Naruto Ultimate Ninja Storm), boost, entre outras coisas deliciosas que foram implementadas nas mecânicas de combate para tornar esta experiência de combate igual à do anime.
Os locais de batalha e gráficos não mudaram quase nada, tendo sido adicionados 1 ou 2 locais de combate novos, no entanto a destruição dos mesmos tem uma duração de segundos, o que poderia ter sido melhorado, visto que no anime de Dragon Ball Z um dos aspetos principais é a destruição dos cenários. No entanto, em alguns casos específicos, como na arena dos jogos de Cell, a destruição do local é permanente no combate. Embora não tenham melhorado os gráficos, também não ficaram aquém do que era esperado, tendo o jogo uma performance de 60 frames por segundo.
A banda sonora de Xenoverse 2 condiz com o anime e com os momentos da história, estando sempre a adequar-se ao mesmo, para emitir um estado de sentimentos igual ao que se passa, sendo possível trocar de livre vontade no fim do jogo.
Outra novidade é o modo de missões expert, que nos permite enfrentar inimigos com ataques especiais, sendo alguns deles gigantes, tal como os Great Ape, baseados em personagens da raça Saiyan, tais como Vegeta, Nappa e Bardock. Estes modos têm várias mecânicas novas e estão feitos para serem realizados em conjunto, como uma Raid, sendo que os inimigos poderão fazer brainwash nos nossos personagens ou aliados e transportar-nos para uma zona onde teremos de enfrentar as nossas próprias personagens enquanto que os nossos aliados lutam com os inimigos. Além dessas especialidades, muitos deles poderão lançar ataques nunca antes vistos, infligindo dano anormal ou até transportando-nos para outros mapas, sendo que teremos de derrotar outros inimigos para podermos voltar a ajudar os nossos aliados. Estas missões estão geralmente disponíveis na cidade através de uma “bolha” de escuridão denominada por Time Rift, que teremos de destruir para a Supreme Kai of Time a eliminar.
Opinião final:
Embora tenha várias falhas e não esteja completamente ao nível de Budokai 3 e Budokai Tenkaichi 3, Dragon Ball Xenoverse 2 é um jogo que nos fornece as mecânicas mais próximas ao anime que nos é possível com a tecnologia atual, fornecendo um mundo sem igual dedicado à história e personagens do anime de Dragon Ball Z cheio de humor e carisma, a Dimps merece aplausos pelo que conseguiu fornecer aos fãs de Dragon Ball Z com este jogo.
Do que gostamos:
- Mecânicas de combate muito parecidas às do anime;
- Dimensão e interacção da nova cidade e personagens a condizer com o anime;
- Catálogo de personagens jogáveis enorme com habilidades bem escolhidas e executadas;
- Novos modos de jogo interessantes como as missões Expert e as missões secundárias das ilhas Time Rift;
- Transformações melhoradas e disponibilidade de várias diferentes para cada raça do jogo;
- Permissão para poder voar ou andar de transporte na cidade, com animações de choque engraçadas.
Do que não gostamos:
- Modo história muito pouco aliciante e mal construído;
- Tutoriais enormes e complicados, embora não sejam obrigatórios;
- Criação de personagens praticamente igual ao jogo anterior.
Nota: 7/10