Através da Virtual Console da Wii U, os detentores da consola têm acesso a vários clássicos que foram marcando várias plataformas Nintendo, como a Nintendo 64, NES, SNES e o GameBoy Advance.
Recentemente chegou então, F-Zero GP Legend, um jogo lançado em 2004 para o GameBoy Advance e que marca um dos últimos lançamentos desta série que cativou uma grande quantidade de fãs, que continuam a esperar impacientemente por um novo título.
Embora não seja um jogo novo, GP Legend pode servir para saciar a sede por novos F-Zero, bem como para trazer sentimentos nostálgicos a quem tenha jogado os títulos para a SNES, já que a jogabilidade e o estilo gráfico são bastante idênticos.
Com os seus gráficos pixelizados e cenários em 2D, GP Legend não cativa pelo seu aspeto e veículos futuristas como acontecia anteriormente pois já temos disponíveis jogos de corridas com naves futuristas e muito melhor aspeto.
Mesmo com estas limitações, há algo em F-Zero que consegue divertir e prender-nos por horas ao ecrã: a sua jogabilidade, que serve de prova de que embora o aspeto visual influencie o jogo, o mais importante e o que define um clássico é a sua jogabilidade, pois com a evolução tecnológica, a sua qualidade visual é facilmente ultrapassada em poucos anos.
A jogabilidade de F-Zero GP Legend consiste em levar a nave até uma determinada meta primeiro que os nossos oponentes, tendo cuidado para não embater nas margens da via que percorremos, pois esta causaria a perda de “Power” e consequentemente ao destruimento do nosso veículo, bem como a que fiquemos para trás e não consigamos acompanhar os adversários. No entanto isto não é suficiente para que consigam prosseguir e acompanhar o ritmo acelerado do jogo, na pista irão encontrar várias vezes obstáculos que irão limitar a vossa velocidade e levar a perda de Power, pelo que será crucial evitar a maior parte deles, ou até mesmo todos, para saírem vitoriosos.
Temos ainda boosters, que nos darão uma maior velocidade durante um curto período de tempo, no entanto estes boosters devem ser encarados com cuidado já que os circuitos de GP Legend estão desenhados com curvas bastante apertadas, pelo que precisarão de diminuir a velocidade caso não se queiram espalhar ao comprido.
Esta jogabilidade arcade de F-Zero é o que torna a série tão única, comparada ao que vemos hoje em dia, em que quase todos os jogos de corridas privilegiam a simulação o mais real possível da realidade, em prol de circuitos e jogabilidade únicos.
A jogabilidade de F-Zero fica, no entanto, por aqui e podem constatar praticamente tudo o que o jogo tem a oferecer neste nível, na primeira meia hora ou 1 hora de jogo, sendo o resto apenas variações e repetições deste mesmo padrão, que se não pela história interessante, tornariam este jogo aborrecido.
A história de F-Zero, ao contrário do que costuma acontecer nos jogos de corridas, é bastante interessante e leva-nos a assumir o papel não só do famoso Captain Falcon, mas também de muitas outras personagens, que vão entrando na história aos poucos, estando toda ligada e bastante interessante, com foco para Rick Wheeler, o personagem com maior destaque em GP Legend.
Para além da história existe ainda outro fator que puxa os jogadores a continuar a jogar vezes sem conta, este jogo, a sua dificuldade, que é um dos seus pontos fortes, mas também o seu maior ponto fraco.
Graças à dificuldade que se sente nos vários desafios de F-Zero, desde as primeiras missões, o jogador nunca pode encarar uma nova corrida como algo fácil já que todas são desafiantes e facilmente irão ficar acostumados com o ecrã de Game Over, bem como a sua música, enquanto levam as mãos à cabeça.
Embora também motive os jogadores a continuar, a dificuldade em GP Legend está um pouco acima do que devia para garantir diversão já que se pode tornar muitas vezes frustrante já que podemos facilmente passar de 1º lugar para 5º ou 6º, já o contrário é muito provável que não suceda.
Opinião final:
F-Zero GP Legend mantém-se como uma proposta divertida mesmo após todos estes anos e embora tenha as suas limitações e que já não estejam habituados à apresentação gráfica do GameBoy Advance, é fácil conseguirem tirar diversão deste jogo devido à sua jogabilidade e arcade.
O que gostamos:
- História interessante e bem estruturada;
- Jogabilidade arcade e viciante;
- Sensação de desafio constante.
O que não gostamos:
- Objetivos e jogabilidade repetitivos;
- Dificuldade pode levar a frustração.
Nota: 7,5/10