Análise – Far Cry: Primal

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Sendo já o quinto jogo da aclamada série de acção e aventura em FPS, denomeada por Far Cry, chega-nos às mãos o novo título da Ubisoft, Far Cry: Primal.

Deixando de parte as modernices das armas de fogo, granadas de várias propriedades e espadas, iremos ser transportados ao maravilhoso mundo de Oros que existiu 10,000 anos antes de Cristo no tempo em que a raça humana estava dividida em vários grupos de primitivos.

Wenja (Full of Life), são um grupo de primatas que está sempre a procurar refúgios, abastecimentos para sobreviverem e a tentar adaptar-se neste mundo em constante evolução e cheio de perigos dos outros grupos primitivos.

O objetivo deste grupo é recuperar a sua terra, Oros, dos outros grupos primitivos, que aterrorizam e espalham o caos.

Primatas Wenja

Primatas Wenja.

Este grupo de primatas exploradores e guerreiros têm como personagens de renome: Takkar (líder e chefe das Bestas animais); Sayla (coletora e abastecedora); Tensay (Hermita/Shamã); Jayma (caçador); Karoosh (guerreiro); Wogah (criador de armaduras/armas/etc); Urki (filósofo); Dah (especialista dos Udam) e ainda Roshani (especialista dos Izila).

Udam (Flesh-eating warriors) – O grupo mais primitivo dos três, sendo canibais que aterrorizam os Wenja e matam todos tanto com o objetivo de comer, torturar ou conseguir retirar os lugares de Oros que pertencem aos Wenja.

Primatas Udam

Primatas Udam.

Estes guerreiros primatas têm alguns personagens que se destacam, tal como Ull, o temido e poderoso guerreiro que chefia os Udam e Dah antigo comandante.

Izila (Mestres do Fogo), também conhecidos como Sun Walkers, são primatas piromaníacos muito dedicados aos cultos e rituais aos deuses do Sol, da Lua, Suxli e à sua comandante Batari, são originários de Mesopotamia.

Primatas Izila

Primatas Izila.

Estes piromaníacos espirituosos têm personagens de renome, que lideram e comandam os restantes tal como Batari, a Sacerdotisa tão idolatrada e líder do grupo e Roshani, antiga comandante do grupo. Estes são os grupos principais do jogo, e estão em constante conflito uns com os outros pela terra de Oros.

Vestindo a pele de Takkar, o líder do grupo Wenja e domador de animais selvagens, enfrentámos inúmeros perigos, nesta terra desconhecida e maravilhosa de Oros, com a sua vasta e densa floresta tropical, os seus rios e paisagens de cortar a respiração.

Aventurámos no desconhecido de machado na mão e arco nas costas carregado de setas, prontos a enfrentar os perigos desta perigosa terra, tais como Mamutes, Tigres Dentes de Sabre, Ursos, Lobos e claro os grupos primatas antagonistas, nas mais diversas atividades e missões, de forma a ajudar o grupo Wenja a expandir-se. Para tal podemos desfrutar de várias habilidades, como encarnar águias e voar, encarnar mamutes, tigres, entre outros inúmeros animais, podemos ainda comandar os animais para atacar, curá-los, entre outros.

Takkar, líder dos Wenja montado num tigre dentes de sabre.

Takkar, líder dos Wenja montado num tigre dentes de sabre.

Em relação às habilidades e crafting, continua pelo mesmo caminho que os seus antecessores tiveram, onde se baseia em apanhar folhas, madeira e vários objetos para conseguir fazer craft ou melhorar os nossos equipamentos.

À medida que vamos terminando as missões, vamos recebendo pontos de habilidade para aumentar nas diversas categorias, cada um pertence a um especialista, como por exemplo, ao desbloquearmos as habilidades do Shamã Tensay, iremos conseguir interagir mais com o espírito animal e novas opções ficarão disponíveis em redor deste tema.

Árvore de habilidades do Takkar.

Árvore de habilidades do Takkar.

Além de nos ajudarem a desbloquear novas habilidades, estes especialistas (Sayla, Wogah, Karoosh, Tensay e Jayma) levam-nos a locais não explorados, revelam novos itens/armas e chegam por vezes a entregar as missões de história para os eventos desenrolarem.

Sayla é a especialista que nos ajuda a conhecer melhor o mundo de Oros e a recolher os recursos essenciais para a nossa progressão.

Tensay é o típico espiritualista que está permanentemente ligado a tudo o que é místico e sobrenatural, e ajuda Takkar a conhecer esse lado, tal como ajuda a domar as bestas.

Karoosh é o brutamontes que nos ajuda em tudo e mais alguma coisa que tenha a ver com armas. Wogah é um velhote que nos ensina o poderoso poder dos alimentos, e os seus benefícios. Jayma, ajuda-nos a conhecer melhor o que é um caçador, as suas éticas e morais.

Tensai, o especialista espiritual.

Tensay, o especialista espiritual.

Embora Far Cry: Primal não nos falhe na história, no mundo, nos personagens e no gameplay, acaba por falhar em uma parte essencial, que é a falta de conteúdo que não sature os jogadores.

Com isto quero explicar que depois de algumas vezes feitas as missões secundárias e depois de algum tempo a explorar o enorme mundo de Oros, o jogo torna-se muito repetitivo, pois não passa de um “vira o disco e toca outra vez”, e obriga-nos a andar de um lado para o outro, sempre a fazer as mesmas missões para desbloquear X ponto de viagem rápida que acaba por esgotar um jogador.

Além deste defeito, Far Cry peca ainda no movimento da câmara, em que à medida que movimentamos a câmara ou o personagem, vemos o mesmo relvado tanto de verde claro como de verde escuro…ou o machado na nossa mão que em vez de ser pedra clara é pedra escura, retirando a imersão no ambiente ao jogador e esforçando a vista.

Opinião final:

Em conclusão, a Ubisoft falha em mostrar inovação uma vez mais nas suas franquias, e o resultado é medíocre, mas não deixa de ser um bom jogo que conta com mais de 27 produtos para criar e melhorar, 80 habilidades para desbloquear, e 17 animais que poderemos domar.
Além disto vemos uma nova “frente” que raramente é explorada nos videojogos, os primatas e o mundo quando tudo começou, com uma história boa e personagens cativantes, sendo o maior ponto forte do jogo a variedade de coisas para fazer e explorar.

O que gostamos:

  • História interessante e cativante;
  • Variedade enorme de missões para fazer e locais para explorar
  • Diversos mapas, funcionalidades, interações e missões;
  • Infinidade de armas/habilidades/opções de melhoramento do personagem;
  • Personagens bem conseguidos e interessantes.

O que não gostamos:

  • Gráficos mal conseguidos, embora sejam belos e magníficos, tendem a mudar de cor com movimento da câmara;
  • Falta de inovação e reciclagem de praticamente tudo dos jogos anteriores;
  • Repetitivo com o passar do tempo, pois é mais do mesmo.

Nota: 7/10