Análise – Fossil Fighters Frontier

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Apesar de já contar com alguns títulos desde 2008, pela primeira vez Fossil Fighters chega à Europa pela Nintendo 3DS, com este Fossil Fighters: Frontier. Neste jogo teremos a oportunidade de lutar (por turnos) com outros dinossauros à medida que vamos ganhando torneios.

Parece-vos familiar? Pois bem, apesar de já ser o terceiro jogo da série, seria extremamente fácil para os jogadores europeus simplesmente olharem para Fossil Fighters como um mero clone de Pokémon, mas com metade do carisma e renome, com dinossauros (que melhoram sempre tudo). Mas será que com esta incursão na 3DS terá a oportunidade de se distanciar desta comparação inevitável ou não passará de mais um título destinado ao fundo da prateleira?

A primeira impressão de Fossil Fighters é todo o seu ar de série de desenhos animados fugida de um qualquer canal para a criançada. A história começa imediatamente com um confronto entre o heróico Stryker e um senhor que deve ter sido rejeitado nas audições para Robotnik. Aparentemente a INTERFOL (sim, isso não está mal escrito) já há muito que andava à caça deste Robotnik de trazer por casa, perdão, o Dr. Blackraven. Obviamente que fazer discursos dá trabalho, portanto tanto Stryker como o Dr. Blackraven decidem mandar os seus Vivossaurs fazer o seu trabalho sujo, ou seja, darem porrada um ao outro.

Vamos dar as mãos e cantar uma canção…!

Vamos dar as mãos e cantar uma canção…!

O Dr. Blackraven parece ter sido derrotado, mas será que foi mesmo? O que se segue é uma introdução/genérico musical tão manhosa e tão pirosa que estaria mais adequada num programa infantil dos anos 80. Quando finalmente este momento constrangedor acaba, podemos finalmente meter mãos à obra e criar a nossa personagem, limitada à selecção de género e nome, cujo objetivo é tornar-se Warden no Fossil Park Asia e assim contribuir para a proteção dos Fossil Parks por todo o mundo.

E isto é só um bocadinho do maravilhoso mundo de Fossil Fighters, repleto de personagens e diálogos que fazem com que seja impossível por vezes não rir, desde o miúdo gordo cuja descrição passa por “ele rebola imenso” até ao miúdo que é mordido no rabo por um Vivossaur e desde então desenvolve uma obsessão muito pouco saudável pelo bem-estar dos rabos alheios. Mas na verdade não viemos para Fossil Fighters para isto, queremos é dinossauros, certo?

Como aprendizes e aspirantes a Wardens, terão direito ao vosso próprio Bone Buggy, um veículo todo o terreno (ou quase) com que poderão explorar a área circundante à procura de fósseis. O vosso Bone Buggy está completamente equipado e será a vossa única forma de se deslocarem de cada HQ, sendo totalmente personalizável, quer seja apenas a nível da cor como ao nível das ferramentas usadas, sendo sempre possível fazer melhorias a troco de dinheiro.

Sempre quis brincar aos paleontólogos.

Sempre quis brincar aos paleontólogos.

Como não poderão andar a escavar em todo o lado e mais algum, poderão contar com a ajuda preciosa de um radar que vos permitirá localizar os fósseis e assim escavá-los dando inicio a um mini jogo em que, através do ecrã touch e do stylus terão de tentar escavar fósseis que vos permitirão reviver dinossauros, ou seja os Vivossaurs. À semelhança dos Pokémons, os Vivossaurs têm cada um seu tipo/elemento e carecem também de “treino”, ganhando experiência à medida que lutam e podendo obter novas habilidades à medida que vamos descobrindo mais fósseis correspondentes a uma determinada espécie de Vivossaur.

Ao longo da história, vamos conhecendo diversas outras personagens (como o rapazito dos rabos) que poderão acompanhar-nos nas nossas explorações e inclusive nas nossas batalhas com os seus Vivossaurs, passando a ser os nossos Paleo Pals (percebem, percebem? Amigos do Paleolítico, an an?)

O combate é o que seria de esperar de um jogo deste tipo, por turnos e com ênfase nos tipos de cada Vivossaur, água, ar, fogo, entre outros, permitindo antes selecionar o dinossauro como qual queremos combater. A novidade está na importância que é dada às posições, influenciadas pelos ataques efetuados e sofridos, podendo tanto colocar o nosso Vivossaur numa posição vantajosa ou vulnerável, adicionando um novo elemento de estratégia a uma mecânica já mais que usada noutros jogos. No entanto, esta complexidade é um pouco enganosa uma vez que facilmente conseguimos avançar nas batalhas sem grande esforço e nem sequer conseguimos ter qualquer influência nos ataques dos Vivossaurs dos nossos amigos, podendo apenas usar pequenos power-ups que poderão potenciar os ataques. É sempre bom sinal quando numa mecânica de combate existe uma opção para automatizar o mesmo e nem mexer uma palha…

Que se lixe o Pikachu, queremos é dinossauros!

Que se lixe o Pikachu, queremos é dinossauros!

De todo o modo, Fossil Fighters consegue ainda oferecer bastante para fazer, mais do que o que seria de esperar num jogo que rapidamente pode ser categorizado como um clone, dando margem para mudar um pouco de ritmo quando nos cansarmos de uma determinada atividade que possa ser repetitiva. Fartos de combater Vivossaurs que andam à solta? Vamos escavar fósseis! Fartos de escavar fósseis e vos sair sempre as mesmas coisas? Têm sempre missões com objetivos específicos para se irem entretendo! E obviamente terão sempre a história principal para seguir, com personagens cada vez mais viradas do avesso.

Graficamente é onde Fossil Fighters: Frontier peca mais, principalmente considerando que este é o primeiro título lançado para a 3DS. Contando com um misto de arte 2D e modelos 3D, é nestes últimos que o jogo é mais fraco visualmente, aparentando ser pouco polido como momentos em que aparenta ser melhor (talvez devido a uma melhor utilização da luz) e outros em que são simplesmente atrozes, como na sequência inicial com o Robotnik, perdão, Dr. Blackraven. Tudo isto é compensado pelo design jovial e colorido, que se adequa na perfeição ao ambiente leve típico de uma série infantil que permeia todo o jogo.

Ao nível sonoro, não contem com vozes a interpretarem os maravilhosos diálogos, terão apenas como companhia os efeitos sonoros e música que basicamente cumprem o seu papel sem grande destaque. O mesmo poderá ser dito do efeito 3D, que é aqui implementado de forma extremamente fraca, oferecendo uma sensação de profundidade quase inexistente e sendo totalmente dispensável uma vez que não oferece qualquer tipo de melhoria à experiência de jogo.

Fossil Fighters toma ainda partido do Streetpass, permitindo encontrar os Vivossaurs de outros jogadores, iniciando combates automaticamente e irem treinando. O modo multijogador permite que este seja utilizado localmente ou online, quer seja em batalhas de Vivossaurs ou na formação de equipas para explorar os Fossil Parks. No entanto, e como é o primeiro lançamento na Europa, resta-nos saber se a popularidade de Fossil Fighters irá permitir que se tome partido desta funcionalidade em pleno.

Com diversas atividades para entreter qualquer jogador, Fossil Fighters: Frontiers traz-nos a possibilidade de treinarmos os nossos dinossauros de forma leve, descontraída e divertida, podendo parecer mais adequada a uma faixa etária mais jovem mas que facilmente poderá divertir qualquer fã de RPG similares.

Opinião Final:

Fossil Fighters: Frontiers consegue destacar-se do rótulo de Pokémon de trazer por casa e oferecer uma experiência puramente divertida e que pode perfeitamente ser uma introdução aos RPG por turnos aos mais inexperientes neste género. Apesar de existirem opções muito mais bem conseguidas, Fossil Fighters dá aquilo que promete e oferece variedade suficiente para conseguir evitar um estilo de jogo demasiado repetitivo. Nunca conseguindo chegar ao encanto de um Pokémon, Fossil Fighters: Frontiers dá aos seus jogadores a possibilidade de se divertirem num mundo que decerto arrancará alguns sorrisos, mesmo com alguma pirosice à mistura.

O que gostamos:

  • Jogabilidade simples, mas variada;
  • Pokémon com dinossauros!
  • Ambiente colorido e divertido.

O que não gostamos:

  • Combate demasiado simplista (ao ponto de poder ser automatizado);
  • Gráficos fracos para um título da 3DS;
  • Implementação fraca da mecânica 3D.

Nota: 7/10