Análise – Gran Turismo 6

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Gran Turismo, o nome acarreta uma responsabilidade e um patamar técnico reconhecido mundialmente e por mérito próprio. Pois,  afinal trata-se do simulador de corridas por excelência, estando noutro patamar bem acima de jogos como Need For Speedrivalizando apenas com a série Forza.

Conhecido pelas suas simulações perfeitas e por uma atenção quase que doentia ao detalhe, a série GT vêm desde de os tempos longínquos da primeira consola da Sony melhorando com o tempo. Capaz de se moldar para não ficar para trás, mas ao mesmo tempo mantendo-se fiel ao original, Gran Turismo é como que um ecossistema à parte dentro dos simuladores de corrida automóvel. Desde Karting, a WRC, passando pela NASCAR, Campeonato GT e recentemente transitando para a vida real com GT Academy, os fãs de Gran Turismo têm bastante razões para estarem contentes pois não há outro jogo que lhes proporcione uma experiência tão visceral como esta.

Já quando os fãs se preparavam para esperar mais um ciclo de tempo, à lá Gran Turismo, por uma próxima entrega na série, Kazunori Yamauchi e a Poliphony Digital fizeram o inesperado apanhando todos de surpresa ao anunciar, no dia 5 de Maio de 2013, que Gran Turismo 6 sairia no final do ano para a então consola de bandeira da Sony, e que de entre outras coisas contaria com um motor de física revisto, novos controlos para os modos online e que o concurso GT Academy iria receber uma versão de 2013 e que já contaria com um novo motor revisto e melhorado feito especialmente para este jogo. A comunidade ficou tão extasiada como surpresa.

Com um lançamento oficial no dia 5 de Dezembro de 2013, GT6 rapidamente se tornou num sucesso de vendas dentro do expectável para um jogo do género, embora ficasse à quem do seu antecessor, mas não deixando de ser digno de notar. Principalmente numa altura em que os jogos mais mainstream começam a chegar às prateleiras e a loucura do Natal começa a aparecer.

Mas será Gran Turismo 6 um digno sucessor e portador da marca Gran Turismo?

Tudo indica que sim, o nosso primeiro contacto com o jogo é dado em forma de mini-tutorial, onde somos convidados a adquirir um carro básico para procedermos à familiarização inicial com os conceitos do jogo, acelerações, travagens, ataques a curvas, tudo um pouco. Uma ideia engraçada que poderá ser bastante útil para novatos, mas que no caso de jogadores alguma experiência não fará assim tanto sentido. Seria interessante ter visto aqui a capacidade de reconhecer se um jogador é habitué na série, ou se está a entrar em contacto com o mundo de Gran Turismo pela primeira vez.

Posto isto, e uma das novidades dignas de nota, vai para o sistema de menus, imensamente mais rápido e melhorado, o sistema foi revisto de forma a seccionar melhor as corridas, sendo que agora já não será preciso percorrer um longo caminho de menus até chegarmos a linha de partida de uma corrida. Apesar de que por vezes, durante um tipo de evento com várias corridas, teria sido bom adicionar uma opção de saltar directamente para a próxima corrida sem existir a necessidade de se ter que voltar ao menu do evento para efectuar esta escolha, muito simplesmente seria à semelhança do que sucede quando um evento tem um modo de campeonato, onde após cada corrida existe a opção de passar rapidamente para a próxima sem que tenhamos que sair para os menus.

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Com um carro na garagem, o adquirido durante o tutorial seguimos então para o que interessa, a pista e para a primeira série de corridas de principiante as únicas que se encontram disponíveis, para que nos seja possível comprovar se o novo motor físico do jogo é tão bom como o anunciado e como o evento GT Academy deixou antever.

Uma das coisas que nos salta à vista imediatamente é o carregamento da pista e dos nossos adversários, se no GT5 tudo isto era feito durante um ecrã escuro, em GT6 é-nos mostrada algumas informações relevantes para a corrida, como a altura do dia, o tempo e os nossos adversários. Uma das novidades de GT6 é a diminuição nos fatídicos tempos de loading, nesta versão todas as instalações são feitas em background pelo que o carregamento das corridas e das pistas é notoriamente mais rápido.

Preparados na linha de partida, aguardamos pela luz verde que rapidamente aparece quase que impelindo nosso carro pela pista. De imediato nos apercebemos que através de uns toques no comando a direcção parece diferente, mais leve mas mais precisa, tudo bem que o carro é um humilde Honda Jazz, mas na realidade parece que estamos ao volante dum carro de competição, não pela sensação de velocidade mas pela eficácia com o que controlamos à medida que fazemos a primeira curva, a segunda, a terceira e por aí em diante até finalmente cortarmos a meta em primeiro como manda a regra. Esta nova física é mesmo soberba e os controlos são precisos ao ponto de quase sentir o carro a fugir por velocidade excessiva de entrada na curva.

Sorte de principiante? Talvez, mas GT6 é dos jogos em que a curva de aprendizagem é das mais fáceis, durante as primeiras curvas é um festim de taças de ouro, créditos acumulados, recordes batidos, tudo em prol de deixar o jogador agarrado para o que se segue, mas já lá chegaremos.

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Voltamos à corrida, desta vez para apreciar o aspecto gráfico, que embora bastante melhorado vai deixando transparecer que o hardware em que corre se encontra maximizado e que parece não aguentar por vezes as exigências que GT6 lhe faz, de tal modo que as sombras dos carros por parecem vivas, com os rebordos em constante movimento mesmo com o veículo parado, e as notórias “serrilhas” nos rebordos dos carros de das respectivas sombras. Existe uma melhoria notória no aspecto gráfico, mas talvez por estarmos habituados das entregas anteriores a um elevado padrão de qualidade, não nos pareceu que essa melhoria seja digna de nota.

Aliá, como já referenciamos uma das grandes melhorias em relacção ao seu antecessor é a parte mecânica que foi refinada ao ponto de, com os ajustes correctos na suspensão, a condução do carro ser totalmente diferente, simulando a perda e controlo de tracção de uma maneira muito específica. Nomeadamente a perda de tracção quando uma das rodas pisa o limitador da curva, é muito frequente perder o controlo da viatura a altas velocidades por causa de uma roda fora de controlo, algo que não sucedia no GT5. Um das muitas novidades que nos leva a crer que este GT6 não é só apenas uma actualização ao GT5, mas mais uma preparação para o GT7, quem sabe.

Outra das novidades que achamos bastante interessantes foi a inclusão de um sistema de progressão no jogo que nos limita em termos de opções disponíveis de modos. Se numa primeira fase pode parecer estranho, limitar o jogador de um modo tão intrusivo, mas acaba por ter a sua lógica. O que pode funcionar como uma barreira desagradável para quem vem do GT5, tornasse rapidamente numa mais valia para novato, pois certos modos de jogo (nomeadamente o online e até mesmo os concessionários) estão trancados até atingirmos certos níveis de licença (sendo o patamar para desbloquear o online a Licença Internacional).

Uma das mais valias que pudemos ver neste sistema, foi limitar o numero de utlizadores casuais que aparecem nas salas online e que em nada contribuem para o bom funcionamento das mesmas. Isto é, para aqueles utilizadores que levam o jogo a sério, acaba por não ser grande transtorno estas limitações pois de uma maneira ou de outra acabam sempre por desbloquear todo o jogo no modo carreira, e quando têm o acesso por exemplo ao modo online já se tornarão jogadores mais maduros e com outra postura durante as corridas.

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À semelhança do GT5, o percurso no modo carreira é desbloqueado progressivamente à medida que vamos acabando os eventos disponíveis (em qualquer uma das três primeiras posições), acumulando estrelas suficientes para desbloquear a Licença para a próxima categoria. Numa nota mais pessoal, as licenças sempre foram consideradas como uma parte do jogo opcional, em que poucos se aventuravam ou o faziam apenas para acumular os carros que estas ofereciam.

A obrigatoriedade destas no GT6, torna o jogo mais competitivo, pois provocam a sensação de um teste final às nossas capacidades enquanto condutor e põem à prova a experiência adquirida na Licença que detemos actualmente, o que contribui em muito para um sentimento de obstáculo ultrapassado.

Durante o modo carreira, e à medida que vamos ganhando mais experiência (estrelas) e por conseguinte em modo directamente proporcional, reputação, iremos ser convidados por Lord March o regente do festival de Goodwood e conhecido entusiasta automóvel, a participar no evento criado por ele e com o nome da localidade que ocupa, o GoodWood Festival of Speed.

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Neste evento, somos desafiados a experiementar uma miriade de carros, que vão desde clássicos a super-desportivos passando até por prótótipos que não sairam ainda das mesas de desenho. Uma adição digna de nota para quem é entusiasta automovel e fã deste festival que atrai milhares de pessoas por todo mundo nos meses de Junho e Julho.

Aliás são em eventos como estes e outros demais (referimos-nos claro está, aos eventos sazonais) onde podemos acumular centenas de créditos de uma maneira mais ou menos fácil. Sendo que não será necessário sermos o jogador mais forreta da história da série para chegarmos facilmente ao milhão de créditos na nossa conta.

A Poliphony Digital, facilitou bastante a vida aos jogadores. Da mesma maneira em que a nossa conta cresce exponencialmente (e com um bónus de multiplicador por cada dia que nos loggamos no GT6 e cujo valor máximo pode atingir os 200% de bonificação), a acumulação de carros necessários para determinadas corridas é o de igual forma bastante fácil, foram poucas as vezes que tivemos que recorrer ao concessionário para escolher um automóvel compatível com as especificações de determinado evento. Pois, na grande maioria das vezes bastou apenas adicionar uns cavalos ao motor e umas afinações a nível da suspensão para tornar os nossos carros de oferta bastante mais competitivos do que os adversários. Adversários esses que não possuem a mais brilhante ideia de como defender uma posição em pista, sendo bastante neutros e fácilmente ultrapassados sem ser necessária granda experiência.

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Uma das bandeiras do jogo sempre foi a sua enorme lista de carros disponíveis, desde o mais humilde Honda Jazz até ao exótico mais carro, a lista ultrapassa os 1200 carros presentes, se bem que a presença de algumas versões do mesmo carro seja contabilizada para o total. Uma especie de batota que no final não incomoda muito, mas seria bom ver esta lista actualizada para um numero mais sincero, e talvez a inclusão de modelos mais recentes de carros mais banais.

Mas não só de carros vive Gran Turismo 6, o rooster de pistas continua dos melhores que existem no género, com pistas icónicas como o traçado Monza, Nurburgring e a inclusão recente de Bathrurst, Silverstone e Brands Hatch o patamar foi elevado uma vez mais. E com a utilização dinamica de horários e condições metereológicas a experiência de condução neste jogo torna-se ainda mais única.

Em suma, Gran Turismo 6 é uma espécie de cantar de cisne desta geração que agora se despede dos jogadores. Sem ter as suas falhas, sejam por culpa dos programador ou sejam por limitações de hardware, Gran Turismo 6 continua a elevar o patamar no que toca a jogos do género, pelo que o recomendamos a todos os fãs de desporto automovel, bem como os aficionados em geral.

Ainda para mais, com uma recente baixa de preço torna-o um jogo quase obrigatório de se jogar.

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O que gostamos:

  • Baixa recente de preço;
  • Física revista e melhorada;
  • Missões e desafios Coffee Break voltaram;
  • Variedade de Pistas;
  • Comunidade Online.

O que não gostamos:

  • Inclusão de cockpits standard;
  • Costumização do carro continua bastante limitada;
  • Sons dos motores genéricos;
  • Inteligência Artificial pouco competitiva;
  • Sistema de danos praticamente inexistente.

 

Nota : 8 /10

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