Não tendo jogado o primeiro jogo senti necessidade de pesquisar sobre o mesmo e ao que parece este foi bem recebido a nível geral na altura com toques “old-school” mas longevidade algo limitada fora as speedruns para o verdadeiros fãs. Era um jogo algo desafiante e simples de jogar sem demasiadas pretensões em sonhar mais alto. Foi um sucesso considerável, especialmente na portátil da Nintendo, devido ao seu preço reduzido e quiçá por causa da eShop ser, na altura, ainda relativamente nova e não haver muito por onde se escolher.
Ora, os tempos são outros e o que não faltam agora são jogos baratos disponíveis na loja da 3DS. Esta sequela ainda aguenta-se como um divertimento rápido porém sinceramente mais do mesmo já não seria suficiente para manter a mesma “qualidade”. O problema é que enquanto a jogabilidade está quase intacta muitas das novidades acabam por manchar o que poderia ter sido uma pérola.
O jogo começa tal como o original, com simples tiroteios numa típica cidade western, mas isso é coisa rápida pois desde logo vemo-nos a viajar para outros mundos com gravidade e inimigos diferentes. Existem também algumas secções em 3D ao estilo de Star Fox que adicionam alguma variedade que, por falharem nos controles não são assim tão bem-vindas.
De facto o jogo inclui várias secções que homenageiam alguns ícones dos videojogos tais como os níveis de carro de mina de Donkey Kong, com a diferença de aqui andarmos em cima de um panda gigante, contudo estes níveis quando inicialmente parecem trazer algum frescura à jogabilidade acabam por comprovarem ser apenas o mesmo tipo de jogabilidade com uma “pintura” diferente.
Está tudo bem desenhado, atenção, mas não passa muito disso pois para além do estilo de jogabilidade clássica de aprender os ataques dos bosses e afins o jogo depressa traz-nos de volta aos tempos atuais de vidas infinitas e nunca veremos um sinal de “game over”. Não deixa de ser desapontante e irritante no entanto o facto de em alguns níveis mais complicados termos de repetir certas secções se morrermos o que contribui para a frustração.
O jogo apresenta uma paleta de cores melhorada em relação ao primeiro que era quase monocromática porém mantendo a mesma estética desenhada à mão. Esta adição de cores ajuda a conferir ao jogo melhores cenários conforme o lugar onde estamos assim abandonando o tema predominantemente “wild west” do primeiro jogo. Os temas são bem variados apesar da pouca duração do jogo, onde nos apresentam telhados japoneses ou no oceano além do velho oeste também. Esta variedade é sempre bem-vinda apesar de pouco ou nada mudar em termos de jogabilidade.
Outra área onde o jogo sofre tal como o seu antecessor é ser um jogo bastante curto, como já mencionado anteriormente, e mesmo com a adição de alguns modos diferentes para jogar não existem incentivos suficientemente fortes para o voltar a jogar ficando essa faceta apenas para aqueles que querem bater os recordes de níveis. De resto, a todos os outros pouco interessará voltar a jogá-lo.
Opinião final:
O maior problema de Gunman Clive 2, reside no facto de que apesar de todas as tentativas de expandir em relação ao primeiro acaba por permanecer um jogo muito limitado. Não que acabe assim tão rapidamente, mas sim o que faz não se torna memorável. É um pouco divertido e, sinceramente falando, dá para umas sessões curtas na viagem do autocarro ou num intervalo para almoço mas não há efetivamente nada que nos prenda demasiado. O preço pedido justifica (2,99) porém se andam à procura de jogos estilo retro mais frenéticos e com mais apelo não é em Gunman Clive 2 que irão encontrar.
O que gostamos:
- Melhora em relação ao original;
- Cenários variados;
- Preço atrativo.
O que não gostamos:
- Algo curto;
- Pouco apelo para voltar a jogar;
- Não apresenta nada de novo e memorável.
Nota: 7/10