Análise – Harvest Moon 3D: The Lost Valley

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A série Harvest Moon sempre teve tradição nas consolas da Nintendo. E quase sempre que um jogo era lançado sempre houve alguma comoção. Qualquer jogo que seja lançado quase discretamente nunca é bom sinal, e este Harvest Moon 3D: The Lost Valley foi um desses jogos. O jogo muita pouca promoção teve aquando do seu lançamento e a nível de análises também o jogo pouco promete com muito poucas a serem publicadas. Será que estamos perante alguma surpresa agradável? Ou a descrição geral sobre o jogo agoira realmente algo negativo?

A série Harvest Moon, apesar dos seus fãs específicos e (por vezes) fervorosos de mistura de RPG com simulador de Agricultura. Ao iniciar o jogo tudo é muito reconhecível na série. O estilo de arte, apesar de um pouco mais “cartoonesco” do que títulos anteriores, parece ser um bom regresso a uma série que nunca teve realmente um jogo de extremo sucesso. Porém nota-se desde início que foram feitas mudanças que se afastam do típico da série. Começamos numa cabine nas montanhas completamente isolados do mundo.

Pescar. Uma das várias atividades disponíveis.

 Mesmo ao lado da tal cabine temos uma área com rochas, árvores, um rio e algumas zonas elevadas ás quais só podemos aceder mais tarde. O jogo parece querer dar bastante ênfase a uma funcionalidade que é de modificar a paisagem. Bloco a bloco os nossos personagens podem elevar ou baixar o terreno como quiserem moldando assim a paisagem á nossa maneira. A maior parte são alterações simplesmente cosméticas, no entanto acabamos muitas vezes por chegar a alturas que somos forçados a construir rampas bloco a bloco só para aceder a certas zonas o que torna a tarefa bastante entediante.

Após alguns minutos começamos a nos habituar a esta nova mecânica de modificar terreno mas depois de algum tempo é percetível que o tutorial está a tornar-se demasiado extenso e pergunta-mo-nos quando é que o jogo vai nos deixar finalmente explorar o resto. Realmente o tutorial é demasiado longo para dar qualquer incentivo ao jogo resultando exatamente no contrário: afasta e tira a vontade de o jogar. Acabamos por descobrir que não temos cidades ou qualquer lugar para explorar além da nossa área em volta da cabine e que só conhecemos novos personagens através de sonhos quando vamos dormir.

As duas áreas de visualização do jogo.

E é isso, sem qualquer razão aparente os personagens com quem sonhamos acabam por de repente aparecer pela nossa cabine e vaguear por ali até termos alguma conversa com eles. A história anda por ali perdida neste desencontro de socialização mesmo que seja possível construir relações e até acabar por casar.

Apesar de tudo isto, consegue-se mesmo assim encontrar algum divertimento, caso tenhamos paciência. O inventário é relativamente simples de usar e preparar a terra, plantar sementes e depois esperar para colher os produtos. Está tudo muito fácil. Mas não passa disso. Para conseguirmos obter realmente as coisas melhores temos de passar por uma maratona o que acaba por ser mais um incentivo a… desistir do jogo. Quase posso dizer que este Harvest Moon passaria muito facilmente por um jogo de telemóvel.

Interação com personagens após sonhar com elas.

A capacidade de, em certa parte à maneira de um Minecraft simplificado, poder definir as elevações e isso acabam por ter alguns resultados nas colheitas de acordo com a altura onde são plantadas. Isto leva a resultados curiosos por isso podemos tirar algum divertimento daqui. Mas uma vez mais isto depende de muita paciência para finalmente começarmos a ter algum proveito do jogo.

O jogo tem um aspeto simples e colorido nada muito mau mas também nada de transcendente. Em termos de som apenas dispomos de algumas musicas ao longo do jogo. É-e muito difícil recomendar este jogo a novatos e muito menos a veteranos da série. A maioria das pessoas que trabalhava na série já não participou neste The Lost Valley ficando a produção a cargo de uma equipa completamente nova o que pode explicar realmente muitas coisas.

Opinião final:

Apesar da série já ter uma longa e rica história de jogos, este Lost Valley desespera por manter-se à tona e ao nível de qualidade de títulos anteriores especialmente em termos de alma. Entediante e com um tutorial demasiado extenso, o jogo acaba por ser o próprio culpado por ser um dos mais fracos da série até à data. Pode acabar por compensar a paciência e preseverança mais para o fim do jogo porém serão poucos, muito poucos os que irão ter capacidade de se manterem motivados para tal. E mesmo assim não valerá a pena o investimento no tempo perdido.

O que gostamos:

  • Aspeto simples e colorido;
  • Alteração de paisagem ao género Minecraft.

O que não gostamos:

  • Tutorial muito extensivo;
  • Demasiado simplificado e com poucos incentivos;
  • Entediante e muito chato para progredir.

Nota:4/10