Análise – #IDARB

Muitos irão ter a mesma reação que eu tive ao ver #IDARB pela primeira vez. Reação essa que não deverá se distanciar muito de: “mas que raio de jogo é este?”. Ora começando pelo seu peculiar nome que quer dizer “It Draws a Red Box” (Desenhou um quadrado vermelho)  estamos perante um jogo no qual os seus criadores simplesmente começaram por desenhar um quadrado vermelho e a partir do mesmo serviram-se da ajuda da comunidade gamer no twitter para o moldar e o resultado final é um jogo frenético cheio de ideias loucas baseado num estilo retro pixelizado e nos jogos E-Sports.

#IDARB é um daqueles jogos complicados de se explicar e que quase podemos dizer “só jogando”. É uma espécie de mistura de Basquetebol e Rugby com plataformas com gráficos 8-bit no qual temos de levar uma bola e introduzi-la na baliza adversária. Tudo isto com uma dose de caos e velocidade tal que de início tudo parecerá uma insanidade tal até começarmos a compreender como o jogar.

A arena onde a ação se passa.

A chave aqui é começar primeiro no modo solitário de um jogador para aprender os básicos do jogo e aos poucos ir se habituando à “droga frenética” que é #IDARB. Os básicos, como mencionado, são instruídos ao jogador, tais como os passes, como rematar, etc, e podemos até jogar através de um pequeno modo história em forma de um mini campeonato do “desporto” onde vamos subiondo na tabela até atingir o topo. Nada de muito especial e rápido de se concluir. Serve mesmo o propósito para introdução ao jogo.

Onde o jogo realmente brilha é no modo multijogador onde podem juntar-se à ação até 8 jogadores localmente, caso tenham comandos suficientes para isso, ou então online contra outra equipa com o mesmo número de jogadores até no máximo de 4. Ou seja, se jogamos a sós apenas iremos encontrar oponentes igualmente solitários, se jogarmos com 4 jogaremos contra uma equipa de 4 jogadores também.

Bailarinas contra… pequeno almoço?

O jogo apesar de frenético e de muitas vezes incitar ao carregar desenfreado de botões tem alguma estratégia para conseguirmos levar a bola até a baliza adversária. Ao jogar a sós as coisas são ligeiramente mais calmas apesar do divertimento continuar ao rubro com a certeza de pelo menos algumas gargalhadas nos serem arrancadas mesmo que não queiramos. A falta de possibilidade de entrarmos a sós e procurar jogos com outras equipas desilude bastante mas acaba por ser, em parte, apaziguada com a possibilidade de transmitirmos os nossos jogos através do Twitch e com a possibilidade dos nossos amigos, ou um perfeito estranho, poder bombear-nos para o jogo hashtags que influenciam o desenrolar da ação.

Estes hashtags são variadíssimos e hilariantes com muitas odes a jogos antigos ou conhecidos memes da internet. Podemos, por exemplo, digitar no chat do Twitch #toasty e no jogo de quem está a transmitir aparecerá uma personagem conhecida de Mortal Kombat, ou simplesmente #reverse para mudar o controlo dos personagens para o contrário por alguns segundos. Outras “bombas” incluem “Rick Roll” ou transformam a arena num circo total cheio de palhaços. Melhor ainda é que isto não depende obrigatóriamente de alguém estar a assistir ao jogo pois podemos informar a tag no Twitter onde as pessoas também podem enviar tweets com os tags e influenciar o jogo. Além disso podemos definir para o jogo fazer o mesmo automaticamente e aleatóreamente podendo mesmo definir a frequencia das hashbombs.

Exemplos da infindável possibilidade de personagens.

Outra particularidade é o facto de que podemos criar as nossas próprias personagens, equipas, bandeiras da equipa e até as músicas através de editores simplificados mas muito funcionais. No editor de personagens, por exemplo, simplesmente pintamos quadradinhos de várias cores e podemos recriar muitas e conhecidas personagens de outros jogos ou de qualquer coisa mesmo. Um personagem muito popular é Super Mário. O jogo tem, porém, equipas e personagens pré-definidas algumas baseadas em conhecidos jogos ou séries de Tv. Outra possibilidade é a de também através do site oficial do jogo podermos criar personagens e ao terminarmos é-nos dado um código QR que pode ser “scaneado” com o Kinect e o personagem passa diretamente para o jogo. Muito bom.

Opinião final:

Apesar do jogo desiludir na vertente online especialmente ao só podermos jogar contra o mesmo número de jogadores que também temos localmente o jogo é estrondosamente divertido pelo qual acaba por se tornar o jogo perfeito para festas ou com amigos. A implementação do humor inteligente e as possibilidades de customização dos nossos personagens são a cereja no topo do bolo. Esperamos só que a vertente online algum dia seja atualizada e nos permita juntar-nos a outras equipas ao invés de apenas contra um só jogador quando não temos mais ninguém em casa.

 

O que gostamos:

  • Dos jogos mais divertidos desta geração;
  • Incrivelmente frenético e engraçado;
  • Modo de criação de personagens (a imaginação é o limite)

O que não gostamos:

  • Modo online depende de quantas pessoas estão localmente;
  • Modo single bastante curto e rápido para terminar.

 

 

 Nota: 8,5/10