A série Inazuma tem-se evidenciado por seguir um pouco o estilo de algumas editoras mais reconhecidas tendo quase anualmente direito a novas iterações. Este novo capítulo afasta cada vez mais a série do realismo levando-a cada vez mais para a fantasia. Neste jogo navegar no tempo, encontrar armaduras místicas e retirar habilidades de dinossauros são coisas normais e tornam este Inazuma um dos mais estranhos e fora do normal até agora.
Começamos o jogo na pele de Arion Sherwind o qual começa a descobrir aos poucos que o futebol não existe na memória de ninguém devido ás ações de um agente do Tempo que pretende criar uma nova linha de Tempo isenta do desporto-rei. Este agente é Alpha que trabalha para o Council, entidade que quer erradicar uma espécie de humanos avançados chamados de “crianças hyper-desenvolvidas” que têm genoma provindo do Futebol daí as intenções deste Council.
O mais curioso e hilariantemente caricato é que desafiando toda a lógica, apesar do seu desejo de desaparecer com o Futebol, é justamente o que estão a utilizar para tentar destruir o passado. Confuso? Pois. Também fiquei. Enquanto que em jogos anteriores era normal obtermos batalhas aleatóreas vindas das pessoas que queriam se juntar à equipa, agora somos confrontados com pessoas a dizer algo do género “detesto Futebol” antes de… nos defrontarem num jogo de Futebol!
Podemos viajar num autocarro convenientemente chamado de Inazuma Time Machine Bus em busca de Alpha para impedir que este complete a sua missão de acabar com o desporto por completo. Pelo caminho temos a companhia de Wonderbot, um urso robô que serve de condutor do autocarro e companhia. Algumas mudanças foram feitas na maneira de jogar no campo de jogo. Enquanto que o estilo tradicional de usar a caneta permanece agora, sempre que encontramos outro jogador podemos escolher ir para esquerda ou direita e o adversário ao escolher o mesmo que nós entramos então no usual sistema de duelo dos jogos anteriores. Isto confere alguma facilidade no momento de levar a bola pois grande parte das vezes esta probabilidade de 50% pareceu-me algo generosa para o meu lado.
Temos acesso também a uma versão avançada do nosso Espírito de Luta além da versão normal. Nesta versão avançada podemos usar armaduras que detêm poderes espirituais conferindo assim ainda mais poderes extra. Além disso podemos ganhar habilidades especiais através do “minimaxing” a qual se trata de imbuirmos o nosso personagem com a aura de outra pessoa ou criatura. Um exemplo disso é Fei a ficar com a aura de um Tiranossauro Rex, adquirindo várias novas habilidades que eventualmente acabam por se tornar essenciais para o sucesso da equipa.
Estes elementos auferem um bom nível de complexidade ao jogo apesar de a maior parte destas habilidades serem algo demasiado poderosas e tornarem o jogo um pouco mais fácil do que se desejaria. Os efeitos especiais destas habilidades são sempre satisfatórios de se assistir, com espíritos e armaduras a brilhar e várias criaturas a surgirem ao lado dos ataques especiais. Alguns podem opinar que a série já estará a levar as coisas demasiado além enquanto que outros poderão simplesmente gostar desta maluquice toda.
O jogo mantém ao menos o tom cómico pelo que a série tem sido reconhecida e enquanto que por vezes pode ter cenas demasiado tolas, outras continuam a puxar pelo sorriso dos jogadores de maneira genuína. É frequente “ouvirmos” conversas soltas entre outros personagens que não só adicionam ao interesse do jogo como são bem engraçadas. Isto ajuda também a ganharmos algum carinho pelas personagens secundárias também. Além do humor por vezes somos brindados também com momentos mais sérios e tocantes muito bem conseguidos com boas animações e música cativante.
O motor de jogo usado neste jogo é o mesmo dos últimos lançados e lança uma pitada de semelhanças com os jogos Pokémon X e Y. As cenas animadas fazem aqui a diferença e adicionam muita qualidade à narrativa tal como o trabalho de voz das personagens, sempre energética e sólida. A nível geral temos aqui um jogo com bom aspecto apesar de algumas quebras em alguns jogos especialmente quando entremos em duelos ou quando ativamos algumas das habilidades mais exigentes a nível gráfico. Apesar de não denegrir de todo a experiência do jogo não deixa de ser um pouco chato quando acontece.
Opinião final:
Este Inazuma Eleven irá com certeza deleitar os fãs mais fervorosos especialmente devido ás novas adições e alterações à forma de jogar, narrativa maluca e o regresso de alguns personagens. No entanto algumas novidades podem não ser assim tão positivas pois acabaram, no meu ver, por tornar o jogo mais fácil. Para novatos irá ter sempre a dificuldade de nunca terem jogado antes pois o jogo não explica propriamente de maneira muito dedicada as coisas como são. Um bom e sólido jogo que pode no entanto não ser do agrado de todos.
O que gostamos:
- Cenas animadas bem conseguidas;
- Controlo continua envolvente;
- Ataques especiais.
O que não gostamos:
- Habilidades tornam o jogo fácil;
- Pode não ser muito acessível a novatos ao início.
Nota: 7/10