Iron Combat: War in the Air é um recém-chegado à Nintendo 3DS e eShop, pela mão da Teyon, apresentando-se como um shooter em que o foco está no combate em espaço aéreo com mechas. No entanto, não esperem grandiosas batalhas, uma vez que aqui tudo se resume um pouco ao mesmo: movimentar-se em forma de avião e usar a menina-mecha para atacar os inimigos.
Ao olhar para as imagens e até vídeos, estava à espera de que Iron Combat fosse algo diferente. Não é que o mesmo seja mau ou até aborrecido, mas simplesmente acaba por não ser aquilo que poderia ser. A sua premissa não é nada de original ou revolucionária, mas consegue chamar a atenção: numa distopia futurista, uma organização maléfica quer escravizar a humanidade e a nossa personagem voluntaria-se como arma viva, metade humana, metade mecha e com a benesse de que se consegue transformar num avião.
No modo história, podemos ir completando missões que, como devem adivinhar, apresentam mais inimigos mais difíceis. No entanto, ao completarmos estas missões vamos também ganhando créditos que nos permitem, entre missões, comprar upgrades para o nosso mecha, que nos ajudarão a prosseguir nas missões. Demasiado difícil e estão a sentir-se frustrados com uma determinada pare? Fácil, passem para o modo livre e joguem à vontade todas as missões que já completaram até agora. Noutras palavras, façam basicamente grind para conseguirem créditos para obterem upgrades.
Nada disto é novo neste tipo de jogos, mas desde que a jogabilidade seja divertida… certo? Errado. Iron Combat apresenta como premissa o facto de rapidamente podermos alterar entre a forma humana (mais adequada ao combate e cujos controlos não permitem uma movimentação muito rápida ou manobrável e que conta com uma mira automática) e a forma de avião (mais adequada a uma aproximação rápida dos inimigos). Os controlos não são maus, mas acabam por dar mais trabalho do que o que valem, apresentando uma curva de aprendizagem demasiada elevada para o jogo que é. Em forma humana, a movimentação é quase inexistente, fazendo com que as tentativas de desvio de misseis sejam muitas das vezes infrutíferas. Na forma de avião, em que a mira é manual, é quase impossível conseguir uma movimentação em linha reta e sem grandes desvios, parecendo que a nossa personagem bebeu uns belos copitos antes de ir para as missões.
O ecrã touch da 3DS apresenta um radar, que poderá servir para nos ajudar procurar os inimigos e até os seus mísseis, mas considerando que a variedade dentro do mapa é inexistente, acaba por chegar perfeitamente a setinha que aparece e nos aponta para onde devemos ir, não existindo qualquer complexidade nos mapas apresentados, sendo quase por si só caixinhas onde nos limitamos a procurar os pontinhos que são os nossos inimigos.
Graficamente Iron Combat é aborrecido. Ambientes escuros, sem detalhe, cobertos por um nevoeiro interminável em que os inimigos são mais pontinhos que disparam mísseis do que aviões ou outra coisa qualquer, sendo quase impossível vê-los ao detalhe sem eles estarem mesmo em cima da nossa personagem e infelizmente e a sua variedade é pouca. A única coisa minimamente interessante ao nível gráfico é mesmo a nossa personagem e mesmo assim não se consegue destacar o suficiente.
A banda sonora também não é nada de especial, remetendo quase a um Pop meio eletrónico que apenas está lá, não contribuindo em nada para a experiência de jogo no seu geral. O jogo apresenta ainda algumas vozes em japonês, não tendo havido localização da componente áudio, ao contrário dos textos, que estão traduzidos em inglês e que vão apresentando a história a pouco e pouco.
Iron Combat: War in the Air consegue ter os seus momentos minimamente divertidos, mas a novidade rapidamente desaparece e a sua história e jogabilidade não são suficientes para manter o jogador agarrado à experiência, principalmente quando existem melhores opções na 3DS eShop.
Opinião final:
Constituindo um exemplo clássico de “parece mais do que o que é”, Iron Combat: War in the Air parece mais uma experiência de preguicite aguda no que toca ao desenvolvimento de um bom jogo para a plataforma portátil da Nintendo, não encantando a qualquer nível e sendo apenas mais um jogo de ação medíocre.
O que gostamos:
- Conceito de personagem mecha com duas formas alternáveis;
O que não gostamos:
- Gráficos;
- Controlos com pouca precisão e com uma curva de aprendizagem elevada;
- Repetividade de missões para obter créditos para upgrades.
Nota: 5/10