A descrição no Wikipedia explica que Kaiju “é uma palavra japonesa que significa “besta estranha”, “animal incomum”, mas que costuma ser traduzida como “monstro”. Especificamente, é usada para se referir a um género de “tokusatsu”, que são filmes de efeitos especiais, normalmente de heróis ou monstros”. Isto, desde já, explica muito o título do jogo. Este precisamente baseia-se em ataques de monstros extra-terrestres, habitualmente de tamanho gigante, e sobre como temos de defender-nos contra os mesmos.
No papel de um comandante de uma unidade de resposta internacional é-nos designada a tarefa de encontrar, proteger e evacuar humanos ao mesmo tempo que tentamos defender as zonas dos ataques destes Kaijus. Quando começamos uma fase temos de construir infraestruturas tais como edifícios de recolha de recursos e outras equipadas com armas para defesa. Ao longo da aventura, vamos “colecionando” humanos, que mais tarde irão dar uma ajuda preciosa tanto no aumentar da velocidade de construção como também podem ficar colocados nos edifícios para aumentar as estatísticas dos mesmos.
Cada civil atribui uma estatística específica. Enquanto que uns podem melhorar o alcance das armas, outros podem aumentar o rácio de fogo e por aí adiante. Cabe-nos a nós descobrir os melhores para certas tarefas ou atributos. Muitas vezes, sendo sincero, simplesmente atiramos com uns quantos para o edifício aleatoriamente no meio do caos só para o melhorar seja como for. Entre cada missão podemos voltar ao laboratório e utilizar os recursos encontrados para pesquisar novos tipos de armamento ou melhorar os já existentes.
O jogo de início começa relativamente simples, porém bastam três ou quatro níveis para nos apercebermos que este proporciona-nos um desafio considerável, especialmente se quisermos salvar todos os civis e completar todos os desafios de cada fase. É muito importante aprender sobre os tipos de inimigos e que armas são mais eficientes para cada um deles. Isto também confere um teor tático interessante, pois não podemos simplesmente nos limitar a construir edifícios com armas e esperar que estes facilmente eliminem as ameaças que avançam contra nós.
Sendo um jogo indie estamos perante um grafismo simples, no entanto interessante. O jogo é vibrante e tem boa diferenciação das várias zonas disponíveis e os personagens são bem engraçados, tanto os civis como os próprios Kaiju. A cada civil é atribuída uma pequena página de perfil com uma ligeira descrição sobre eles. Os Kaiju também estão presentes em boa variedade tanto em tamanho como em aspeto. No geral, e juntando as pequenas cenas introdutórias, o charme está sempre presente (mesmo na parte sonora) o que acaba por dar um tom agradável ao jogo.
Estamos então perante uma espécie de híbrido entre o género de “tower defense” e estratégia em tempo real, uma mistura que aos poucos vai preenchendo um pouco a lacuna na consola da Microsoft, até vermos o lançamento de Halo Wars 2. Ok, talvez esteja a exagerar na comparação, porém é de louvar iniciativas destas de fugir um pouco ao habitual, especialmente na onda indie, dos jogos de plataformas com estilo 8-bits e afins. Ok, novamente, o grafismo é distintamente retro na mesma mas estamos aqui a falar do género apesar de, mesmo assim, a estética do jogo também afastar-se um pouco do habitual.
Opinião final:
Kaiju Panic é um bom joguinho que nos irá fazer gastar algumas horas divertidas do nosso tempo apesar de em partes, especialmente em fases mais avançadas, por vezes termos de passar um bom tempo em experimentação e repetição para poder estar melhor preparados para os monstros o que acaba por cansar um pouco pela frustração que pode causar. De resto não deixa de ser uma boa adição ao já bom repertório de jogos indies da Xbox One.
O que gostamos:
- Estética charmosa;
- Sistema de estratégia surpreendentemente profundo;
- Fases e personagens diversificadas.
O que não gostamos:
- Torna-se bastante complicado em fases avançadas;
- Grafismo podia ter sido melhorado;
- Sem multijogador e pouca longevidade, depois de acabado não há muitos motivos para voltar.
Nota: 7/10