Análise – Killzone: Mercenary

Killzone parece não querer abrandar. Concebido originalmente como uma resposta a Halo da Microsoft os jogos desta série não são muito frequentes no entanto quando o fazem, portam-se sempre bem. Quase podemos dizer isto de todas as franquias da Sony tal a dedicação que é dada a cada uma. Porém no reino das portáteis a coisa tem sido um pouco diferente sendo o caso da Vita. Títulos first party da Sony não têm se saido lá muito bem na portátil porém podemos dizer que finalmente temos uma exceção à regra com Killzone: Mercenary.

Neste jogo tomamos o papel de Arran Danner, um mercenário com um único interesse: dinheiro. Tudo o que fazemos durante a campanha premeia-nos com créditos que depois podem ser usados para adquirir armas ou equipamento novos. Cada vez que fazemos algo merecedor, seja um tiro na cabeça ou um hack ou simplesmente apanhar munições aparece a informação a informar quantos pontos foram atribuidos contribuindo para um feel arcade e isso é uma das facetas mais únicas da campanha.

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Visualmente podemos dizer que este é um dos mais belos jogos a passar pela portátil da Sony com cenários deslumbrantes, ação frenética mantendo sempre a suavidade e modelos bastante detalhados rivalizando mesmo os da PlayStation 3. Até os efeitos de luz conseguem impressionar e a paleta de cores apesar de algo repetitiva está bem conseguida e adequa-se ao jogo e ao seu universo. Depara-se com alguns glitches durante o jogo mas nada que estrague de modo significativo a experiência.

Os controlos também estão muito bem conseguidos apesar de na minha opinião parecerem algo “soltos”. Com os botões L e R apontamos e disparamos a arma respetivamente e os botões frontais servem para ações como saltar, esconder, abrir portas, apanhar munições. Os controlos de toque são quase opcionais mas estão lá, por exemplo, para um ataque brutal físico ou mudar de arma, apenas forçando o seu uso em algumas instâncias como fazer hack a algumas portas ou armar explosivos.

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Contudo, este modo campanha acaba por desiludir um pouco. Seja pela curta duração de cerca de 4 a 5 horas, ou pelos típicos momentos já mais ou menos esperados e que acabam por não proporcionar aquele factor “uau” que tanto se procura mas pouco se encontra num first peron shooter e que inclusivé já conseguiu obter em alguns jogos desta série. O que realmente brilha no jogo é o seu modo multijogador.

Existem 3 modos principais, sendos estes free for all, team e outro que mistura objetivos e são todos agradáveis graças ao sistema de cash e de cartas. Tal como na campanha tudo o que fazemos premeia-nos com dinheiro (ou créditos) e é com este que se definem os modos multijogador: os jogos são ganhos pelo maior total de créditos. É uma decisão simples de design mas uma que nos força a ter um pouco mais de imaginação e não apenas perícia para podermos ganhar mais que os adversários.

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Para adicionar mais um pouco de sentimento arcado como na campanha durante os jogos os jogadores deitam cartas quando morrem, cartas estas que podemos apanhar e adicionar bónus especialmente se fizermos um póker. Isto torna o risco de tentar apanhá-las bastante aditivo e divertido. Também por vezes caem bónus do céu em forma de armas novas e poderosas que podem ser usadas ou num género de killstreak ou até créditos extra que ajudam a ganhar o jogo. Claro que não sem um custo pois ficamos expostos aparecendo estes bónus no radar.

Além da ação instensa tem a interessante customização que é das partes mais interessantes do multijogador. Todo o dinheiro que ganhamos nos jogos pode ser usado para comprar armadura ou armas novas. Tudo muito interessante e devo dizer que nenhum equipamento me pareceu demasiado poderoso tendo todas as peças um bom equilibrio entre poder, velocidade e outros atributos.

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O que gostamos:

  • Gráficos do melhor que existe na Vita
  • Jogabilidade fluida
  • Modo multijogador sem rival na consola

O que não gostamos:

  • Campanha curta e sem surpresas

 

Killzone: Mercenary no final de tudo acaba por ser um dos melhores títulos até a data na PlayStation Vita. Se por um lado temos uma campanha algo insípida em termos de conteúdo e com pouca duração e a jogar pelo seguro, por outro temos o melhor multijogador que existe para a consola: estupidamente divertido, viciante, ação frenética e desafiante ao mesmo tempo. Vale, no meu ver, investir no jogo especialmente para quem é fã da série e de jogos multijogador online. Obrigatório.

Nota: 8.5

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