Análise – Kirby and the Rainbow Paintbrush

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Tirando vantagem do ecrã tátil, uma das características que tornam o Wii U GamePad um comando único nesta geração, surge Kirby: Rainbow Paintbrush, o novo jogo protagonizado pela famosa bola cor-de-rosa da Nintendo, mas que no entanto é controlado de maneira totalmente inédita na série.

Após uma invasão de seres de outra dimensão a Dream Land, todo o mundo de Kirby fica a preto e branco petrificando tudo. Eis no entanto que aparece um pincel possuidor de todas as cores, também ele vindo de outra dimensão, que começando por devolver a cor (e a vida) a Kirby, parte numa missão com este e mais o seu companheiro Waddle Dee para salvarem o mundo e lhe devolverem a cor.

Neste jogo não controlamos diretamente Kirby como é habitual na série, mas sim o pincel. Utilizando a stylus e o ecrã tátil do Wii U GamePad, devemos desenhar linhas, por onde Kirby, em forma de bola irá rodar alcançando estrelas, esquivando-se inimigos e atacando outros ao clicarmos sobre ele, usando sempre o ecrã tátil, único comando em todo o jogo. Para além de controlar Kirby, as linhas traçadas pelo pincel  servem para uma infinidade de propósitos como bloquear uma cascata, uma corrente marítima, impedir a progressão de inimigos, etc, sendo extremamente útil em diversas situações. Mover Kirby de um lado para o outro desta maneira é bastante engraçado e resulta bem, no entanto o que ao princípio é divertido rapidamente passa a ser aborrecido e monótono já que a jogabilidade não sofre praticamente nenhuma modificação ao longo do jogo, e mesmo sendo o jogo curto, acaba por cansar.

Depois de tudo perder a cor e a esperança aparece o pincel para salvar o dia.

Estando aqui o segundo grande problema, e talvez o maior,de Kirby: Rainbow Paintbrush, a sua longevidade. Infelizmente, este novo jogo não oferece muito conteúdo sendo que rapidamente se acaba a campanha e não existe um grande número de colecionáveis, e por isso a experiência não é muito prolongada. Estes colecionáveis consistem em vários baús espalhados pelos níveis e que cada um possui uma figura de um personagem deste universo que figura no jogo( e que poderão ver na Figurine Showcase, juntamente com uma descrição detalhada de cada um), ou então uma música que aparecerá posteriormente na Music Room, onde poderão ouvir toda a trilha sonora deste jogo com um incrível número de 122 músicas. Tirando o modo história, apenas temos o Challenge Mode, que é constituído por pequenos desafios em que temos de tentar bater recordes de tempo e assim recebermos medalhas de ouro, prata ou bronze dependendo da nossa prestação. O jogo possui ainda suporte para as amiibo, as novas figuras da Nintendo que em vários jogos servem para adicionar algumas regalias ao jogo ou serem usadas como personagens individuais e que podem evoluir, como em Super Smash Bros. Neste novo jogo porém as regalias dadas pelas amiibo são quase inexistentes, sendo que a presença ou não destas figuras não tem um grande impacto no jogo.

No entanto, nem tudo em Rainbow Paintbrush é negativo, começando pelo seu estilo artístico, existem vários pontos positivos para referir. Neste jogo todo o mundo é feito de barro resultando em paisagens belas e bastante originais, sendo difícil de encontrar este estilo de arte em videojogos, e que tão bem mistura a imensidão de cores do universo Kirby com arte oleira e com uma variedade enorme de cenários.

Desde cavernas repletas de lava até céus nublados, existe uma grande variedade de cenários.

Para além do esplêndido aspeto do jogo, este título é acompanhado por uma, como já referida, banda sonora que se destaca não só pela quantidade, mas especialmente pela qualidade de cada uma das peças que a compõem.

Embora a jogabilidade de Kirby se mantenha quase sempre a mesma durante todo o jogo, existem alguns níveis em que Kirby se transforma num veículo, como por exemplo um tanque oferecendo uma experiência diferente da maior parte dos níveis do jogo. Estas exceções são agradáveis e sente-se a falta de mais destes momentos ao longo do jogo, o que poderia ajudar a manter o jogo fresco até à sua conclusão.

Kirby: Rainbow Paintbrush inclui ainda um modo multijogador em que a qualquer momento, um jogador com um Wii Remote pode-se juntar ao jogo e controlar Waddle Dee, com uma jogabilidade idêntica aos jogos tradicionais de Kirby. Embora normalmente a inclusão de multijogador seja uma boa adição para o jogo, neste título o modo não ficou muito bem construído sendo que embora possam existir momentos divertidos quando jogamos com amigos, a experiência está longe de ser ideal, o que é pena. Isto acontece já que continua a ser Kirby o protagonista, claramente, sendo que por exemplo o segundo jogador não poderá abrir portas, não conseguirá chegar tão eficazmente a vários dos objetivos e colecionáveis.

Embora proporcione momentos divertidos, o multijogador poderia estar bem melhor.

Opinião final:

Kirby: Rainbow Paintbrush marca a chegada de mais uma série da Nintendo à Wii U no entanto não é um título muito feliz comparando com a qualidade habitual dos títulos Kirby e embora apresente uma jogabilidade que não é comum encontrar na série, um repertório interessante e um estilo artístico invulgar e belo, possui também várias falhas que limitam a experiência de jogo como o multijogador medíocre, a falta de conteúdo e a jogabilidade que embora divertida, rapidamente se cansa e que pede mais momentos únicos.

O que gostamos:

  • Jogabilidade interessante e refrescante na série;
  • Grande quantidade de músicas de qualidade;
  • Transformação em veículos;
  • Arte do jogo inspirada em construções de barro.

O que não gostamos:

  • Pouco conteúdo;
  • Multijogador mal aplicado;
  • Repetitivo e aborrecido após algumas horas de jogo;
  • Desafios desinspirados e idênticos entre si.

Nota: 7/10