Ao sermos presenteados com aquilo que na sua essência é um mini-jogo um pouco mais desenvolvido, a primeira reacção seria torcer o nariz. Não fui grande fã de Kirby’s 3D Rumble em Planet Robobot e fiquei um pouco de pé atrás quando peguei neste Blowout Blast. Aqui não existem novas mecânicas ou mundos absolutamente fantásticos para explorar. A simplicidade reina e isto tanta joga a favor de Blowout Blast como contra.
Para todos os efeitos, a jogabilidade é exatamente a mesma. Podem movimentar Kirby, fazê-lo saltar, baixar-se e, por fim, sugar os inimigos, utilizando-os como projécteis para derrotar os restantes adversários. O ideal é sugarem o maior número de adversários, para poderem aumentar o vosso poder de ataque naquele momento – obtendo assim combos e mais pontos. A novidade aqui prende-se com o facto de já não estarmos cingidos a uma arena. Existem mais de 25 níveis a explorar, com bosses a derrotar e até com áreas extra a desbloquear.
Dito assim, tudo isto parece uma fartura e o que é certo é que me comecei a entusiasmar com Blowout Blast, tentando obter a pontuação máxima em cada nível, melhorando a cada derrota que sofria ou vitória que atingia. Mas tão rápido como comecei, acabei. Não pude evitar de lançar um sonoro “É só isto?” assim que vi os créditos finais. Não estava à espera de um jogo gigante, é certo, mas Blowout Blast acaba-se em muito pouco tempo, especialmente se não estiverem com grande paciência para fazer cada nível na perfeição – que é onde recai o principal desafio deste jogo, até porque a maior parte das áreas secretas apenas podem ser desbloqueadas ao ganharem o troféu de ouro em todos os níveis anteriores.
O design dos níveis é variado q.b., tendo em conta a curta duração de cada um e do jogo em si, mas rapidamente se tornariam repetitivos caso contássemos com um jogo mais longo. A criação de plataformas e a diferenciação de alturas acaba por ser dos elementos que cria mais alguma variedade no que toca ao modo como derrotamos os inimigos, mas que acaba por nunca ser explorada a fundo de forma interessante. Basicamente, preparem-se para correr mais e pensar menos. Em termos visuais, teria sido bom ver alguma personalidade mais vincada nos níveis. Confesso que, após os correr todos, não houver nenhum que me tenha ficado na memória por ser mais ou menos diferentes dos restantes.
A dificuldade que pudesse existir acaba por cair por terra com a padronização que permeia Blowout Blast. Os padrões dos inimigos rapidamente são memorizados e não é difícil conseguir um troféu de ouro após algumas tentativas. Os bosses são algumas personagens já bem conhecidas dos fãs (como o King Dedede e Lololo) mas, como acontece com os restantes níveis, as lutas acabam por se resumir a padrões básicos que são ultrapassados numa questão de pouco tempo.
Kirby’s Blowout Blast é um jogo que na verdade cumpre aquilo que promete, uma experiência breve e divertida que é uma adição perfeitamente aceitável à biblioteca de qualquer dono de uma 3DS. Basta que o vejam como a experiência simples que é, as expectativas aqui são a chave para desfrutar de Blowout Blast, e acreditem que se forem à espera de pouco, apreciarão muito mais este jogo que nada mais é do que um pequeno snack para desfrutar entre experiências de jogo mais pesadas.
Opinião final:
Kirby’s Blowout Blast pegou naquilo que era na sua essência um mini-jogo sem sal e conseguiu criar um petisco apetitoso que consegue satisfazer durante alguns momentos. É simples, curto, mas adorável e divertido. No entanto, considerando o mundo de Kirby, seria interessante ver uma expansão das mecânicas de jogo e uma maior variação de mundos. Tudo é possível com Kirby, e era apenas uma questão de quererem.
Do que gostamos:
- Kirby!;
- Jogabilidade simples, rápida mas divertida.
Do que não gostamos:
- Curta duração;
- Repetição e padronização dos inimigos.
Nota: 7/10