Análise – Little Battlers eXperience

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Um dia foi criado um novo tipo de brinquedo. Robôs especiais com os quais as crianças adoravam brincar usando-os em batalhas uns contra os outros podendo mesmo usar as espadas ou armas. Após alguns incidentes que resultaram em feridos estes brinquedos foram considerados demasiado perigosos sendo assim, consequentemente, banidos do mercado. Porém, alguém inventou as caixas fortificadas as quais tornavam estas lutas robóticas completamente seguras permitindo assim o ressurgimento destes brinquedos e as suas emocionantes batalhas.

Este é o mundo de LBX: Little Battlers eXperience.  Um mundo onde miúdos, eventualmente protegidos por uma caixa de cartão fortificado podem brincar com robôs potencialmente perigosos. O jogo é baseado numa série de TV (que confesso não conhecer até esta altura) e, pelos vistos, segue os eventos da mesma “à letra”. Em todo o caso não é apenas mais uma adaptação. Estamos perante um jogo vindo da Level 5, por isso podemos contar com alguma confiança.

Os preparativos para uma nova batalha.

Como já vem sendo habitual da Level 5, este trata-se de um JRPG de ação no qual somos Van Yamano, um rapazote que adora LBX e com alguns dotes para a coisa mesmo nunca tendo possuído um desses brinquedos. O seu Pai construía LBX, no entanto, após o seu desaparecimento na queda de um avião a sua Mãe culpou os brinquedos proibindo assim Van de ter algum. Alguns eventos levam a que Van acabe por, na mesma, obter o seu próprio LBX partindo assim numa aventura para batalhar com muitos adversários e, eventualmente salvar o mundo.

O jogo passa-se muito ao estilo de Inazuma Eleven, ou seja, movemos o nosso personagem pelo mundo para interagir com outras pessoas até eventualmente entrarmos em modo de batalha numa arena específica usando o nosso LBX para o efeito. Temos ao nosso dispor botões para ataque, saltar e correr e eventualmente após algum tempo de carregamento temos, também, super ataques disponíveis. A variedade de cenários de batalha é razoável graças à natureza do universo onde estamos: são caixas que obviamente podem ser personalizáveis. Isto quer dizer que podemos batalhar num vulcão, num oasis ou simplesmente numa área residencial ou industrial.

A animação está muito boa.

Temos ao nosso dispor três tipos de ataque que podem ser nulificados com certos tipos de defesa atribuídos ás armaduras. Digamos que uma espécie de “pedra, papel, tesoura”. Os LBX são bastante customizáveis sendo possível mudar as suas armaduras para aumentar a defesa ou pontos de vida ou armas para aumentar ou alterar o ataque. Também podem ser alterar dois componentes internos tais como o CPU, motores ou até baterias para aguentar mais tempo em batalha. Isto impõe alguma estratégia, sendo que, teremos de escolher bem de acordo com a batalha que se segue se queremos sacrificar um pouco de tempo de bateria para poder ter mais poder de ataque ou defesa.

Esta variedade de customização é, realmente, um dos melhores aspectos do jogo apesar de vir com dois gumes esta faca. É tão extenso que chega a ser um pouco cansativo devido ao nível estatístico assoberbante. Somos brindados com uma chuva de números para cada item que demonstram a força de cada elemento que tem e resistências e tipos de ataque de tal forma que, no meu ver poderia ter sido muito mais simplificado. De tal forma que é mesmo desnecessário pois na maior parte das vezes damos mais importância ao equilíbrio entre danos e defesa.

Uma batalha em pleno efeito.

As batalhas em si são algo simples comparadas a estas estatísticas, pois a Level 5 optou por simplesmente aumentar a dificuldade dos inimigos quase exclusivamente aumentando-lhes os pontos de vida. Isto leva-nos a optar por um método mais seguro para garantir a vitória que é de aguentar com o nosso escudo e depois atacar até conseguir deitar o inimigo abaixo. Voltar ao mesmo e repetir. Vezes sem conta até o conseguir derrotar. Isto torna as batalhas, especialmente as mais tardias, bem aborrecidas pois enveredando por outra táctica as coisas tornam-se mais complicadas e possivelmente frustrantes.

Além das missões principais, ou seguimento da história, temos missões secundárias disponíveis. Estas missões que nem primam por muita variedade acabam por ter todas o mesmo objetivo: ganhar algum dinheiro extra para peças para o nosso LBX. Estas, a longo prazo acabam por não ter muita variedade sendo então mais rápido e fácil simplesmente batalhar pessoas nas ruas para ganhar medalhas que podem ser trocadas por créditos nas lojas.

Écrã de alteração de peças do nosso LBX.

Sendo um jogo portátil até podemos considerar que tem bom aspecto gráfico com os personagens animados pela técnica “Cel-Shading” e os cenários estão bem definidos. As cenas animadas estão bem desenhados e pelo que constatei por pesquisa até parecem melhor do que a série de TV. A música é um pouco repetitiva e em termos de voz pode-se dizer que alguns atores estiveram bem, enquanto que outros nem tanto. O resultado final é uma boa recreação da série televisiva. Atualização: Curiosamente, a série é que é baseada no jogo e não o contrário.

Opinião final:

Little Battlers eXperience é um bom jogo e com bom aspecto que infelizmente não inclui muita originalidade e variedade. É uma boa alternativa para quem nunca viu o programa de TV e ainda melhor para quem conhece e gosta. Acaba por ser bastante desapontante a extrema complexidade de estatísticas contrastada com o sistema de combate que acaba por ser um pouco frustrante devido à monotonia quase forçada para conseguirmos progredir.

O que gostamos:

  • Visuais bem conseguidos para um jogo portátil;
  • Variedade de peças para o nosso LBX;
  • RPG sólido e com uma história estranha mas bem implementada.

O que não gostamos:

  • Estatísticas demasiado extensas;
  • Combates tornam-se monótonos;
  • Pouca originalidade, muito parecido a jogos anteriores.

Nota: 7/10