Análise – Mario Kart 64

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 A série de corridas protagonizada pelo canalizador bigodudo vem estando presente em todas as consolas da Nintendo desde os tempos da SNES, sendo Mario Kart 64 um dos mais adorados pelos fãs e que tanta nostalgia traz aos que passaram horas diante da televisão com o comando da velhinha Nintendo 64 nas mãos.

Como seria de esperar, já que se passaram mais de 20 anos desde o seu lançamento, ao voltarmos a Mario Kart 64 notamos uma série de enormes diferenças em relação ao que encontramos hoje na série. Estas mudanças fazem-se notar ainda mais pelo facto de que os jogos Mario Kart vêm incluindo versões melhoradas de circuitos presentes em títulos passados. Depois de ter jogado Mario Kart 8 e encontrado pistas belíssimas oriundas deste jogo, é fascinante ver qual o seu aspeto original e pensar em como a evolução dos videojogos nestes últimos anos tem sido vertiginosa.

No entanto há que referir que, embora na componente visual seja interessante ver estas diferenças abissais que os vinte anos que separam Mario Kart 64 e Mario Kart 8 causaram, outros pontos tornam-se desagradáveis. Os controlos são aqui o problema mais facilmente identificável. Ao longo de várias gerações, a Nintendo vem melhorando progressivamente a maneira como controlamos o nosso kart até à meta e, embora de jogo para jogo esta diferença não seja muito percetível, quando damos um salto de duas décadas para o passado, estas ligeiras melhorias ganham mais força e compreendemos como os jogos atualmente alcançaram um nível de precisão extraordinário.

É fascinante percorrer os mapas e lembrarmo-nos do aspeto das versões mais recentes.

É fascinante percorrer os mapas e lembrarmo-nos do aspeto das versões mais recentes.

Deste modo, os controlos apresentam-se como um fator que, embora limitante até certo ponto, não impede que se tire prazer de Mario Kart 64 ainda hoje. Apenas precisamos de manter sempre uma mente aberta e de perder algum tempo até nos ajustarmos ao sistema de controlo mais rudimentar.

Tal como em todos os Mario Kart, neste jogo temos controlos bastante simples, mas que, devido ao ritmo constante e frenético que se faz sentir, levam a uma experiência verdadeiramente viciante (especialmente se jogarem com outras pessoas).  Este mesmo ritmo é assegurado pelo facto de que, enquanto vamos acelerando, derrapando e procurando atalhos em direção à meta, vamos encontrando caixas mistério espalhadas pelo mapa. Estas caixas contêm itens com os quais podemos ganhar velocidade extra, atrasar os nossos adversários ou até colocar caixas mistério falsas no mapa (e que, bem colocadas, levam a belas partidas).

Em Mario Kart 64 temos 8 personagens disponíveis, todos eles desbloqueados desde o início do jogo, todos eles com um kart idêntico e com os quais podemos participar em dois modos distintos e que vêm aparecendo em todos os jogos da série.

O primeiro, e que é, também, a principal atração da série, o Grand Prix consiste num conjunto de 4 percursos em que devemos concorrer pelo primeiro lugar e que, dependendo das nossas pontuações em cada uma das corridas, nos será atribuída uma posição final. Existem no total 4 grupos de 4 percursos, isto é, 4 taças em que podemos competir, nos modos 50cc, 100cc e 150cc (que correspondem aos níveis de dificuldade e velocidade dos veículos).

O segundo é o modo Time Trials, um modo pouco atrativo em que toda a magia da série é perdida e somos colocados numa pista vazia, sozinhos, com o único objetivo de conseguirmos acabar o percurso o mais rápido possível para estabelecermos um bom recorde para posteriormente o tentarmos bater.

No modo Time Trials, toda a magia da série se perde.

No modo Time Trials, toda a magia da série se perde.

Devido à escassez de conteúdo no modo Grand Prix, comparativamente aos mais recentes títulos da série, e ao facto de o modo Time Trials não ser nada de especial, rapidamente poderão dar por si a perguntar o que há mais para fazer. Bem, caso não estejam acompanhados, a resposta é mesmo nada, mas se tiverem com quem jogar, então poderão extrair algumas horas de diversão de Mario Kart 64.

Neste jogo até 3 pessoas poderão juntar-se a vocês e participar em corridas competitivas no modo versus e em batalhas ferozes no modo battle (ou ainda participar no modo Grand Prix se forem apenas dois jogadores).

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Nestas arenas de batalha, atingir o adversário e proteger os nossos balões é um grande desafio.

No primeiro modo não há muitas diferenças em relação ao modo Grand Prix, estando as mesmas presentes no facto de que poderão fazer apenas uma corrida de cada vez e escolher o circuito em que competem com os vossos amigos e/ou familiares.

O modo Battle, por outro lado, é, talvez, o modo de jogo mais interessante de Mario Kart 64 já que, mesmo passados estes anos todos e estando o jogo claramente datado, a ação proporcionada pela chuva de itens ameaçadores, de curvas apertadas para nos esquivarmos dos mesmos e pelo limitado número de vidas (aqui traduzido por balões), leva a que nos divirtamos imenso, não obstante o facto de atualmente encontrarmos uma experiência muito mais rica nos diversos aspetos.

Opinião final:

Em suma, Mario Kart 64 é um jogo em que se nota bastante bem a passagem do tempo, especialmente a nível do controlo da ação e dos detalhes dos vários constituintes do cenário. Ao mesmo tempo é um jogo que ainda consegue divertir, especialmente se tiverem com quem jogar, já que a escassez de conteúdo se faz notar passadas poucas horas de jogo. Serve, ainda, como maneira de constatar a extraordinária evolução da série ao longo destas últimas duas décadas e de sentir uma forte nostalgia enquanto nos lembramos dos serões a jogar Nintendo 64.

O que gostamos:

  • Modo battle e modo Grand Prix;
  • Mapas que dão gosto revisitar.

O que não gostamos:

  • Escassez de conteúdo;
  • Controlos limitam a experiência.

Nota: 7/10