A consola mais recente da Nintendo, a Wii U está há cada vez mais tempo no mercado, maior e mais variado é o seu catálogo, constituído quer por alguns jogos multiplataforma, exclusivos de grande porte, jogos indie, e ainda títulos mais antigos relançados na consola.
Estes jogos relançados na Wii U ocupam uma fatia razoável do seu catálogo e chegam-nos através da Virtual Console ou jogos Wii disponibilizados através da Nintendo eShop a preços mais convidativos que os que originalmente eram praticados.
De entre todos os jogos disponíveis na Virtual Console, encontram-se vários jogos do GBA (GameBoy Advance), nomeadamente Mario Kart Super Circuit, um dos jogos mais simples desta série da Nintendo.
Desde o primeiro Mario Kart para a SNES, esta série tem sido uma marca de referência das consolas Nintendo, marcando presença em cada uma delas. Em títulos recentes constam, para além de circuitos originais, o reaproveitamento de pistas presentes em anteriores jogos da série. Mario Kart 7 e Mario Kart 8, os dois jogos mais recentes da franquia possuem entre as pistas melhoradas de outras versões algumas que provêm de Mario Kart Super Circuit.
Como nunca tinha jogado este título, embora já o esperasse, fiquei surpreendido pela grande diferença entre alguns circuitos de Super Circuit e os seus correspondentes em Mario Kart 7 e 8. Mas, se no caso em que as diferenças se notam pela positiva, ficamos agradados com as mudanças, aqui o caso é exatamente o oposto. É necessário então, especialmente se já tiverem experimentado alguma versão mais recente de Mario Kart, uma grande capacidade de abstração para se conseguirem divertir, o que é uma tarefa bastante difícil e nada intuitiva.
Muitas destas características notam-se particularmente na componente visual do jogo em que em vez de cenários bem construídos e detalhados temos cenários pixelizados com uma perspetiva 3D rudimentar. No entanto não é só na parte gráfica que estas regressões nos impedem de ter uma experiência mais divertida. De facto, a maior diferença encontra-se na jogabilidade, em que atirar os nossos itens, derrapar, virar e até mesmo arrancar se apresentam de formam arcaica, de tal forma que para os jogos de hoje em dia, este título seria facilmente considerado como injogável, ou perto disso.
Assim, dificilmente Mario Kart Super Circuit cativa pela maneira como interagimos com o jogo, ou consegue substituir qualquer experiência que possamos ter com jogos atuais na Wii U.
Tal como nos outros Mario Kart, existem vários modos disponíveis: o Grande Prémio, que consiste em 8 taças, cada uma composta por 4 pistas em que acumulamos pontos e nos consagramos, ou não campeões; a corrida VS., em que podemos correr por pistas à nossa escolha e o modo batalha em que, em arenas específicas, defrontamos o CPU e tentamos atingir os nossos adversários com os vários itens que vamos ganhando e nos tentamos esquivar dos que arremessam contra nós.
Mario Kart Super Circuit é então a prova de quanto a fórmula da série tem evoluído nestes últimos anos, ao mesmo tempo que não traz qualquer tipo de modo novo, não arriscando a alteração completa da fórmula ou a criação de novas maneiras de jogarmos a franquia, mas apenas melhorando o que já existe desde a SNES, à medida que também os avanços no hardware o permitem.
Este título manifesta-se como um jogo que apenas pode ser tomado como uma possível compra por pura curiosidade em relação às origens da série ou para constatar as diferenças que a série sofreu ao longo dos anos especialmente em circuitos como Bowser’s Castle (presente em Mario Kart 7) para a Nintendo 3DS.
Assim sendo, é difícil atribuir uma classificação a Mario Kart Super Circuit já que, com todas as alterações feitas à série, quer a nível da nossa interação com os jogos, quer a nível estético, é impossível ter uma noção completa de como o jogo se comportava relativamente a outros títulos da época em que foi lançado, o que tem grandes impacto devido, por exemplo, aos limites impostos pelo hardware da consola em que foi lançado.