Análise – Mark McMorris Infinite Air

markinfiniteairanalise

São raros os jogos que se dedicam a desportos sem ser FutebolBasquetebol e só por isso os produtores de Mar McMorris Infinite Air já merecem algum mérito, sendo que a última vez que tivemos um videojogo dedicado ao Snowboarding foi em 2012, quando o último jogo da franquia SSX foi lançado. Mark McMorris Infinite Air tenta recuperar a época de ouro que os videojogos dedicados a este desporto radical tiveram na PlayStation 2, onde Shaun White SnowboardingSSX dominavam. No entanto, ainda não é desta vez que temos um jogo de Snowboarding que mereça o destaque que os da PlayStation 2 tiveram.

Embora o jogo da HB Studios não seja dos piores jogos dedicados a este desporto, está nitidamente fraco quando comparado a uma experiência a sério de Snowboard, como é o caso de SSX na PlayStation 2 3, tendo este vários problemas a que irei dar ênfase mais abaixo.

Potencial não lhe falta, pena ser mal aplicado.

Potencial não lhe falta, só é pena estar mal aplicado.

Comecemos pelo início: quando começamos o jogo, sem mais nem menos, aparece uma mensagem a indicar como nos devemos mover (com áudio mal calibrado na mesma) e põe-nos de imediato num cenário montanhoso, como mostrado na imagem acima. Depois de aprender os comandos e como fazer truques (muito difícil, visto que a personagem não se move sozinha, temos de estar constantemente a tentar movimentá-la, uma das falhas do jogo) supostamente iria ser apresentado uma espécie de HUB ou Lobby do jogo, no entanto, para confusão do jogador, continuamos no mesmo local sem perceber nada, com apenas uns hologramas verdes com mensagens esquisitas.

Os comandos do jogo são muito difíceis e não são nada práticos, visto que temos de remexer diversas vezes os analógicos juntamente com os botões R2 e L2 para fazer algum truque, ou então para fazer os truques mais básicos (ollie/nollie) teremos que movimentar, com a personagem em movimento, o analógico direito. Os botões R2 L2 correspondem às mãos do snowboarder, o que é realista, no entanto mais uma vez não serve de nada quando o personagem nem se movimenta, rodando apenas o corpo sem sair do lugar.

O maior problema dos comandos é a falta de cuidado e explicação dos mesmos, sendo que são complexos e só resultam quando a personagem está em movimento. No entanto deveria existir um botão para impulsionar o atleta a movimentar-se, sem ser com as derrapagens do local.

Embora os gráficos do jogo sejam razoáveis, existem muitos bugsglitches, tal como a instabilidade da nossa personagem, visto que à mínima falha na execução de um comando ele cai e “parte-se todo” ou então vai contra os objetos ou árvores, isto quando não os passa como se não estivessem lá. Outro problema relacionado com a parte técnica é o respawn da personagem quando cai, mostrando uma barra cinzenta no fundo do ecrã com algumas opções, como se o jogo estivesse em modo Alpha, com pouca estética e sem aviso algum quando clicamos no botão que queremos.

Nunca julgues um jogo pela "capa" ou gráficos

Nunca julgues um jogo pela “capa” ou gráficos.

Para podermos perceber o que temos de fazer e ver os modos de jogo e personagens disponíveis, ou até iniciar uma corrida, teremos de pressionar o botão options, levando-nos a um ecrã com várias opções, sendo que apenas dispomos de 3 modos de jogo disponíveis para experimentar.

O primeiro deles é o modo circuito, onde podemos experimentar pistas desafiantes e desbloquear desafios que dão itens de personalização para o nosso personagem – com um grau de dificuldade enorme e que poderia ser mais adequado aos jogadores casuais -, no entanto nem é este o pior pormenor do mesmo. Neste estamos completamente entregues a nós mesmos e, em muitos destes circuitos, podemos explorar e experimentar truques, no entanto tudo isto se torna repetitivo e sem sentido após algum tempo, pelo que poderia ter sido adicionado um modo multijogador ou outro tipo de desafios a este modo.

Depois temos o modo de jogo aberto, onde podemos explorar o mundo de Mark McMorris Infinite Air o quanto nos apetecer, no entanto os mapas do mesmo são muito vazios, sem vida alguma e sem personalidade, sendo sempre a mesma coisa e sem objetivos alguns, para não falar que temos de procurar por montanhas criadas pelos produtores do jogo nos mesmos locais que as dezenas de montanhas criadas pelos jogadores, o que torna o modo de exploração cansativo e aborrecido. É claro que é possível criar a nossa própria montanha no modo de edição (o terceiro modo de jogo), em que temos à nossa disposição uma montanha gerada aleatóriamente, onde poderemos inserir vários objetos para fazer truques e criar os nossos parques de Snowboard, é talvez a melhor opção do jogo, sendo que fornece imenso terreno e vários objetos que poderemos descarregar de outros utilizadores, podendo experimentar os mesmos. Mas mesmo aqui está um dos problemas deste jogo, é que este modo está totalmente dependente da comunidade, sendo que por si só o jogo pouco oferece.

Tantos objetos para fazer truques, no entanto dificilmente conseguimos executá-los

Tantos objetos para fazer truques, no entanto dificilmente conseguimos executá-los.

Opinião final:

Mark McMorris Infinite Air é um exemplo de que não devemos julgar os jogos pelos gráficos e imagens publicitárias dos mesmos, visto que não é nada do que aparenta ser. A HB Studios apresentou um projeto cheio de potencial, mas que não soube aproveitar, deixando o mesmo com conteúdo muito limitado e aquém do que era necessário para fazer justiça a este desporto radical, apoiando-se muito na comunidade que o jogo adquiriu e nas suas criações.

Do que gostamos:

  • Grafismos razoáveis e adequados ao tema;
  • Mundo de jogo enorme e com alguns objetos para truques;
  • Modo de criação divertido e inserção do mesmo na comunidade do jogo.

Do que não gostamos:

  • Modos de jogo aborrecidos e repetitivos;
  • Mundo de jogo vazio e sem vida;
  • Mecânicas de jogo complexas;
  • Bugs e Glitches no local e na queda do personagem;
  • Falta de conteúdo, dependendo muito do modo de criação e da comunidade;
  • Banda sonora fraca e pouco apelativa;
  • Inexistência do modo multijogador;
  • Menu de respawn desastroso, semelhante a uma versão Alpha de um videojogo.

Nota: 4/10