Max: The Curse of Brotherhood não é, curiosamente, a primeira aventura do rapazote de cabelo ruivo sendo que já andava em 2010 no seu primeiro jogo, Max and the Magic Marker lançado para Nintendo DS, Windows PC, Mac, iOS, Windows Phone 7, na PlayStation Network e em WiiWare. Estão perdoados todos os que porventura não se recordarem deste jogo. Nesta nova aventura lançada em exclusivo nas consolas Xbox One e Xbox 360 sob publicação da Microsoft e produção da Press Play Max tem de safar-se de sarilhos novamente numa demanda para salvar o seu irmão mais novo que “inadvertidamente” faz desaparecer através de um feitiço lançado por si.
Este trata-se de um jogo de plataformas no qual não se avista quase sinal algum de combate a não ser algumas cenas de escape mais frenéticas e algumas pequenas escaramuças contra o próprio sistemas de controle. Em termos de história a narrativa não tem uma complexidade, ou pelo menos não se esforça por ter, porém está bem explicada ao longo do jogo. Max é um jogo de plataformas (como já dito antes) em 2D mas passado num mundo 3D, movendo-se o nosso personagem geralmente da esquerda para a direita solucionando quebra-cabeças pelo caminho. O seu marcador mágico é a componente principal do jogo ganhando cinco poderes para ajudar Max. Usamo-lo para desenhar plataformas de terra, ramos, lianas, esguinchos de água e até bolas de fogo. É uma dinâmica interessante que é variada o suficiente até o fim do jogo.
O caricato é que apesar da aparente variedade e liberdade de criatividade cedo nos apercebemos que essa liberdade é limitada. Apenas podemos “desenhar” em lugares já determinados apesar de decidirmos as formas a tomar. Isto também torna-se provavelmente uma das maiores razões para as mortes no jogo e consequentemente alguma frustração. Felizmente não há muita penalização para as mortes e os pontos de gravação são frequentes.
Por estranho que pareça uma das caraterísticas mais fracas do jogo, os marcadores, também pode ser das mais satisfatórias e das que mais sensação de sucesso dão. Isto porque certos puzzles podem chegar a ser bem desafiantes e é agradável “aquela” sensação de quando os conseguimos ultrapassar por vezes nos provocando um “aha!” mental. Muito bom. De lamentar a ausência de um modo pelo menos cooperativo a dois jogadores, seria interessante dado a mecânica do jogo e porque não dar uso ao melhorado Kinect 2.0? Com sua precisão certamente não seria muito difícil implementar pelo menos o controle do marcador para a nossa mão ao invés do tradicional comando.
Visualmente o jogo é bastante apelativo e com variedade quanto baste nos cenários. Bem bonitos de se admirar mas certamente não será o jogo a utilizar para demonstrar a um amigo as capacidades gráficas de uma consola de nova geração. A suavidade é o que mais se destaca notando-se claramente os 60 frames por segundo porém no reverso da medalha estão as cut scenes que pecam por um arrastamento imperdoável.
Em termos de audio também é um jogo que não deslumbra. As vozes cumprem o seu dever dando um “toque” tipicamente cartoon necessário e e que se encaixam perfeitamente no ambiente de jogo e os efeitos sonoros vão dando um ar da sua graça aqui e ali sendo uma vez mais uma caraterística pouco memorável do jogo. De nota a banda sonora com alguns dos trechos que podem ficar no ouvido mas de maneira geral quase podemos considerar o jogo algo… silencioso.
O que gostamos:
- Gráficos agradáveis;
- Jogabilidade suave e de aprendizagem rápida;
- Aventura com boa duração;
O que não gostamos:
- Alguns puzzles frustrantes;
- Som não impressiona;
- Ausência de modo cooperativo;
Opinião final:
Max: The Curse of Brotherhood é um jogo de plataformas/puzzle competente e sólido e certamente um bom começo e nada mau exclusivo para as consolas da Microsoft. É uma lufada de ar fresco de todos os tiros, zombies e corridas dos jogos de lançamento da Xbox One e a um preço razoável para uma aventura de 5 a 6 horas. Peca um pouco pela ausência de um modo cooperativo e por perder a oportunidade de dar um bom uso ao Kinect. Pode por vezes frustrar um pouco contudo a sensação de ultrapassar essas frustrações acaba por compensar um pouco. Recomendado para quem gosta de jogos de plataformas e também, quem sabe, para descansar as iris de tanto tiro.
Nota: 7,5/10