Nights of Azure 2: Bride of the New Moon é a sequela de Nights Of Azure, um jogo do género JRPG focado na acção hack n’ slash onde a maioria das personagens são jovens raparigas de variadas personalidades e roupas atrevidas para agradar a comunidade fã de anime.
Não é necessário jogar o primeiro jogo da franquia para jogarmos a sua sequela, visto que Nights of Azure 2: Bride of the New Moon utiliza apenas o mesmo prólogo e uma das personagens do seu antecessor, personagem escolhida pelo seu envolvimento na famosa lenda onde um mítico guerreiro derrota o demoníaco Senhor das Trevas. Nesta lenda, ao ser derrotado, o Senhor das Trevas espalhou o seu sangue demoníaco por todo o mundo na tentativa de o infestar com demónios, objectivo que foi bem sucedido. Desde então, Curia, uma ordem religiosa de magos e cavaleiros, está em constante luta contra os demónios espalhados pelo mundo.
Várias são as crianças que sonham em seguir as pisadas do mítico guerreiro, estudando e treinando para entrar na prestigiosa ordem religiosa Curia. Aluche, Ruenheid e Liliana, três amigas de infância tinham esse objectivo em comum, desejando alcançar a paz e esperança de um mundo sem trevas. Esta aventura começa com uma reunião entre Aluche, a protagonista do jogo, e os conselheiros que comandam Curia. Aluche terá de escoltar uma amiga sua, Liliana, até um poderoso demónio das trevas, Queen Moon, e sacrificá-la.
Ruenheid persegue-as e confronta Aluche, confronto este que termina com o aparecimento da Moon Queen, que mata a protagonista do jogo. Aluche é transportada para um hotel, onde é transformada numa half-demon, ficando limitada a apenas alguns minutos de actividade diária.
Ao início, o tempo limite para explorar o mundo de Night of Azure 2: Bride of New Moon é de apenas 10 minutos, sendo o tempo limite para explorarmos e completarmos uma missão, o que deixa sempre a desejar, pois os mapas são de tamanho considerável e estão cheios de demónios para derrotar (muitos deles erguem barreiras para obrigarem o jogador a lutar, perdendo tempo), o que limita a exploração. Devido a este limite de tempo, temos de procurar o mais rápido possível os portões de teleporte espalhados pelas diversas áreas (para desbloqueá-los teremos de derrotar 1 mini-boss) e dar o dia de Aluche por terminado, retomando ao Hotel Eterna, o lobby do jogo onde se encontram as diversas personagens. Neste espaço, não há restrições de tempo, é uma safe zone, pelo que podemos gastar o tempo que nos aprouver.
No entanto, quando Aluche vai se deitar, a Lua começa a ser obscurecida por uma sombra, o que é uma simbologia do tempo limite para derrotarmos o próximo boss. Caso não consigamos derrotá-lo antes da lua ser totalmente obscurecida, iremos ver um ecrã de Game Over, no género de The Legend of Zelda : Majora’s Mask, uma funcionalidade que não é nada bem vinda em um jogo do género RPG, onde temos de fazer level grind para melhorar a nossa personagem.
No Hotel Eterna, além de podermos interagir com as diversas personagens, (até mesmo numa piscina com fatos de banho) podemos comprar vários itens para melhorar os stats da Aluche e das suas companheiras, equipando-os na opção de equipamentos do menu de pausa. Estes objetos poderão aumentar a vida, ataque, resistências a veneno, etc. das mesmas.
Outra funcionalidade destacada no Hotel Eterna é a sala de manutenção, onde existe a possibilidade de utilizar o sangue azul dos inimigos que Aluche derrotou para fazer com que ela evolua de nível, evoluindo os stats básicos de Aluche, tal como o limite cronológico para efectuar missões. Ao utilizar os pontos de habilidade fornecidos em troca de sangue azul, poderemos aumentar várias stats especiais de combate, tais como o dano das diversas armas que Aluche poderá utilizar; aumento de dano e de vida/mana e benefício em certas situações, entre outros boosts para fortalecer os stats de combate de Aluche.
Além de podermos fazer “upgrades” a Aluche, a sala de manutenção permite utilizar pontos Servan para evoluir as estatísticas dos companheiros de Aluche. Estes são demónios inofensivos que querem ajudar na aniquilação dos demónios que infestam o mundo inteiro, são chamados de Servan e Aluche terá de os salvar ao explorar os diversos mapas do mundo do jogo. Ao utilizar estes pontos, os Servan evoluem de nível e aumentam os stats de: vida, mana , Ataque e Ataque especial. Cada ponto gasto em um destes stats equivale a 1 nível, sendo possível evoluir os Servan com uma gema de evolução quando eles chegam ao nível máximo. Caso não queiramos evolui-los mais, poderemos fazer com que eles voltem ao nível 1 com os stats que já têm, permitindo assim que evoluam novamente.
Os Servan podem ser de dois tipos, sendo que cada um dos Servan tem habilidades únicas:
Trickers, estes Servan utilizam várias habilidades especiais em combate e para abrir locais escondidos, como rajadas de fogo de Nero, que permite utilizar barris de óleo para incendiar os inimigos ou os espinhos que tapam alguns caminhos secretos. Existem vários Servan diferentes deste tipo, e cada um tem uma habilidade única que irá ser útil a Aluche.
Strikers, estes Servan transformam-se em diversas armas que Aluche poderá usar durante um período de tempo limitado (a mana do Servan esgota-se ao ser utilizado), tal como espadas de duas mãos com ataques de fogo e de água, uma lança, entre outras armas únicas que têm habilidades e combos próprios.
O mundo de Night of Azure 2: Bride of New Moon é mágico e cheio de paisagens vislumbrantes, as quais podemos observar enquanto exploramos a cidade ao som de várias músicas cativantes e que nos transmitem o estado de espírito de Aluche enquanto derrota os inimigos. É pena que estas paisagens deixem a desejar, visto que poderiam estar muito melhor trabalhadas, dado o poder da PlayStation 4 e o que se pode alcançar com o mesmo. Se fizermos zoom ao chão ou às paredes, podemos ver que não estão bem renderizadas, tal como os diversos inimigos que encontramos. Apenas algumas personagens principais têm um cuidado especial no que toca às renderizações, como as personagens secundárias e as três amigas.
As mecânicas de combate de Aluche estão muito bem conseguidas e têm bastante flexibilidade, podendo misturar os botões quadrado (ataque normal), triângulo (ataque forte) e cruz (salto) para formar vários combos diferentes, consoante a arma que estamos a utilizar , visto que poderemos utilizar vários combos com os Servan.
Além dos Servan, podemos contar ainda com ajuda das companheiras de Aluche, as Lilies, que a acompanham durante a sua exploração diária e que equipam Aluche com ainda mais habilidades, como suporte de magia, armas de fogo que paralisam os inimigos ou barreiras defensivas. De novo, cada personagem tem as suas habilidades, podendo utilizá-las livremente (conforme as ordens que lhes damos) ou quando clicamos triângulo + círculo. Em certos momentos podemos ainda premir repetidamente o botão círculo para accionar uma cutscene de acção entre as duas personagens que estamos a controlar. A habilidade em questão varia de personagem para personagem, tratando-se de um combo entre as duas. Por fim, temos a habilidade especial, que irá ser outra cutscene entre Aluche e a personagem escolhida para acompanhá-la na sua jornada, dizimando os inimigos com um combo frenético e poderoso.
Opinião final:
Nights of Azure 2: Bride of the New Moon consegue entregar uma experiência refrescante no que toca aos JRPG, oferecendo uma mistura entre o género RPG e Hack N’Slash para entregar uma boa experiência no estilo de anime gótico. Embora o jogo seja focado na comunidade de fãs de séries anime e utilize muitas técnicas de appealing conhecidas por esta comunidade para agradar, tal como a maioria dos personagens serem todas do sexo feminino com corpos fantásticos e peitos sobressalientes – muito devido aos seus movimentos e posições, e aos vestidos que vestem – este jogo consegue entregar uma história misteriosa e apelativa num mundo de fábula cheio de criaturas míticas que se escondem nos lugares mais obscuros. Nights of Azure 2: Bride of the New Moon não é um jogo para todos, focando-se no género de mecânicas utilizado no gênero hack n’slash, apresentando um mundo animado cheio de funcionalidades e pormenores muito característicos nos jogos de RPG.
Do que gostamos:
- História atraente com personagens carismáticas;
- Mecânicas flexíveis e com muitas variáveis e combos entre a personagem que se encontra connosco e os Servan;
- Dificuldade desafiante, obrigando o jogador a gerir bem o tempo e a evoluir o máximo possível Aluche;
- Todas as falas das personagens têm voz, excepto quando estamos a controlar Aluche dentro do Hotel Eterna;
- Sistema Skill Tree e Servan apelativo, podendo evoluir os Servan para criaturas mais poderosas e fazer upgrades aos stats de Aluche;
- Música apelativa e adequada para o género de jogo.
Do que não gostamos:
- Sistema de combate lento e um pouco difícil de controlar com o fraco lock-on manual;
- Impossibilidade de jogar com outras personagens sem ser Aluche;
- Gráficos fracos para uma consola como a PlayStation 4;
- Limite de tempo para fazer missões ou explorar um certo local, obrigando a gerir o tempo constantemente
antes da lua cheia chegar (game over).
Nota: 7,5/10