Análise – One Piece: Burning Blood

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Bandai Namco apresentou pela primeira vez One Piece Burning Blood no evento Tokyo Game Show, no ano passado, onde ficámos deslumbrados com a notícia de que, finalmente, iria ser realizado um jogo de lutas totalmente dedicado a One Piece, um dos desejos que os fãs mais acérrimos deste anime têm tido.

One Piece Burning Blood é totalmente dedicado a lutas, podendo ser lutas individuais(1 vs 1) ou lutas de equipas(2 vs 2, 3 vs 3). Existem vários modos de jogo disponíveis em Burning Blood, sendo eles o modo Paramount WarWanted PostersPirate Flag BattleOnline, VersusCollectible e Pirate Base.

O primeiro modo que referi, Paramount War, é o modo de história que disponibilizam no jogo, e também o ponto mais fraco do mesmo, visto que apenas se passa durante 1 saga do anime, repetida quatro vezes. Isso mesmo, este modo dá-nos a possibilidade de viver a Paramount War na pele de Luffy, o capitão dos Strawhat PiratesAceAkainu e Whitebeard, mas embora isto possa parecer um ponto positivo, é precisamente o contrário, visto que são inúmeras as lutas que se repetem entre Luffy Akainu, tal como Whitebeard ou Ace contra Akainu, introduzindo por vezes outras personagens, também elas inúmeras vezes, repetindo as lutas vezes e vezes sem conta durante as 4 hipóteses que podemos escolher para viver esta saga. Como se isso não bastasse, as próprias cutscenes que nos disponibilizam uma vez, são totalmente repetidas nas outras também, embora algumas sejam exclusivas dos mesmos, tornando secante e apresentando o fator “copy-paste“. É totalmente inexplicável um jogo com mais de 40 personagens jogáveis, e inúmeras personagens de suporte e diversos mapas de todas as sagas de One Piece, ter apenas foco em 4 personagens em uma só saga, visto que o jogo tem base para, no mínimo, contar 6 sagas de One Piece, e refiro-me apenas às mais importantes.

É assim que está distribuído os níveis deste modo

É assim que está distribuído os níveis do modo de história.

Depois temos o típico modo de jogo com missões secundárias, disfarçadas de Wanted Posters, onde temos vários desafios à nossa espera, tal como o treino de Rayleigh, que exige a realização de certos objetivos nas nossas lutas. Temos também várias personagens de suporte, que nos desafiam a superar 11 lutas com grupos de personagens já bem conhecidos, tal como Zoro Mihawk, em que ao fim de seis missões concluídas, podemos fazer uma espécie de “teste”, e se concluirmos o mesmo, desbloqueamos a personagem de suporte e podemos começar outro grupo de 11. Além destes, iremos poder desafiar-nos em um conjunto limitado de Wanted Posters ou em alguns especiais, que desbloqueamos ao comprar personagens na Pirate Base. No entanto os adversários são muito fortes, tendo vários aumentos de defesa, ataque e até dispõem das personagens de suporte. No entanto, ao fim de alguns Wanted Posters, começa a tornar-se repetitivo e cansativo.

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Exemplo de um Wanted Poster especial.

Uma das grandes surpresas em Burning Blood é sem via para dúvidas o modo Pirate Flag, visto que este é um modo de jogo raro no que toca ao género de lutas. Onde nos é apresentado o mundo de One Piece, com as inúmeras ilhas que já conhecemos muito bem, e nos perguntam para que a que equipa nos queremos juntar, sendo que podemos juntar-nos aos StrawHat Pirates, Heart Pirates, BlackBeard Pirates, Marines, Sun Pirates, Fishman, Revolutioners, Red Hair Pirates, Buggy Pirates, Baroque Works, entre mais alguns. Escolhida a equipa que pretendemos, iremos automaticamente juntar-nos à mesma online, recebendo os stats e os pontos da mesma, quantos estão na nossa equipa, quais as ilhas que estão sobre nosso comando, alterar a nossa foto de perfil com as imagens que desbloqueamos, títulos, etc. Iremos então poder utilizar no máximo 120 log pose points, que irá ser utilizado para navegarmos no mapa de ilha para ilha, gastando 1 ponto por cada. Cada ilha irá simbolizar 1 desafio, existindo 3 tipos de desafios(para enfrentar 1 desafio iremos gastar 15 log pose points), o primeiro é jogador, onde iremos lutar online(caso tenham o serviço online nas consolas ativo) contra outros jogadores e quem ganhar ganha uma % da ilha, podendo até apoderar-se da mesma em prol da sua equipa. O segundo desafio é COM, onde iremos jogar contra equipas random de inteligência artificial, como se fosse em modo versus, sendo os prémios a mesma coisa do jogador. Por último temos as RAID, sendo estas as ilhas mais difíceis de conquistar, pois a equipa de inteligência artificial a defrontar é muito forte e está a um nível de habilidade surpreendente.

O menu do modo Pirate Flag

É este o menu do modo Pirate Flag.

No modo VersusOnline poderemos lutar como quisermos, no Versus é sem regras, sendo que temos ao dispor todas as personagens já adquiridas, tanto jogáveis como de suporte e poderemos escolher a música da batalha, o nível do adversário, o tempo, o mapa e até se queremos lutar contra uma personagem imóvel(para treinar), é claro que podemos também jogar com amigos a partir de 2 comandos. Já no online, nas versões de consola irá ser necessário uma subscrição para o serviço online da mesma, para podermos enfrentar várias pessoas e desfrutar de desafios reais.

É claro que não podia deixar de faltar uma opção para vermos as cutscene do modo história e várias outras coisas que todos os fãs gostam de relembrar, é para isso que serve o modo Collectible, onde nos permitem verificar tudo sobre o universo One Piece até agora.

Por último temos a Pirate Base, onde o charmoso Buggy The Pirate irá nos disponibilizar todas as personagens jogáveis e de suporte dependendo do dinheiro que queremos gastar, sendo possível ter as personagens que queremos, ao nosso próprio ritmo.

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One Piece Burning Blood conta com 42 personagens jogáveis sem contar com as personagens desbloqueadas através de DLC’s e ofertas da Bandai Namco, tendo como auxílio inúmeras personagens de suporte, sendo quase o dobro das jogáveis. Cada personagem é única no seu estilo de luta, quer em combos, ataques especiais, charme, personalidade e habilidades/awakening, sendo esta última muito bem conseguida, visto que em certos casos podemos mesmo nos transformar em um dinossauro devido à Devil Fruit de X Drake, ou em um buda enorme de ouro, com ataques devastadores, devido à Devil Fruit de Sengoku. Existe em outras personagens habilidades únicas e combos únicos devido às suas Devil Fruit também, ou até mesmo Haki ou vantagem física, como é o caso dos Devil Fruit Users Logia, que podem usufruir de um modo de guarda único que os transforma em um elemento(magma,eletricidade,gelo, etc), permitindo ser imune a ataques normais e até a alguns ataques especiais, sendo a única forma de contra atacar esta vantagem com Haki ou poderes devastadores. Outros personagens têm vantagens de Devil Fruit físicas, que é o caso de X Drake ainda à pouco referido. Ou claro, o tipo de fruta Paramecia, que o nosso protagonista, Luffy, usufrui, permitindo-lhe utilizar poderes de borracha.

Embora as mecânicas de jogo estejam bem implementadas, ainda existem algumas falhas, como é o caso do modo de guarda quase impenetrável, visto que apenas pode ser destruído com guard break, que demora bastante tempo a preparar, tornando o nosso personagem indefeso e apto a perder vida, este ponto leva-nos também ao problema da lentidão e falta de extensão nos ataques de vários personagens, visto que torna a luta menos explosiva e mais “mecânica”, não existindo muitas sequências sem ser com os Unity Chain/Clash/Assist ou com as habilidades. Os Unity Chain/Clash/Assist permite, durante um certo evento, trocar de personagem e este atacar o nosso inimigo, ficando o mesmo a personagem jogável durante a luta. Existe também os Appeal Events, onde se seleccionarmos personagens para formarem 1 equipa, ou então para lutar entre si, irão, durante a apresentação da luta, comunicar entre si, como é o caso com Zoro SanjiZoro MihawkKuma Moria, entre muitos outros, tornando o jogo mais humorístico e apetecível.

Opinião final:

One Piece: Burning Blood não é um jogo que aprecie a todos os jogadores, para quem não conhece o universo One Piece, não é recomendável, visto que irá desde o início revelar alguns fatos importantes da história do anime, e estragar a emoção do mesmo. No entanto, é um jogo muito bem conseguido e o primeiro do género para o anime, oferecendo aos jogadores momentos épicos e inesquecíveis de uma das maiores sagas do anime, embora seja a única que possamos jogar no jogo, não podia ter sido escolhida outra saga que encaixasse melhor no seu lugar. São 42 personagens jogáveis, sem contar com as que podemos comprar/desbloquear via DLC, cada uma totalmente única, com a sua própria personalidade, com as suas próprias habilidades e estilo de luta e até com os seus próprios Appeal Event. Em suma, One Piece Burning Blood é o título que todos os fãs esperavam no que toca a um Beat’em Up e conseguiu alcançar o seu objetivo que é proporcionar-nos as lutas mais épicas de One Piece e podermos reviver as mesmas.

Do que gostamos:

  • Mecânicas de luta únicas para cada personagem, bem conseguidas e awakenings a roçar a perfeição;
  • Fiel ao estilo de jogo e cativante;
  • Modo Pirate Flag que tanto pode ser jogado online ou offline;
  • Appeal Events engraçados e carismáticos, dando humor ao jogo;
  • Wanted Posters bem implementado;
  • Grande valor de repetição.

Do que não gostamos:

  • Modo de história muito curto e mal conseguido;
  • Lentidão de alguns ataques normais e falta de extensão dos mesmos;
  • Modo de guarda quase impenetrável;
  • Introdução de personagens irrelevantes e falta de personagens importantíssimas.

Nota: 7/10