Análise – Pneuma: Breath of Life

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Desde que foi apresentado nunca consegui esconder a minha curiosidade sobre Pneuma: Breath of Life. Trata-se do primeiro jogo com a tecnologia Unreal Engine 4 na consola da Microsoft e isso nota-se pois tem um aspecto fantástico. É o primeiro trabalho da Deco Digital, um estúdio do Reino Unido, e trata-se de um jogo de puzzles jogado em 1ª pessoa. Será que surpreende?

O jogo decorre numa espécie de viagem filosófica de alguém que nos vai narrando e questionando a existência do seu ser. Temos de resolver puzzles para poder abrir portas que entretanto nos levam a novos puzzles um pouco mais complexos. Sendo jogado em 1ª pessoa poderia achar-se que seria algo complicado porém controlamos bem e suavemente.

Um dos belos jardins por onde passamos.

Um dos aspectos mais impactantes de Pneuma é realmente o visual que nos presenteia com uma ambientação fantástica e visuais bem cuidados. Progredimos por salas cheias de mármore que reflete a luz e outros aspectos de maneira impressionante e tudo isso torna o jogo um dos indies mais bonitos de se vislumbrar nos últimos tempos. Isto ajuda também nos puzzles que são bem visíveis sem causar qualquer transtorno na sua resolução.

Os puzzles variam entre os simples aos mais complicados sendo que em alguns passamos algum tempo até conseguir encontrar a solução. O que é curioso é que enquanto que em muitos jogos a solução por vezes passa pela experimentação, poucos são os puzzles aqui que conseguem ser solucionados dessa maneira. Aqui os puzzles têm uma lógica e, enquanto muitos deles poderão parecer extremamente complicados de se resolver à primeira impressão, quando acabamos por o conseguir temos sempre aquela sensação de feito conseguido com satisfação.

Algumas zonas parecem quase reais.

Alguns puzzles desafiam também a lógica porém nunca são resolvidos de forma convencional. Muitas vezes temos de questionar a nossa existência posicional, literalmente, e até a visão, ou seja, para onde estamos a olhar e tentar ver as coisas… noutra perspectiva. Tendo dito isso acabei por sentir muita satisfação e apercebi-me da genialidade de alguns dos puzzles no jogo.

O jogo apresenta uma sonoridade peculiar com uma música sempre constante e calma. Sons do mundo onde nos encontramos são muito poucos porém muito importantes pois alguns puzzles também se resolvem através da audição. Durante o jogo acompanha-nos o narrador que desde o início julga-se Deus e que está a colocar estes obstáculos a si próprio. A voz está bem narrada com muito boa qualidade tal que o ator consegue mesmo transmitir bem os sentimentos e estados de espírito do narrador e isso nota-se principalmente mais perto do final do jogo.

A atenção ao detalhe está muito boa.

Agora a parte menos agradável. O jogo apesar de todas as suas qualidades é, de facto, bastante curto. No decurso dos dois dias que tive de o jogar o acumulado de tempo que precisei para chegar ao final foi de à volta de 3 horas. Nos standards de hoje em dia é pouco. E quando se termina o jogo, acaba mesmo. Não tem mais nada para fazer a não ser encontrar alguns quartos secretos com alguns puzzles extra. É realmente desolador ter este jogo tão impactante visualmente e que também se controla muito bem e não poder ter mais nada para fazer após o terminar. Deduzo que em uma segunda tentativa deverei demorar cerca de 1 hora a terminá-lo. Uns níveis de bónus extra ou até desafios de tempo seriam mais que bem-vindos.

Opinião final:

Enquanto que muitos poderão achar o valor pedido algo exagerado pelo que o jogo oferece outros deverão achar valer a pena pelo que o jogo é. Confesso que este foi dos jogos mais difíceis na decisão da minha nota final. Atribuirei uma nota ao jogo em si, pelo que é pela análise nua e crua, e outra pelo que o jogo consegue e pelo que merece porém tendo em conta os seus visuais muito bem conseguidos, toda a sua ambientação, puzzles desafiantes porém muito gratificantes e tendo também o facto em conta de que é o primeiro esforço de um novo estúdio levou-me a tomar esta decisão. Merece a atenção de quem se chame gamer.

O que gostamos:

  • Ambientação fabulosa e gráficos lindos;
  • Estilo artístico muito cuidado mas agradável;
  • Puzzles desafiantes mas gratificantes;
  • Final surpreendente;

O que não gostamos:

  • Muito curto;
  • Pouco conteúdo além do jogo principal;
  • Valor pedido poderia ser um pouco inferior.

A nota final tendo em atenção os standards de hoje em dia e levando em conta o conteúdo e a sua duração é realmente um pouco prejudicada principalmente por o podermos acabar rapidamente. A mesma nota final tendo em conta o trabalho feito no jogo em si cheio de puzzles impressionantes e visual muito bem conseguido e pela forma que nos prende até ao seu final impressionante apesar de acabar demasiado depressa acaba por mesmo assim manter-me em conflito.

Nota: 7,5/10