De acordo pelas minhas contas pessoais, este deverá ser o jogo nº 200 lançado combinando as franquias Dynasty Warriors e Samurai Warriors. Pronto, tudo bem. Não exageremos, não deverá chegar a isso mas todos sabemos que são muitos. Com tantos personagens e conflitos “históricos” (baseados em eventos reais ou não) e tantos personagens controláveis e após tantos jogos era de esperar alguma profundidade além do clássico pressionar dos botões de saltar e atacar. Algo que de facto cumpre, em parte.
A história de uma guerra entre reinos é surpreendentemente vazia tal como os personagens que a contam. Os segmentos de história são contados de forma algo caricata e constrangedora entre movimentos repetidos dos personagens e, apesar de ser totalmente narrado em voz, é tão aborrecido que eventualmente após algum tempo de jogo simplesmente desejamos que o assunto seja despachado. Torna-se algo complicado manter-se a par das estória com tantos personagens, nomes complicados de muitos destes, mudanças de aliança e afins que até acabamos por perder a noção do nosso próprio personagem o que anda a fazer.
Mas uma coisa é certa: existe um conflito a decorrer e temos de tratar de participar no mesmo. Sendo o enésimo jogo da franquia supostamente já sabemos o que esperar: centenas de grupos de inimigos por vezes agressivos porém muitas vezes sem reação a correrem na nossa direção para nos matar. Só que, se estiverem no nosso território mal nos causam danos (talvez alguma cócegas) ou então nem se dão ao trabalho de nos atacar. E com 3 botões de ataque, um de saltar e um de ataque especial ocasional elementar não iremos ter muitos desafios pela frente. Quando estão no seu próprio território as coisas mudam e podemos ser dizimados em poucos segundos.
Cada fase tem várias missões a cumprir apesar de não ser obrigatório termos de as completar todas para progredir no jogo. Algumas destas missões irão terminar de imediato a fase, como por exemplo no evento de alguma morte de um personagem, porém normalmente por cumprirmos os critérios normais de “matar esta pessoa” ou derrotar certo número de pessoas”. Uma vez concluídos os desafios principais a ronda acaba e os despojos da vitória são apresentados aos vitoriosos. Digo no plural porque podemos ter até 4 personagens a vencer a batalha pois controlamos esse mesmo número de guerreiros pelos extensos campos de batalha. Ao menos notamos diferença no controle destes personagens só que, por estarmos a controlar tantos nunca sentimos que estamos a investir no seu melhoramento.
E isso é porque os aliados mudam a cada batalha sendo-nos oferecidos personagens diferentes a cada vez que uma nova fase começa. Podemos, no entanto, completar missões controlando apenas um personagem por isso a suposta tática de alternar para outros acaba por cair por terra tornando-se quase desnecessária. E isso é mais que notório quando no final de cada fase quando nos são apresentadas as estatísticas é mais que comum o nosso personagem estar 20 ou 30 níveis acima de todos os outros. Este investimento acaba por na maior parte fútil devido à tal situação do jogo dar-nos personagens diferentes no nível seguinte.
Tecnicamente o jogo está razoável apesar de o número de personagens num dado momento chegar a impressionar. A música é completamente esquecível. Existe um sistema de melhoramento das armaduras e armas porém honestamente quase não notamos diferença após terem sido melhoradas. O jogo apesar disto tudo acaba por cumprir no que realmente se foca: matar milhares e milhares de inimigos sem personalidade. Mas seriamente, se alguma vez já jogámos antes algum dos seus numerosos jogos desta série nada disto será novidade.
Opinião final:
No fundo da questão existem jogadores que acabam por tirar algum divertimento ao jogar este tipo de jogos: matar e matar sem pensar em muito mais, apesar de haver uma história algures por ali. O que perde em personalidade pode acabar por ganhar algum alento na satisfação de vermos o nosso contador de mortes inimigas a multiplicar-se ás centenas simplesmente com o martelar de 1 ou 2 botões. Nada de transcendente. Nada de novo. Mesma “satisfação” de sempre.
O que gostamos:
- Impressionante quando aparecem dezenas de inimigos;
- Divertido até a algum ponto com o multiplicador de K.O.
O que não gostamos:
- Nada de novo;
- Progressão quase desnecessária;
- História pouco apelativa;
- Jogo muito repetitivo.
Nota:5/10