Análise – Sonic Boom: Fire & Ice

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Depois de ter jogado Sonic Boom: Rise of Lyric para a Wii U, e de não ter gostado da experiência (tal como muitos outros analistas) no geral, perdi o interesse na nova cara, por assim dizer, que a SEGA estava a dar a Sonic com o novo universo, Sonic Boom.

Assim sendo, quando recebi, por parte da Nintendo, um código para analisar Sonic Boom: Fire & Ice para a Nintendo 3DS foi com um certo receio que instalei o jogo e comecei a jogar. Temia na altura que a experiência que tive com ….. se repetisse.

No entanto, após ver a introdução e ter jogado o primeiro nível, comecei a notar que este jogo estava num nível completamente diferente do jogo que tinha tido anteriormente analisado. Algo que, aliás, apenas se veio a confirmar ao longo da minha restante experiência com Fire & Ice.

Tal como o nome indica, existe ao longo de todo o jogo uma dicotomia entre gelo e fogo, que acabam por representar também uma complementaridade a nível de clima. Devido aos planos maléficos do já conhecido vilão, Robotnik (Eggman), o clima das ilhas onde decorre a ação alterou-se drasticamente, tendo estas passado a ser ora geladas ora desérticas – um pouco ao estilo do que vimos em Donkey Kong: Tropical Freeze, exclusivo da Wii U. Cabe, claro está, a Sonic, Tails e companhia limitada corrigir as asneiras de Robotnik e reestabelecer o balanço climático.

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Vai Amy, corre pela tua vida!

Mas não só a nível de ambiente existe esta dicotomia, também os poderes que Sonic, Amy e outros personagens que vão aparecendo posteriormente, e que podemos escolher a qualquer momento dentro do nível, estão divididos em fogo e gelo. De facto, estes funcionam mais como formas. Por exemplo, em modo fogo derretemos as plataformas de gelo em que pisamos, ao contrário do que se sucede quando em modo gelo, que gelamos a água e fazemos dela uma plataforma.

À medida que vamos passando os níveis (apresentados num world map comum aos jogos deste estilo – jogos de plataformas em 2D), vamos ganhando ragnium, que nos permite comprar trading cards e outros bónus, que funcionam como extras interessantes, tornando o jogo mais completo, embora não de uma maneira desnecessariamente exagerada, oferecendo demasiado conteúdo para se explorar cada um mais ao pormenor.

Como intervalos (bem-sucedidos) entre os típicos níveis 2D, temos níveis em que controlamos o submarino de Tails e procuramos uma peça de puzzle numa «corrida contra o tempo», tarefa que se vai complicando devido à existência de espaços bastante apertados e de vários obstáculos por ultrapassar. Para além destes, existem também alguns estágios em que somos colocados numa corrida frenética que lembra (ainda mais que os restantes níveis, que fazem um trabalho decente) os jogos clássicos de Sonic, em que controlávamos o famoso ouriço cacheiro a uma velocidade frenética.

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Em busca da peça de um grande tesouro escondido… uma peça de puzzle!

No final (aproximadamente) de cada mundo, encontram um boss final não muito desafiante, mas que também se apresenta como uma alternativa (comum) aos níveis ditos básicos. Estes representam, na generalidade, invenções malucas de Robotnik relacionadas com objetos do cenário alusivos ao contraste já referido entre gelo (ambiente mais idêntico aos dos polos) e fogo (ambientes tropicais).

O level design do jogo está muito bem feito e consegue, ao mesmo tempo, apresentar um estilo idêntico ao dos primeiros jogos de Sonic e permitir que os jogadores que prefiram jogar de uma maneira mais calma e refletida também o possam fazer sem serem intimados a passar os níveis a toda a velocidade. De facto, esta exploração é até aconselhável, pois existem zonas secretas e extras espalhados pelos níveis e que podem ser apenas encontrados caso percam mais tempo a investigar cada canto.

Se, no entanto, são fãs da velocidade e seguem o mantra «Gotta go fast!», não se preocupem, existem também desafios de tempo que irão colocar à prova a vossa agilidade. Para além do incentivo de apanhar os colecionáveis e de acabar o nível o mais depressa possível, existe ainda outro grande motivo para regressarmos aos níveis que já concluímos (embora acabe por estar incluído na parte que se refere aos colecionáveis).

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Em certos momentos irão aparecer estas relíquias (de maneira temporária), pelo que se devem despachar caso queiram conseguir os bónus.

À medida que progredimos no jogo, vamos desbloqueando novos personagens que, por sua vez, têm poderes únicos que nos permitirão aceder a zonas antes impossíveis de alcançar, mesmo nos níveis anteriores aos da sua aparição. Assim, Fire & Ice incentiva o jogador a ir investigar quais foram os níveis em que deixou para trás segredos por causa de ainda não poder aceder a certas áreas.

A nível técnico, este novo Sonic Boom porta-se muito melhor que os seus antecessores e, tirando uma ou outra quebra esporádica no rácio de fotogramas, apresenta-se de uma forma bastante decente e consistente.

Falando mais especificamente na relação do jogo com as potencialidades próprias (e exclusivas) da Nintendo 3DS, este é de novo um exemplo a reter. Aproveitando o estilo de jogos como Mutant Mudds, em que a ação se vai desenrolando em diferentes planos de jogo, também em Sonic Boom: Fire & Ice temos uma alternância entre os planos onde decorre a ação o que, misturado com os momentos de alta velocidade típicos dos jogos deste personagem, leva a momentos que nos prendem ao ecrã e que são dos melhores que já experienciei em jogos deste género para a 3DS.

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Como poderão ver, existem dois planos de jogo (prestem atenção ao «cenário»).

No entanto, como não poderia deixar de ser, nem tudo é um mar de rosas em Fire & Ice. A música do jogo não se destaca em qualquer momento durante o jogo e acaba por ser bastante genérica, nunca despertando o interesse. De facto, um dos extras é podermos aceder e ouvir de novo a banda sonora do jogo, o que apenas confirma como esta não está ao nível do que é apresentado ao longo do resto do jogo.

Tirando este ponto, o único defeito que encontrei no jogo foi o facto de, embora existindo em grande variedade, não haver uma grande diferença na maneira como temos de lidar com os inimigos. De facto, como por vezes a jogabilidade é tão rápida, nem me dou conta de quais os inimigos que estou a ver pela primeira vez, uma vez que todos se derrotam (no geral) da mesma maneira.

Opinião final:

Sonic Boom: Fire & Ice veio surpreender pela positiva e de que maneira. Se, tal como eu, ficaram marcados (não num bom sentido) pelos primeiros jogos Sonic Boom e estavam receosos para com este novo jogo, podem estar descansados, a Sanzaru Games (equipa responsável, por exemplo, pelo mais recente jogo Sly Cooper) fez um bom trabalho com este jogo, apresentando-nos um jogo consistente e divertido, bastante bem adequado às funcionalidades e características da Nintendo 3DS.

Do que gostamos:

  • Níveis bem construídos, com um bom level design;
  • Vários personagens prontos a serem selecionados (mesmo no decorrer dos níveis);
  • Exploração embora mantendo…
  • feeling dos jogos clássicos;
  • Níveis em que controlamos o submarino de Tails ou em que participamos em corridas trazem diversidade ao jogo.

Do que não gostamos:

  • Música genérica e aquém do resto do jogo;
  • Inimigos sem qualquer diferença na maneira como se abatem.

Nota: 8,5/10