Análise – Sonic Forces

Depois da boa recepção por parte da crítica de Sonic Generations, a Sega decidiu voltar a apostar em um novo título onde ambas as versões de Sonic marcam presença, incluindo agora uma nova funcionalidade nunca antes vista no universo de Sonic The Hedgehog: a implementação de um sistema de criação de personagens, que utilizam armas de fogo.

Sonic Forces dá lugar a todas as personagens de relevo do universo de Sonic The Hedgehog, que travam uma guerra pelo destino do planeta. De um lado, temos Tails, Knuckles, Ami, Silver e Rouge e, do outro, temos Doctor Eggman, Shadow, Metal Sonic, Chaos e Zarok, travando batalhas em diversas zonas do planeta. Mas como é que Doctor Eggman conseguiu criar um exército desta categoria? O que aconteceu a Sonic? Deve ser esta a pergunta que estão a formar na vossa mente. Pois bem, tudo isto começou com uma nova invenção do Doctor Eggman: uma criatura que, devido a certos poderes misteriosos, consegue controlar os vilões mais aterradores que Sonic e seus amigos já enfrentaram, além de ter uma velocidade superior à de Sonic (tendo-o derrotado num confronto 6 meses antes dos eventos iniciais de Sonic Forces, confronto este que serve de prólogo). Com esta poderosíssima «arma secreta», Doctor Eggman conseguiu finalmente um enorme poder militar para conseguir construir o seu império. A personagem criada pelo jogador será um sobrevivente de uma das cidades destruídas por Infinite (nome da criação de Doctor Eggman) e que foi ridicularizada por este, o que fez crescer dentro de si um espírito de rebelia face ao que Doctor Eggman Infinite estão a provocar.

Que poderes esconde esta misteriosa figura chamada por Infinite?

Um jogo de Sonic com armas de fogo era uma ideia que nunca passaria pela cabeça de um fã até à criação do spin-off  dedicado a Shadow para a PlayStation 2, um jogo que foi severamente marcado pela crítica, devido à implementação destas mesmas armas. No entanto, a Sega voltou a teimar com a inclusão de armas de fogo, embora desta vez com armas próprias, que emitem fogo, electricidade ou barreiras protectivas para a nossa personagem. Como tudo, no entanto, tem um custo, aqui o custo é de estas nossas personagens não terem qualquer poder, só mesmo as armas (lá se vai o sonho de criar o nosso próprio Sonic/Shadow).

O sistema de armas Wispon está disponível apenas para a personagem “avatar”, ou seja a personagem que criamos no início do jogo. Este sistema, tal como disse acima, introduz várias armas que utilizam elementos tais como fogo, electricidade, cubos virtuais, pedra, entre outros para permitir à nossa personagem destruir os robôs (além do famoso salto do Sonic, que é replicado, não através de poderes, mas sim de uma corda que a arma disponibiliza, o que desaponta bastante).

Estas armas, além de disponibilizarem o ataque normal do seu elemento (ou criação de barreira defensiva), permitem à nossa personagem atacar com o botão triângulo para efectuar um ataque especial, que irá permitir ultrapassar certos objectivos. Por exemplo o chicote de electricidade permite apanhar anéis em velocidade e “sobrevoar” o nível, ou fazer com que a arma burst expluda debaixo da nossa personagem para nos direccionar às plataformas mais altas. Embora o sistema de armas Wispon seja uma boa novidade para este género de jogos, num estilo similar ao que encontramos em séries como Jak & Daxter ou Ratchet & Clank, este não é um sistema que seja adequado para um jogo de plataformas rápido como Sonic The Hedgehog, onde os fãs estão habituados a velocidades tremendas e ataques saltitantes para acabar com os inimigos sem precisar de qualquer arma. É este o estilo de jogo pelo qual os fãs de Sonic tanto ambicionam.

A diferença entre um personagem criado e Sonic é tremenda.

Embora a criação de personagens e o sistema de Wispon não agrade muito aos fãs de Sonic, os níveis e a divisão dos vários tipos de níveis está bem elaborada, sendo que temos vários tipos de missões (missões de história, secundárias e S.O.S/ajudar outros jogadores) divididas por 4 géneros:

  • Missões exclusivas para o Sonic moderno, onde controlamos o Sonic atual, cujo controlo é equivalente ao do jogo Sonic Colors. Utilizando o botão “x” para saltar e atacar inimigos que estejam na mira lock-on e o quadrado para fazer boost (que utiliza energia wispon, obtida através das conhecidas mascotes de Sonic Colors). Embora este modelo de jogo seja bom e adequado a novos fãs da série, acaba por ser muito limitado e não nos deixa controlar Sonic como queremos, forçando-nos a movimentar em frente como se estivéssemos numa pista de corrida, sendo muito parecido a alguns jogos de telemóveis, o que é algo triste para o ouriço mais rápido da Sega.
  • Missões exclusivas para o Sonic Clássico, que são muitas vezes trabalhadas para captar o sentimento de nostalgia dos níveis dos clássicos jogos do Sonic Hedgehog da Mega Drive, totalmente renovados e melhorados. São das missões que mais prazer dão a completar, visto que não existe modificações nas mecânicas do Sonic.
  • Missões exclusivas para o “avatar”, que poderemos controlar apenas em missões dedicadas, ou apenas a si, ou a ambos os personagens (Sonic moderno e “avatar”). Os locais destas missões estão elaborados de forma a que utilizemos os diversos tipos de armas Wispon para alcançar vários locais secretos e conseguir moedas vermelhas, anéis ou atalhos para o final do nível.
  • Missões mistas, onde controlamos Sonic moderno e o nosso personagem “avatar”. Estas missões permitem que controlemos e utilizemos as características de Sonic moderno, tal como o seu boost, ao mesmo tempo que poderemos utilizar a arma Wispon do “avatar” para várias finalidades. Além de podermos controlar ambas as personagens, existem alturas em que ambos apertam a mão um do outro e fazem um boost tremendo, esmagando tudo o que apareça pela frente.

 

Boost em conjunto com Sonic.

Estas missões têm vários objectivos  inseridos numa lista disponibilizada no Lobby central do jogo e que poderemos conquistar, ganhando com estas façanhas vários acessórios para customizar o nosso “avatar” ou as suas armas Wispon, com vantagens únicas, como invencibilidade durante “X” segundos. No entanto, visto que a inteligência artificial dos inimigos é fraca, apenas os Bosses dão trabalho.

Além de podermos completar estes objetivos, se estivermos ligados à internet, poderemos receber ainda avisos “S.O.S.” para repetir certos níveis com condições especiais. Se for um “S.O.S.” verde, poderemos utilizar a nossa personagem junto da deles e controlar ambas, enquanto que se for vermelho apenas poderemos utilizar a personagem dessa pessoa. Se for azul, a escolha é nossa e poderemos escolher qualquer um dos Sonic, ou a nossa personagem.

Sonic Forces consegue entregar uma qualidade satisfatória no que toca à performance do jogo e aos gráficos, utilizando o poder das plataformas desta geração para entregar paisagens nunca antes vistas em um jogo de Sonic, misturando músicas bastante conhecidas pelos fãs do ouriço.

Embora nos apresentem vários inimigos no início, apenas iremos lutar com alguns deles, sendo Infinite o principal inimigo nas lutas de Bosses, repetindo-se intensamente dentro de 10 níveis as lutas contra esta adição ao elenco de vilões, para não falar nas várias lutas contra os robôs gigantescos de Doctor Eggman. É notório que poderia existir mais variedade nos Bosses.

Opinião final:

Sonic Forces é um jogo de que os fãs mais acérrimos da série não irão gostar muito. Primeiro, temos a criação de personagens, que além de ser limitada no que diz respeito à escolha da nossa personagem, obriga-nos a utilizar uma “arma” Wispon (aqui recordamos que a última vez que implementaram armas num jogo dedicado ao universo Sonic…  foi o que se viu). Segundo, Sonic Forces volta a usar as mecânicas de Sonic Generations, tal como ambos os Sonic em 2D 3D, o que deixa a desejar, pois as mecânicas para o Sonic moderno estão muito aquém daquelas apresentadas na consola da DreamCast, em títulos como Sonic Adventure Sonic Adventure 2. Por tudo isto, Sonic Forces, embora não seja o jogo do Sonic do qual muitos fãs estavam à espera desde a era da Dreamcast, não deixa de ser uma boa aventura do ouriço mais rápido dos videojogos.

Do que gostamos:

  • Criação de personagem, onde dá para escolher a raça (lobo,cão,gato,pássaro, ouriço) que dá vantagens próprias como mais resistência,velocidade etc;
  • Missões secundárias e objetivos para conquistar, dando roupas e acessórios para as personagens;
  • Missões SOS, onde poderemos ajudar outros jogadores;
  • História interessante e cativante, introduzindo uma nova personagem misteriosa;
  • Gráficos fabulosos com músicas bem escolhidas.

Do que não gostamos:

  • IA dos inimigos presentes nas missões normais, muito fáceis;
  • Repetição tremenda de Bosses;
  • Sistema Wispon, um jogo de Sonic não precisa de armas para brilhar;
  • Mecânicas do Sonic Moderno, a limitação do que podemos fazer com Sonic Moderno é tremenda.

Nota: 7/10