Análise – Star Ghost

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Após ter trabalhado em equipas como a Rare e a Retro Studios, em séries como Donkey Kong ou Metroid Prime, Rhys Lewis decidiu focar-se num jogo só seu – Star Ghost – um pequeno jogo lançado em formato digital na Nintendo eShop da Wii U.

Deste pequeno projeto resultou um jogo onde controlamos um soldado a bordo de uma nave, que deve proteger a galáxia de uma invasão alienígena. Nesta nave controlamos apenas a altura e a curvatura dos tiros disparados enquanto esta avança e dispara automaticamente no espaço 2D a que estamos confinados.

Esta forma de controlar a ação, tal como o próprio criador admitiu, foi inspirada nos segmentos de jogo de Donkey Kong Country Returns em que, a bordo de um barril-explosivo-foguete voamos através de vários obstáculos enquanto fugimos da morte certa. Nestas partes do jogo, ao pressionar um botão, o barril elevava-se e, caso contrário, descia até ao fundo ecrã. Passando aqui o desafio por encontrar a altura adequada para prosseguir.

Em Star Ghost acontece exatamente o mesmo, com o botão A controlamos a altura da nave de maneira a conseguirmos eliminar os inimigos que vão aparecendo e a evitar os obstáculos. Para além deste controlo da nave, podemos ainda curvar os tiros que dela são disparados automaticamente ao movimentar o analógico esquerdo, criando curvas mais ou menos excêntricas, e que nos permite alcançar uma grande parte dos inimigos. Star Ghost resulta, assim, numa experiência muito simples.

À medida que vamos progredindo no jogo, o ritmo vai ficando mais acelerado, mas o núcleo mantém-se inalterável.

À medida que vamos progredindo no jogo, o ritmo vai acelerando, mas o núcleo continua o mesmo

Tal como nos antigos jogos arcade, em Star Ghost vamos acumulando pontos à medida que progredimos e existe uma continuidade entre os vários estágios, sendo que perdendo num deles, voltamos de imediato ao início do jogo. Cada um dos níveis do jogo corresponde a um determinado setor do sistema que estamos a proteger, dividindo-se este sistema num pequeno número de estágios que vai aumentando à medida que se vai progredindo no jogo, isto é, o segundo sistema tem mais setores que o primeiro, e por aí adiante.

Nestes sistemas vamos descobrindo belas paisagens cósmicas – imaginações de Lewis do que seria ver estrelas como Antares de perto, com naves e criaturas hostis a orbitar as estrelas. O problema é que o número de sistemas pelos quais passamos é relativamente pequeno e rapidamente exploramos tudo o que o jogo tem a oferecer, sendo Star Ghost uma experiência de poucas horas (ou até menos de 1 hora se forem experientes neste tipo de jogo).

Ao longo dos vários níveis vamos encontrando, quer como resultado da aniquilação dos nossos inimigos, quer espalhados pelo mapa, pequenos globos azuis – que nos dão pontos -, bem como melhorias para a nossa pequena nave. Com estes globos azuis podemos, entre os estágios, comprar upgrades para a nave – iguais aos que vamos encontrando ao longo dos níveis.

Estas melhorias são também elas muito simples e constituem aspetos muito facilmente encontrados em tantos outros jogos deste estilo, e são as seguintes: Cadência de tiro mais rápida; Maior dispersão dos disparos; Campo de tração (que diminui a velocidade dos inimigos e objetos ao redor da nave).

Embora sejam apenas estas as melhorias presentes no jogo, ao longo dos níveis poderão encontrar estas mesmas melhorias e somá-las ao poder da vossa nave, isto é, as melhorias são cumulativas, não importando se adquiriram já, por exemplo, a melhoria para dispararem 3 tiros de cada vez e para cada lado, uma vez que se apanharem outra vez essa mesma melhoria, poderão disparar ainda mais tiros e ainda mais dispersos, até chegarem ao estado Optimal, um estado a partir do qual não é possível melhorar mais. Estes upgrades são, no entanto, temporários e no fundo do ecrã encontramos um medidor que nos indica quanto tempo falta para perdermos a melhoria.

Os vários medidores circulares no fundo do ecrã dão-nos informações sobre a duração das melhorias e bónus.

Os medidores circulares no fundo do ecrã dão-nos informações sobre a duração das melhorias e bónus.

Infelizmente, apenas durante os níveis podemos obter estes avanços sendo que, se já tivermos – mesmo que seja o primeiro nível – uma certa melhoria, não podemos investir mais nela. Este facto leva a que o jogo se torne mais desafiante e obriga-nos a não ignorar os monstros e extras que vamos encontrando, mas, por outro, cria momentos dramáticos em que estamos praticamente a ficar sem uma certa melhoria e acabamos o nível, pelo que sabemos que vamos ficar sem ela.

Opinião final:

Star Ghost é um jogo muito simples e de custo bastante reduzido que acaba num par de horas (ou até menos) e que serve para curtas sessões de jogo. Vale pela imaginação do que será o ambiente nos arredores de estrelas como Antares e pelo facto de que se torna viciante, na medida em que queremos obter cada vez mais pontos. No entanto, a sua simplicidade exagerada e a sua curta duração fazem com que seja um jogo que, embora possa divertir um público muito alargado, falha em captar a atenção dos que procuram um título mais complexo.

O que gostamos:

  • Nomes de estrelas e sistemas reais;
  • Divertido e viciante, tal como os desafios de Donkey Kong em que se inspira.

O que não gostamos:

  • Muito curta duração;
  • Demasiado simplista.

Nota: 6/10