Embora o GameBoy Advance não tenha recebido nenhum jogo Super Mario Bros. original, a portátil da Nintendo foi recebendo jogos lançados anteriormente para outras consolas da companhia, através de diversas coleções. Na quarta, a Nintendo ofereceu como destaque Super Mario Bros. 3, um exclusivo da NES melhorado em vários aspetos e acompanhado pelo jogo Super Mario Bros. original, lançado em 1981 para as máquinas arcade, em que devemos eliminar rondas de inimigos indefinidamente, numa tentativa de obter um score cada vez mais elevado.
Após escassos minutos com Super Mario Bros., facilmente compreendi o porquê de este rapidamente se ter tornado um enorme sucesso de vendas e de ter dado origem à série que ainda hoje é a mais emblemática da Nintendo, sendo o canalizador italiano a mascote da empresa. Em comparação com outros jogos arcade, mesmo os mais conhecidos como Donkey Kong, Super Mario Bros. revela-se muito mais viciante e complexo, estando já presentes alguns dos elementos que viriam a estar sempre presentes na série Mario, como a estrela que nos torna invencíveis durante alguns segundos, alguns inimigos conhecidos como as tartarugas de carapaça com picos e ainda os 1up e níveis bónus para apanharmos moedas.
Uma vez que se trata de um jogo originalmente lançado para as máquinas arcade, Super Mario Bros. não se torna mais complexo do que isto e acaba por ser apenas uma repetição de rondas em que os desafios vão aumentando, sendo, não obstante esta simplicidade, muito divertido, mesmo hoje, passados mais de 30 anos.
Posto, assim, de lado Super Mario Bros., que, embora seja uma ótima adição e um título (surpreendentemente) divertido ainda hoje, não recebe o mesmo destaque de Super Mario Bros. 3, focar-nos-emos, de agora em diante, no jogo da NES, que merece também destaque na nossa análise.
Em Super Mario Bros. 3, a Nintendo apresentou, pela primeira vez, Mario Tanooki, uma forma de Mario que, depois de muito tempo ausente, regressou recentemente em Super Mario 3D Land e New Super Mario Bros. 2, ambos disponíveis para a Nintendo 3DS. Com esta transformação, Mario ganha orelhas e cauda de esquilo que lhe permitem, após ganhar uma grande velocidade, voar durante alguns segundos e ainda flutuar de maneira a percorrer uma maior distância ao saltar, evitando perigos no caminho.
Neste jogo, tal como em todos os outros da série, temos 8 mundos para explorar, com vários segredos escondidos, inclusive passagens secretas que nos permitem passar para uma fase mais avançada do jogo. Sendo também um jogo mais antigo, lançado originalmente para a NES, faz parte da série de jogos Super Mario Bros. mais exigentes e que, na altura, constituíam um grande desafio. Por exemplo, o primeiro castelo do jogo, a que chegamos passados poucos minutos, apresenta-se já como um enorme desafio, comparando com os padrões atuais, tanto da série Mario como muitas outras que se foram adaptando para alcançarem um público mais abrangente que foi surgindo.
Devido a esta mesma dificuldade que hoje é impossível encontrar nos jogos Mario, Super Mario Advance 4: Super Mario Bros. 3 constitui uma ótima alternativa para aqueles que pretendem voltar a sentir o desafio e todas as emoções associadas a ele nos antigos títulos da série, bem como para aqueles que, por nostalgia, continuam a pegar e a rejogar jogos retro, mesmo que não se encontrem tão polidos como os atuais.
Em Super Mario Bros. 3, sente-se essa mesma falta de polidez presente nos jogos mais recentes da série, sendo mais difícil controlar os saltos e movimentos de Mario, que tornam o jogo ainda mais desafiante, embora num mau sentido, uma vez que esta dificuldade em controlar a ação poderá levar a alguns momentos frustrantes ao longo do jogo.
Ao longo de todos os níveis temos sempre uma banda sonora imersiva a acompanhar-nos, na qual podemos reconhecer muitas das peças mais famosas do repertório da série Mario, como por exemplo a música do mundo aquático ou a música dos instantes iniciais. Também os cenários ajudam nesta mesma imersão, existindo, como é costume na série, uma grande variedade de ambientes que nos transportam para o mundo mágico do Reino Cogumelo.
Opinião final:
Super Mario Advance 4: Super Mario Bros. 3, quando foi lançado em 2003 para o GameBoy Advance, trouxe vários melhoramentos em relação aos jogos originais que compõem a coleção, no entanto, mesmo os controlos do GameBoy Advance, com todas as melhorias adotadas, estão longe de corresponder aos padrões atuais, podendo levar a momentos de frustração ao longo do jogo. Para além destes melhoramentos, este relançamento para o GBA trouxe a grande vantagem de finalmente se poder jogar os vários jogos Super Mario em qualquer lugar, algo que antes, devido a terem sido lançados para a NES, não era possível. No entanto, devido ao facto de esta coletânea ser lançada agora para a Wii U através da Nintendo eShop, esta mesma vantagem perdeu-se, deixando de ser possível jogar em todo o lado.
Contudo, Super Mario Advance 4: Super Mario Bros. 3 vale pela sua dificuldade acrescida, pelos seus vários cenários ricos para a época e pela banda sonora tão característica da série e que já na altura conquistava milhões de fãs.
O que gostamos:
- Inclusão de Super Mario Bros. arcade, um jogo simples mas divertido;
- Banda sonora característica da série;
- Vários cenários ricos e vibrantes com muita cor;
- Dificuldade acrescida, tornando o jogo mais desafiante.
O que não gostamos:
- Dificuldade nos controlos;
- Lançamento na Wii U faz com que já não seja possível jogar em qualquer lado.
Nota: 8,5/10