Através das respetivas plataformas digitais, Super Meat Boy tem sido lançado para vários sistemas, começando na Xbox 360 e passando por várias plataformas de diversas companhias, até finalmente, no passado dia 12 de maio, ter saído para a Wii U.
As várias versões do jogo têm recebido várias análises muito favoráveis, tendo todas as suas versões cotações acima dos 80 pontos em 100. Foi, por isso, com grande entusiasmo que comecei a aventurar-me neste promissor jogo de plataformas da Team Meat. O resultado, felizmente, foi exatamente aquele que esperava.
Tal como muitos é frequente em jogos deste género, Super Meat Boy não se foca no enredo, apresentando uma narrativa muito simples, idêntica à de jogos como Super Mario, em que a amada do protagonista está continuamente a ser sequestrada ao longo dos vários mundos de jogo. A missão do herói, passa, portanto, por perseguir o Dr. Fetus, um feto ligado a um corpo semelhante ao de Meat Boy, e por fim aos seus planos.
No entanto, Super Meat Boy não se prende a nenhuma série em específico, nem tenta imitar os padrões destes jogos, apresentando um estilo e level designs originais. Por exemplo, não é possível matar qualquer inimigo, pelo menos não diretamente, tendo de lhes escapar ou fazer proveito do ambiente à nossa volta para os aniquilar. Mas desenganem-se se pensam que esta opção tem como fim transmitir a mensagem de não violência aos jogadores.
Super Meat Boy é dos jogos mais sangrentos deste género no mercado, sendo o personagem principal, como o nome indica, apenas constituído por carne, que, ao encontrar serras mortíferas, como se pode adivinhar, se transforma numa enorme quantidade de sangue espalhada por todo o lado. Para além deste fator, toda a apresentação deste título vai num sentido mais casual, com a presença de gestos pouco delicados, música hard rock e muitos outros pormenores que tornam a apresentação de Super Meat Boy original e um dos melhores aspetos do jogo.
Para além da apresentação, é delicioso ver a referência a várias séries de jogos, como a presença de Bit Runner em forma de personagem adicional ou a referência às máquinas arcade com o comum «Insert a coin» no ecrã inicial.
Mas não só a apresentação deste jogo o distingue dos restantes, sendo talvez o principal fator distintivo do mesmo a dificuldade elevada, tão característica dos jogos de plataforma das décadas de 80 e 90. Super Meat Boy é difícil, mesmo, mesmo difícil, levando-nos até vários pontos em que os níveis são tão difíceis que é melhor dar uma pausa ao jogo e voltar mais tarde. Não obstante, esta dificuldade não se apresenta como um ponto negativo, dado que é o fator que, aliado à jogabilidade do mesmo, torna Super Meat Boy num jogo tão viciante.
Se forem jogadores muito experientes neste género ou masoquistas, existe ainda um universo paralelo e negro a que podem aceder em determinados níveis e que apresenta desafios ainda mais difíceis e situações quase impossíveis de ultrapassar.
Neste jogo de plataformas em 2D, apenas temos botões para andar, correr e saltar, sendo todo o jogo baseado nestes 3 comandos. No entanto, o level design está tão bem feito que mesmo tendo por base um sistema tão simples como este, Super Meat Boy oferece (em certas alturas) várias maneiras alternativas de se completar um mesmo nível, devido aos grandes espaços com várias saídas ou às paredes posicionadas e a partir das quais dá para saltar em ricochete.
Apesar de ter todos estes pontos positivos e de ser um dos jogos indie mais aclamados, Super Meat Boy, como todos os jogos, também tem as suas falhas e a principal deste jogo (sendo as outras muito pouco relevantes) é a de que o jogo se torna bastante linear, com um determinado número de níveis por cada mundo e com uma luta final contra um boss em cada um deles.
Opinião Final:
Super Meat Boy é um dos jogos de plataforma mais aclamados dos últimos anos, e com justiça. Desde uma apresentação forte mas original, até à jogabilidade simples, embora viciante, passando por referências a outras séries e pela dificuldade que marca os jogos oldschool deste género, o primeiro lançamento da Team Meat é um excelente jogo para quem gosta do género. Não obstante, apresenta algumas falhas menores e uma certa linearidade não desejada neste tipo de jogos e que o impedem de chegar à nota máxima.
Do que gostamos:
- Apresentação coerente e original;
- Referências a outras séries, como Bit Runner;
- Jogabilidade simples, embora viciante.
Do que não gostamos:
- Torna-se demasiado linear.
Nota: 9/10