Tendo crescido com as consolas da Sega, Metroid era um nome que reconhecia, mas que nunca consegui atribuir a uma experiência de jogo até uns aninhos mais tarde. No meio de vários jogos que adquiri, estava este Super Metroid e a curiosidade foi imediata.
Ao jogar esta versão recém editada para a New 3DS, as boas memórias foram imediatas e foi um prazer voltar a assumir o papel de Samus Aran. Ao chegar a Zebes, posso dizer que batatei imediatamente, tentando fazer coisas que obviamente ainda não podia mas rapidamente percebi o que fazer e para onde ir. E é este um dos pontos que tornam Super Metroid um dos melhores jogos de sempre. Não existem tutoriais, nem excessivas explicações. O jogador tem a liberdade de explorar, com algumas indicações é certo, mas sempre com o sentimento de descoberta que sem o qual, Metroid não seria o que é.
Preparem-se para regressar a Zebes e aos inúmeros perigos que irão encontrar.
Apesar de estarmos a falar de um título 2D, que foi lançado há mais de 20 anos, Super Metroid mantém-se atual e continua a estabelecer o standard pelo qual muitos jogos ainda se guiam. Nunca em algum momento sentimos que estamos a jogar algo datado, com gráficos e ambiente sonoro que ainda impressionam. Todas as áreas de Zebes estão bem caracterizadas e é impossível não associarmos imediatamente onde estamos, apenas pelo aspecto visual – quase conseguimos sentir o calor de Norfair. Apesar de poderem por uma resolução que vos aumenta um pouco o ecrã de jogo, aconselho-vos a optarem pela resolução original, para que possam desfrutar em pleno do nível de detalhe que o mundo de Super Metroid tem. Infelizmente, a nova opção de resolução torna o ecrã até um pouco desfocado e não acrescenta em nada à experiência de jogo. Quanto aos controlos, infelizmente não é possível alterar o mapeamento dos mesmos mas não se preocupem, estão perfeitamente adaptados ao layout da New 3DS. Escusado será dizer que nem a funcionalidade 3D nem o C-stick são aqui utilizados – mas também não fazem falta.
A dificuldade é bastante equilibrada e apesar de, à semelhança de tantos outros títulos da Virtual Console, termos a possibilidade de utilizar a funcionalidade de save state, as Save Rooms de Metroid são mais do que suficientes. Pelo menos até chegarem à infernal Maridia, onde vão utilizar o save state como se fosse oxigénio. Ainda assim, não pensem que Super Metroid é fácil. Não o é, de todo. A procura de upgrades mantém-se tão vital como sempre e podem ter a certeza que se descurarem as melhorias que podem ir obtendo, não conseguirão avançar muito. Super Metroid é bastante desafiante mas nunca injusto. Apesar de ter vários momentos que podem provocar alguma frustração (como a utilização do grapple em certas áreas, os wall jumps ou mesmo Maridia), a dificuldade é dependente da destreza do jogador e não de obstáculos injustos. A prática leva à perfeição e o prazer em ultrapassar certos momentos e inimigos é o prémio para o esforço dos jogadores.
Os bosses de Metroid continuam tão ameaçadores como sempre.
Super Metroid foi e será sempre uma referência do mundo dos videojogos, inspirando muitos outros títulos, mas mantendo-se sempre como rei e senhor do seu género. É um prazer voltar a este mundo na New 3DS, adaptando-se a experiência na perfeição ao conceito da portátil, e é fascinante ver um jogo que pegou num título já de si bom (Metroid ’86) e o melhorou tanto – estabelecendo as bases para aqueles que seriam dois dos melhores títulos do catálogo do Game Boy Advance.
Termino fazendo um apelo à Nintendo. Querem fazer versões 3D, multiplayer, usar o nome Metroid para vender? Ok, o que quiserem. Mas por favor pensem bem e façam um novo título 2D, à moda antiga. O velho ditado “em equipa que ganha não se mexe” por vezes é bem verdade e apesar de a inovação poder trazer títulos muito bons, como é o caso deste franchise e dos títulos da Gamecube, decerto que os fãs agradeceriam uma nova oportunidade de passar por uma experiência como esta. Eu sei que agradeceria.
Opinião final:
A Nintendo acabou de adicionar mais uma boa razão para ter uma New 3DS. Super Metroid é, e sempre será um dos melhores jogos de sempre e esta versão da Virtual Console e obrigatória para qualquer fã de videojogos. Com mais de 20 anos em cima, não é um jogo de todo datado e é um excelente exemplo de como fazer uma lenda dos videojogos. Façam um favor a vocês mesmos e adquiram-no.
O que gostamos:
- Uma excelente adição à Virtual Console das consolas portáteis da Nintendo que já tardava em chegar;
- Jogo intemporal, cuja experiência de jogo, gráficos e efeitos sonoros ainda se aguentam na perfeição ao lado de títulos atuais.
O que não gostamos:
- Maridia continua tão horrível como sempre. Mas é parte do encanto;
- Não é possível alterar o esquema de controlos.
Nota: 10/10